Minas Gerais supera R$ 100 bilhões em investimentos em mineração

Estado que leva no nome o escopo de trabalho do setor minerário, Minas Gerais está próximo
de alcançar meio trilhão de reais de investimentos em seis anos e sete meses sob
administração do governador Romeu Zema (Novo). Deste total, 1/5 (mais de R$ 100 bilhões)
foram direcionados à mineração. Os dados foram revelados pelo próprio governador na noite
dessa quarta-feira (30) durante evento promovido pela Revista Minérios & Minerales em Belo
Horizonte.


Durante o 16º Workshop Opex Redução de Custos na Mina e na Planta 2025, que terminou
nesta quinta (31), foi realizada a entrega dos projetos premiados no 27º Prêmio de Excelência
da Indústria Minero-Metalúrgica. Um deles foi entregue pelo próprio governador, após um
aplaudido discurso onde destacou a importância do setor para o Estado.


“Ser governador de um Estado com Minas Gerais é lidar com a mineração diariamente. O
nosso nome já significa o que somos. E desde o início da minha gestão, há exatos seis anos e
sete meses, temos procurado dar todo apoio ao setor produtivo, de todas as atividades,
fazendo uma série de ações, desburocratizando. E queremos melhorar mais ainda. Vamos
atingir, em até 45 dias, a marca de R$ 500 bilhões de investimentos atraídos. E muito destes
investimentos no setor de vocês: mais de R$ 100 bilhões foi em mineração”, destacou.


Além de parabenizar todos os premiados e elogiar a premiação feita pela Revista Minérios &
Minerales, Zema comentou, ainda, a respeito das críticas feitas à mineração, especialmente
após o rompimento de duas barragens no Estado, que vitimou centenas de pessoas e
desalojou muitas famílias.


“Todo mundo que critica a mineração critica sem fundamento, porque utiliza carro, celular,
quer todo conforto da vida civilizada. Quem critica a civilização tem que viver igual índio. Todo
mundo quer os benefícios, mas não quer que se extraia o minério. E tem sido um setor,
principalmente as tragédias de Mariana e Brumadinho, extremamente criminalizado. Temos
empresas que procederam mal, que não cumprem, mas a grande maioria cumpre. E nós
acreditamos”, ressaltou.


Por fim, Romeu Zema destacou que seguirá com olhos atentos ao setor e ofereceu seguir na
linha de frente na busca por ainda mais investimentos.


“Não é fácil este trabalho, mas é algo que o setor precisa. Quero dar meus parabéns a todas as
empresas que aqui estão sendo reconhecidas, cada uma no seu critério, com seu mérito.
Vocês são importantíssimas para Minas Gerais, como criadoras de empregos, geradoras de
renda e propulsoras de desenvolvimento. Fica aqui o meu reconhecimento. Aquilo que o meu
governo, os meus secretários puderem fazer, estaremos fazendo, por sabermos da relevância
que a mineração tem no Estado. Parabéns a todos os agraciados”, finalizou o governador.

Após financiamento, Sigma avança para segunda planta de lítio verde e carbono zero que deve iniciar operação em 2025

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Vale anunciaram, em outubro, a criação de um consórcio para gerenciar um Fundo de Investimento em Participações (FIP) com foco em projetos de pesquisa, desenvolvimento, implantação ou operação de ativos de minerais estratégicos para transição energética, descarbonização e minerais fertilizantes.

A iniciativa tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão, recursos que poderão ser investidos em até 20 empresas júnior e de médio porte que atuem em pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas de minerais estratégicos no Brasil. Impulsionamento importante que pode ser considerado uma etapa à Bolsa de Valores, pois pode ajudar as empresas a entrarem no mercado de capitais no futuro mais preparadas. E com mais bagagem para ir atrás de investidores. Assim como ocorreu com a Sigma Lithium.

Após se consolidar como um dos maiores complexos mínero-industrial de lítio do mundo, a companhia, que tem como principal negócio um projeto de lítio de rocha dura na Grota do Cirilo, no Brasil, caminha para dobrar a produção com a construção de uma segunda planta de beneficiamento de lítio verde e carbono zero, prevista para entrar em operação em 2025, isso graças a um financiamento obtido junto ao BNDES.

Aprovado em agosto, o financiamento tem prazo de 192 meses (16 anos). O recurso, segundo a Sigma, vai viabilizar uma unidade “greentech” com tecnologia mais moderna e capacidade para produzir 240 mil toneladas ao ano de concentrado de lítio (contendo 6% de óxido de lítio), ampliando a capacidade total de oferta de concentrado no mercado mundial para 510 mil toneladas por ano a partir de 2025, quando deverá entrar em operação. No segundo trimestre deste ano, a empresa reportou receita de US$ 45,9 milhões.

A companhia está listada na Nasdaq (Nova York) e também na bolsa de Toronto, no Canadá. Estreou na Bolsa de Valores do Brasil (B3) em julho do ano passado, com a negociação de seus Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Durante o Invest Summit, na B3, a CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral, avaliou a importância de as empresas serem transparentes e realistas nas projeções para conquistar a confiança dos investidores. Segundo Ana, “essa transparência foi determinante para a companhia atrair investidores de referência como a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo”.

A CEO da Sigma disse também que o Brasil é um ator global neutro que dialoga com vários países. Segunda ela, é uma vantagem competitiva. “Essa neutralidade dá ao Brasil certo protagonismo em pautas complexas. Todos os investidores são bem-vindos. Então está aí, para a Bovespa, uma vantagem competitiva”.

Ana Cabral citou ainda que existem grupos de capitais buscando oportunidades que poderiam investir nas empresas juniores brasileiras, mas que estão migrando para a África. “Por que não aqui? Por que não no Vale do Jequitinhonha? Por que não desenvolver nossas pessoas?”, indagou.

Proteção ao risco

A CEO da Sigma Lithium destacou que, para desenvolver o mercado de capitais, os reguladores atuais do setor precisam organizar um ecossistema de proteção ao risco para atrair capital utilizando as melhores práticas dos mercados canadense e australiano.

“Quando esses reguladores se juntarem para esse projeto usando melhores práticas desses mercados de ação que são referência mundial no segmento cria-se um ambiente de proteção institucional ao risco. Ou seja, as diretorias das empresas e seus auditores externos minerais passam a ter responsabilidade fiduciária sobre os relatórios técnicos que publicam. Da mesma forma que os auditores contábeis e a diretoria da empresa tem responsabilidade fiduciária sobre as demonstrações financeiras. Daí passamos a atrair esses investidores com perfil de capital de risco para a nossa bolsa de valores”, orientou.

A respeito da estrutura de capital da Sigma Lithium, o fundo de private equity a10 detém 46% da empresa. Os outros 54% são distribuídos entre investidores institucionais, fundos de capital privado e os investidores individuais. No segundo trimestre deste ano, a companhia reportou receita de US$ 45,9 milhões.

Ana Cabral mencionou que levou 12 anos de trabalho contínuo para construir a empresa, hoje uma referência global na produção industrial de lítio verde. Destacou ainda que, um dos principais pilares para o sucesso da companhia foi a dedicação obsessiva e a aplicação de tecnologia de ponta no desenvolvimento de tecnologia de beneficiamento, construindo a primeira planta industrial de lítio carbono zero do mundo no Brasil, e competindo igualmente com players globais da China, Austrália e Estados Unidos.

 “A cultura de trabalho 24/7, típica do Vale do Silício e da Ásia, foi crucial para chegarmos até aqui”, afirmou a CEO.

Atlantic Nickel estende vida útil da mina para 34 anos

Única empresa produtora de níquel sulfetado no Brasil, a Atlantic Nickel tem projeção de dobrar a capacidade produtiva, com o início da operação subterrânea previsto para 2028. Com isso, vai elevar a vida útil da mina para 34 anos (sete anos de mina a céu aberto + 27 anos de mina subterrânea). Cerca de US$ 355 milhões devem ser investidos nos primeiros cinco anos desta nova fase.

A empresa inaugurou um centro de triagem de resíduos, dotado de piso especial com sete camadas de impermeabilização, dando total proteção do solo. Também é equipado com sistema de tratamento de efluentes, que dá destinação adequada aos resíduos oleosos ali gerados. O projeto também conta com redução de consumo de energia elétrica, com a utilização de telhas translúcidas para melhor aproveitamento da luz solar.

A Atlantic Nickel também comemora a recente descoberta de um novo depósito com potencial significativo de recursos de níquel a apenas 26 km de distância, no mesmo cinturão geológico onde já funciona a Mina Santa Rita.

Anglo American investe R$ 6,5 bi em Minas-Rio e R$ 2,2 bi em Goiás

A Anglo American vai investir de R$ 6,5 bilhões para aumentar a produção de 23 milhões (total de 2021) para 30 milhões de toneladas de minério por ano no sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro (MG). É uma operação de exportação de minério de ferro totalmente integrada, com mina, usina de beneficiamento, mineroduto e terminal dedicado no Porto de Açu. A empresa é dona de 100% do Minas-Rio, com exceção da instalação portuária, a qual detém 50% em joint venture na Ferroport.

Em junho, a Anglo assinou um protocolo de intenções que prevê investimentos para a promoção de iniciativas voltadas ao desenvolvimento sustentável de municípios que acolhem as operações da empresa no Brasil. Em alinhamento ao Plano de Mineração Sustentável da companhia, o acordo prevê um investimento inicial de R$ 1 milhão.

Também assinou, junto ao Governo de Goiás, um protocolo de intenções que prevê investimentos de R$ 2,2 bilhões nos municípios de Barro Alto e Niquelândia, nos próximos cinco anos. Os recursos serão aplicados em novas tecnologias, projetos de segurança, aquisição de máquinas e equipamentos, melhorias em processos e sistemas, e demais investimentos ligados à continuidade do negócio de níquel no estado.

Em operação em Goiás desde 1982, a Anglo pretende alocar R$ 1,7 bilhão para Barro Alto e R$ 500 milhões para Niquelândia. A empresa gera atualmente cerca de 4 mil empregos, entre diretos e indiretos. Um dos focos deste investimento é o desenvolvimento de uma tecnologia Bulk Ore Sorting, que está sendo instalada em Barro Alto. O sistema utiliza equipamento com sensores especiais, capazes de detectar o teor do minério ainda na mina, separando o mineral do rejeito.

Newmont investe US$100 mi para desenvolver transporte elétrico a bateria

A mineradora firmou aliança estratégica com Caterpillar para instalar sistema automatizado e elétrico de transporte nas minas subterrâneas de Cripple Creek e Victor nos EUA, e Tanami, na Australia. Nesse projeto, Newmont vai investir US$ 100 milhões. A frota inicial está programada para 16 veículos protótipos em 2023, com entrega de uma frota para testes em 2026.

Investimentos da RHI Magnesita vão para Contagem (MG) e Brumado (BA)

A RHI Magnesita, que também participou do workshop, mostrou o Projeto Hexa Contagem e Hexa Brumado. Leonardo Alves de Souza, Head de Capex & Plant Technology da fabricante global de produtos refratários para a indústria, expôs o investimento na modernização de cerca de R$ 450 milhões nas operações no Brasil.


A companhia anunciou investimento de 55 milhões de euros na planta de Contagem (MG), e obra de uma nova sede no país para as operações da América do Sul, e também investimento de 50 milhões de euros na construção de um forno rotativo em sua unidade de mineração, localizada em Brumado (BA). Os primeiros aportes já foram feitos.

O chamado projeto Hexa Contagem envolve a modernização da planta de moldados, de acordo com Leonardo. Entre as principais ações desta iniciativa estão ligadas a área de processos, como na cominuição, a introdução de novas prensas e relocação de prensas existentes.


A previsão de conclusão é de 3º trimestre de 2022. O complexo de Contagem é a maior unidade de produção da RHI
Magnesita, e irá apoiar a operação dos outros países das Américas, com a finalização da nova sede. Há um foco, de acordo com o executivo, a adoção da Indústria 4.0 para alcançar liderança de custo na unidade. O projeto também reduz a complexidade da planta através da melhoria de fluxos, eliminando perdas aumentando o nível de qualidade de produção.


Já os investimentos na planta baiana irá desenvolver um novo portfólio de matérias-primas. Com a implantação
da nova tecnologia, a expectativa é possibilitar um aumento da produção da unidade de Brumado em mais de
30%, já que o forno está projetado para 140.000 t/ano. A produção na Mina de Pedra Preta.

(mina de magnesita localizada em Brumado) pode chegar a 100%. O projeto de modernização na Bahia visa redução de custos e flexibilidade. A previsão de conclusão deste projeto é no 2º trimestre de 2022.


A RHI Magnesita é líder global em produtos refratários de alta qualidade, com fornecimento a diversos setores
industriais, incluindo aço, cimento, metais não-ferrosos e vidro. A empresa tem grande diversificação geográfica, com mais de 13 mil funcionários em 35 unidades produtivas e mais de 70 escritórios ao redor do mundo.

Visão do projeto Hexa Brumado

Jaguar Mining investe em tecnologia para implementar melhorias na mina Pilar

Uma estrutura de comunicação foi instalada no interior da mina para que empregados tenham acesso à internet, ramais de telefone e câmeras.

Sempre buscando proporcionar um ambiente de trabalho confortável, acolhedor e seguro, a Jaguar Mining, mineradora com foco na exploração de ouro, acaba de implementar importantes melhorias no interior da mina Pilar, localizada no distrito de Brumal, em Santa Bárbara, Minas Gerais. Entre os investimentos está a instalação de um “backbone”, uma estrutura de rede para dados com tecnologia mais robusta, estável, que irá suportar novos serviços no local.

A nova estrutura permitirá uma ampliação do sistema de telefonia, com o uso de ramais, e instalação de wi-fi, com acesso facilitado a computadores e tablets. Além disso, foram instaladas câmeras de monitoramento e várias outras funcionalidades. “Mais do que melhorar a comunicação, esse é um investimento que tem como objetivo aprimorar a segurança da mina e oferecer melhores condições de trabalho aos nossos empregados, colocando em prática nosso valor Dano Zero”, disse Rogério de Lima Lopes, gerente geral do Complexo CCA da Jaguar Mining.

De acordo com Rogério, com a nova infraestrutura de TI da oficina subterrânea, será possível realizar a gestão à vista dos equipamentos em manutenção. “Da mesma forma, os processos internos serão mais ágeis e seguros, já que será possível realizar reuniões online no interior da mina,  solicitar peças via sistema, trocas de turnos, enviar relatórios, entre vários outros benefícios.”, completou. Na próxima fase do projeto, a mesma melhoria estará disponível também na mina Turmalina, na unidade MTL, em Conceição do Pará.

Além do backbone, dois exaustores centrífugos de 600cv cada, foram instalados no Sistema de Exaustão principal da mina Pilar, a fim de melhorar as condições de ventilação e temperatura para os trabalhadores. De acordo com o gerente de Engenharia da Jaguar, Rafael Bueno, os exaustores são totalmente automatizados, monitorados e operados à distância, na sala de despacho da mina, o que torna o sistema ainda mais seguro. “Os equipamentos estão funcionando desde o início do mês de outubro e já foi possível perceber uma redução de aproximadamente três graus na temperatura”, explicou. A função dos exaustores é proporcionar uma maior vazão do ar e, consequentemente, mais conforto e melhores condições de trabalho para os empregados.

Recuperação de equipamentos

Se por um lado os investimentos na melhoria da infraestrutura são crescentes, a economia registrada este mês com a recuperação de materiais não utilizados também foi bastante significativa para a Unidade. Filipe Sá e Rocha, gerente de mina da Unidade CCA/Pilar, conta que diversos materiais usados na perfuração, como Bits e hastes, foram recuperados da unidade CCA/RG, em Caeté, gerando economia e contribuindo com a sustentabilidade, que é um dos principais valores da empresa. Ainda segundo o gerente, as ferramentas não estavam sendo utilizadas e continham pequenos defeitos, que foram reparados. “Estamos sempre atentos à máxima de forma sustentável, com foco na redução de custos. O investimento que não precisou ser empregado na compra de novos materiais nos permitirá investir ainda mais nessas melhorias que são essenciais para condições seguras e confortáveis de trabalho”, pontuou.

Sobre a Jaguar Mining

A Jaguar Mining é uma empresa brasileira de mineração, de capital estrangeiro, com foco na exploração de ouro na região do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais) e no desenvolvimento sustentável local. Suas unidades incluem o Complexo MTL, em Conceição do Pará, e o Complexo CCA, que contempla a mina Pilar, em Santa Bárbara, e a planta de processamento de minério, em Caeté. A Jaguar Mining também é proprietária do Complexo Paciência, em Itabirito, que se encontra em cuidados e manutenção desde 2012.

Gerdau investe em mina e usina digitais — e colhe resultados

A implantação do projeto Usina Digital na Gerdau vem permitindo a empresa otimizar os processos industriais, por meio do uso de mobilidade e de aplicativos, obtendo produtividade e redução de custos nas operações

Na mineração, a iniciativa dentro do projeto maior Usina Digital, intitula-se Mina Digital e tem sido implementada nas unidades de Miguel Burnier, em Ouro Preto (MG), e Várzea do Lopes, em Itabirito (MG), da Gerdau. (mais…)