COP30 em Belém: o que a mineração sustentável tem a ver com o futuro climático do planeta
COP30 em Belém coloca a mineração no centro da transição energética
A COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025, promete ser um dos eventos climáticos mais importantes da década — e a mineração está no centro dessa pauta global.
O encontro deve reunir mais de 30 mil representantes de governos, empresas e sociedade civil para discutir estratégias de descarbonização e transição energética, temas nos quais o setor mineral brasileiro tem papel estratégico.
Isso porque minerais como níquel, cobre, lítio e terras raras são considerados insumos críticos para a economia de baixo carbono, essenciais para fabricar baterias, painéis solares, turbinas eólicas e veículos elétricos.
O papel do Brasil na mineração verde
O Brasil ocupa posição privilegiada na geopolítica dos minerais críticos. Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o país está entre os 10 maiores produtores mundiais de ferro, cobre, manganês, nióbio e bauxita — e desponta como um potencial protagonista também em lítio e grafite.
No contexto da COP30, o país tem a oportunidade de reforçar sua imagem como fornecedor de minérios de baixo impacto ambiental, com processos mais limpos e rastreáveis.
“A mineração sustentável será decisiva para viabilizar a transição energética global, e o Brasil pode liderar esse movimento com inovação e governança ambiental”, destaca o geólogo Pedro Moura Costa, consultor em economia climática.
Mineração sustentável na Amazônia: desafios e compromissos
Com a COP30 sendo realizada no coração da Amazônia, a atenção internacional se volta também para a atividade mineral na região Norte — que precisa equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Empresas de mineração que atuam na região, como Vale, Hydro, Anglo American e Mineração Rio do Norte (MRN), já vêm adotando planos de descarbonização, reabilitação de áreas degradadas e gestão eficiente de água e energia.
Os temas prioritários que devem ser abordados na COP30 incluem:
- Redução das emissões diretas e indiretas da mineração (escopos 1, 2 e 3);
- Reaproveitamento de rejeitos e resíduos;
- Reflorestamento e compensações de carbono;
- Fortalecimento da rastreabilidade mineral, combatendo a mineração ilegal;
- Participação das comunidades locais na gestão territorial.
Minerais críticos e transição energética: a nova fronteira da mineração
A Agência Internacional de Energia (IEA) estima que a demanda global por minerais usados em tecnologias limpas vai quadruplicar até 2040.
Nesse cenário, níquel, cobre e lítio — todos produzidos no Brasil — ganham relevância estratégica.
Empresas e instituições de pesquisa brasileiras têm investido em novas rotas de extração e beneficiamento menos poluentes, além de uso de energia renovável nos processos industriais.
“A COP30 será o palco para o Brasil mostrar que é possível produzir minerais de forma responsável e competitiva”, afirma Patrícia Brandão, pesquisadora do Instituto Tecnológico Vale (ITV).
Gestão da água e segurança de barragens na agenda da COP30
Após os desastres de Mariana e Brumadinho, a segurança de barragens e a gestão de recursos hídricos se tornaram temas centrais nas políticas ambientais das mineradoras.
O setor vem adotando tecnologias de IoT, sensoriamento remoto e inteligência artificial para monitoramento em tempo real, minimizando riscos e aumentando a transparência.
Esses avanços devem ser apresentados em painéis temáticos durante a COP30, reforçando o compromisso da mineração com a segurança e a sustentabilidade.
Governança e rastreabilidade: mineração responsável sob os holofotes
Outro ponto que ganha destaque é a governança socioambiental (ESG).
A rastreabilidade mineral, por meio de plataformas digitais e certificações, deve se tornar obrigatória em diversas cadeias globais.
O objetivo é garantir que os minerais exportados pelo Brasil sejam livres de desmatamento, violações trabalhistas ou origem ilegal.
A COP30 como marco da mineração verde
A COP30 em Belém representa mais do que um evento climático — é uma oportunidade histórica para o Brasil consolidar sua liderança em mineração sustentável e tecnologia limpa.
Ao alinhar o setor mineral às metas de descarbonização, o país reforça sua posição como fornecedor estratégico para a economia verde mundial, unindo crescimento, inovação e preservação ambiental.





