Exxaro adquire ativos de manganês na África do Sul, que teve produção recorde em 2024

Exxaro adquire ativos de manganês na África do Sul, que teve produção recorde em 2024

(Foto / Divulgação: Diário Econômico)

A Exxaro anunciou a aquisição da Ntsimbintle Mining, comprando ações da Ntsimbintle Holdings (74%) e da OM Holdings (26%). Sujeita às aprovações regulatórias, a transação deverá ser concluída em 2026 e marcará a entrada formal da Exxaro no setor de manganês.

Com este acordo, a Exxaro passa a operar as minas de manganês de Tshipi, Mokala e Hotazel, bem como o projeto Khwara, este em estágio inicial. A aquisição transfere mais de 1,7 Mtpa de capacidade de minério de manganês para a Exxaro, sem contar os planos da Jupiter Mines de expandir a produção de Tshipi para 5,8 Mtpa até 2028. A Exxaro informou que a transação apoia sua estratégia de diversificação além do carvão, com foco em minerais essenciais para a siderurgia e a transição energética.

O setor de manganês da África do Sul é cada vez mais caracterizado pelo declínio dos teores a céu aberto e crescente migração para a mineração subterrânea, visando acessar jazidas mais profundas e de maior teor. Hotazel, já uma operação subterrânea, oferece à Exxaro capacidade operacional de longo prazo em um mercado onde recursos de alto teor e acessíveis à superfície estão se tornando menos comuns.

As exportações de minério de manganês da África do Sul têm crescido há mais de duas décadas, atingindo níveis recordes de 23 Mt em 2024, com a capacidade de produção de aço na China aumentando e tornando-se o maior consumidor global de manganês. Embora a África do Sul liderasse o mercado de ligas, problemas energéticos domésticos têm levado o mercado a se concentrar cada vez mais na exportação de minérios para fundições na Ásia. A competitividade em declínio das fundições sul-africanas resultou na paralisação de diversas delas, sendo a fundição Cato Ridge da Assmang a mais recente.

As perspectivas para o manganês depende do mercado em crescimento na China que se prepara para se consolidar, já que a produção de aço bruto deverá se estabilizar e diminuir, ao contrário dos aços-liga. Consequentemente, a indústria sul-africana de manganês está atenta a novos polos de crescimento do aço bruto, como a Índia, onde recursos limitados e frequentemente de custo mais elevado podem oferecer um mercado competitivo para os minérios sul-africanos.