A eletrificação nas minas foi o principal tema discutido no Electric Mine, evento realizado em Santiago, no Chile, que encerrou nesta última quinta-feira, dia 15. No entanto, os custos e a otimização do tempo nas operações também são fundamentais para que a eletrificação, de fato, tenha resultados econômicos e ambientais na busca pela descarbonização na mineração. Nesse contexto, no último dia do evento, a startup britânica Nyobolt apresentou suas soluções de baterias para caminhões elétricos que podem carregar durante o próprio descarregamento do veículo com apenas 5 minutos de duração.
A empresa, que começou a partir de um estudo na Universidade de Cambridge, fundada em 2019 pela professora e cientista, Clare Grey, desenvolve tecnologias que utilizam o nióbio para melhorar as baterias. O nióbio pode ser usado em ânodos ou cátodos, permitindo carregamento rápido e maior durabilidade. Para isso, a Nyobolt e a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) estabeleceram uma parceria no desenvolvimento dessas baterias. A CBMM, líder mundial em produção de nióbio, investe em startups para desenvolver e comercializar baterias com base nessa tecnologia.
Durante o Electric Mine, em Santiago, Frederico Carneiro, Business Development Manager da Nyobolt, contou em entrevista à revista Minérios e Minerales para o correspondente Guilherme Young, sobre como a empresa começou a produzir baterias com aplicação do nióbio.
“Quando surgiu a oportunidade de eletrificar os caminhões da CBMM em Araxá (MG), nós desenvolvemos essa tecnologia, pois observamos como o caminhão se movimenta pela mina e no tanque de diesel, que pelo tamanho de energia que ele consegue segurar, nenhuma bateria aguenta, devido à alta densidade nas operações. Seguindo essa linha de raciocínio, vimos que acaba com a bateria e que isso causa problemas para o caminhão, invalidando uma eletrificação e aumentando também o custo por tonelada. Pensando nisso, trouxemos uma solução de uma bateria para atender a necessidade de todo um ciclo, examinamos desde o ponto que o caminhão inicia até onde ele retorna e desenhamos a bateria em cima disso, para que ela carregue nesse tempo em que o caminhão está parado e que dá autonomia somente para um ciclo”, explicou Carneiro.
Já sobre o caminhão em teste em Araxá, segundo Frederico, tem capacidade de 42 toneladas. “Estamos em uma fase inicial de protótipo e esperamos que até ano que vem possamos mostrá-lo”, revelou.
Sobre a CBMM e o uso do nióbio
A CBMM tem investido em empresas como Nyobolt e Echion Technologies para impulsionar o desenvolvimento de baterias de nióbio. O nióbio pode ser usado em baterias para veículos elétricos, como veículos pesados, e também em outras aplicações que exigem alta durabilidade e eficiência energética.
Recentemente, a CBMM também inaugurou uma planta de produção de ânodos de nióbio XNO®, tecnologia da Echion, para atender à crescente demanda por baterias de nióbio.
