Vale reduz prejuízos com preditor de neblina por machine learning na mina do Pico (MG)

Vale reduz prejuízos com preditor de neblina por machine learning na mina do Pico (MG)

Vale e a Inovação Climática: Machine Learning Combate a Neblina na Mina do Pico

A atividade mineradora frequentemente enfrenta desafios operacionais únicos. Na Mina do Pico, parte do Complexo Vargem Grande da Vale, em Itabirito (MG), um gargalo constante é o clima. A mina, localizada a 1.586 metros de altitude, sofre com a ocorrência frequente de neblina, que no ano passado causou cinco mil horas paradas e um impacto de R$ 26 milhões no lucro da empresa.

Para contornar este fenômeno natural de difícil previsão, a equipe da Mina do Pico desenvolveu um projeto inovador: um preditor de neblina baseado em Inteligência Artificial (IA).

“Se não conseguimos acabar com a neblina, que tal, pelo menos prever quando ela acontece, para reprogramar e conseguir reduzir este impacto?” – Kíssila Ferreira, analista operacional sênior da Mina do Pico.

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Do Desafio Manual ao Aprendizado de Máquina (Machine Learning)

O projeto utilizou uma metodologia ágil e foi desenvolvido em colaboração com o AI Center da Vale. Inicialmente, a tentativa de identificar manualmente a relação entre variáveis meteorológicas e a ocorrência de neblina falhou. A solução veio com o Machine Learning:

  1. Treinamento: O modelo de aprendizado de máquina foi alimentado com dados históricos de previsão do tempo e registros do sistema de despacho da frota (contabilizando todas as paradas por neblina).
  2. Modelagem: A máquina relacionou estas variáveis, criando um modelo preditor que aprende e se retroalimenta.
  3. Resultado: O modelo informa com 15 dias de antecedência a previsão da neblina, permitindo que a operação se prepare.

Redução de Prejuízos e Ganhos da Antecipação

Embora a precisão inicial do modelo piloto tenha sido de 51%, a capacidade de antecipação já gerou resultados relevantes. Estratégias como a realocação de estoques, negociação de manutenções preventivas de equipamentos e o aproveitamento do tempo para treinamento de funcionários são implementadas com base na previsão.

Durante o piloto, a redução nas horas paradas de máquinas resultou em uma perda evitada de 27 mil toneladas de produção, convertível em aproximadamente US$ 2,7 milhões em vendas para a Vale.

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A meta atual é ambiciosa: aumentar a precisão do preditor para acima de 85%, o que trará ganhos exponenciais.

Escalabilidade e Inovação na Mineração

O projeto foi integrado ao Hub de Inovação da Vale, pois possui o potencial de ser escalável e replicável para outras operações da companhia que sofrem com fenômenos climáticos similares.

O desenvolvimento interno do modelo preditor, liderado pelas equipes de Kíssila Ferreira e Eduardo Batista, demonstra como a aplicação da Inteligência Artificial está diretamente ligada à otimização da produção, segurança e lucratividade na mineração moderna.

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