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Jacobina Mineração realiza simulado de emergência de barragens do Nordeste

A Jacobina Mineração e Comércio (JMC) realizou, em fevereiro último, um simulado para situações de emergência em sua unidade na Bahia. O exercício foi realizado em parceria com as Defesa Civil de Jacobina e do Estado e tem o objetivo de preparar os moradores e equipes de atendimento para emergências, com base na cultura de prevenção a acidentes da empresa.

“É essencial promover uma consciência de segurança na sociedade, seguindo o exemplo de outros países, que já entenderam a importância da preparação como prioridade constante. É um estímulo para todos incorporarmos a cultura da prevenção no seu cotidiano. Esse momento é, mais que uma determinação legal, um marco importante para Jacobina, pois seremos pioneiros no Nordeste na realização de um simulado desse tipo”, disse Sandro Magalhães, gerente geral da JMC.

O pioneirismo da empresa despertou o interesse de 43 órgãos e empresas para treinamento prévio ao exercício, incluindo mineradoras.

“E não é o primeiro (simulado de emergência) de barragem de mineração, é o primeiro de todo tipo de barragem, seja de hidrelétrica, de rejeitos química e de água. Outra vantagem é que o modelo de plano de ação emergencial que a empresa criou poderá ser utilizado pelas cidades em outras situações de risco como enchentes e incêndios”, afirmou o diretor-superintendente de Proteção e Defesa Civil – SUDEC da Bahia, Paulo Sérgio Luz.

Durante o simulado a JMC avaliou a aplicação do seu plano de evacuação dos moradores de Canavieiras, Couro Velho, Pontilhão e Pontilhão de Canavieiras. Os bairros foram escolhidos para o exercício porque estão localizados a 7 km da barragem, na chamada zona de autossalvamento. Outras comunidades também receberam os treinamentos de emergência aplicados pela
empresa.

Cerca de 400 pessoas de 150 residências foram sensibilizadas para o exercício que, também envolveu 60 colaboradores da JMC e 175 visitantes, entre órgãos apoiadores e empresas convidadas para aprender com a experiência.

Exercício

A primeira etapa do exercício consistiu na equipe geotécnica simular que encontrou, durante sua atividade diária de monitoramento, uma inconformidade com potencial de acarretar danos à barragem.

Mas, para isso foi escolhido uma situação em que o reservatório estivesse em sua capacidade máxima e, durante o monitoramento, fosse detectado o aumento do nível de água no sistema. Paralelamente, calculou-se que a cidade foi acometida por um volume de chuva maior do que o registrado nas últimas décadas.

Após determinar o nível da situação a coordenação de barragem e a gerência geral decidiram iniciar todas as ações do plano de atendimento à emergência, dentre elas o acionamento dos alarmes para que a população pudesse iniciar o procedimento de evacuação.

Concomitante ao acionamento da sirene, enquanto a comunidade se deslocava, a gerência geral, por sua vez, reuniu o Comitê de Gerenciamento de Crise composto por departamentos internos da empresa, além de órgãos e entidades externas. Foi instalada a estrutura de um posto de comando com um coordenador da Defesa Civil municipal, um coordenador do Plano de Ação de
Emergência de Barragens de Mineração (Paebem) da empresa, as equipes de ambulância da empresa, entre outros.

Ao lado foram montadas tendas para que os demais órgãos participantes do exercício pudessem acompanhar as tomadas de decisão. Na sequência do exercício foi simulada a interrupção do envio de rejeitos das minas.

A brigada de incêndio da empresa foi acionada, os órgãos externos como IBAMA, INEMA, Sindicatos e Ministério Público são informados da situação, as vias foram bloqueadas pela Polícia Rodoviária para evitar que moradores externos entrassem em áreas de risco do acidente simulado.

A produção interna da empresa foi interrompida para direcionar os equipamentos para desobstruir na zona de inundação projetada da barragem. Foram adquiridos insumos e os recursos necessários para a população, entre outras medidas até se chegar à previsão de resgate da população.

Instruída em treinamentos e em palestras desde 2018, a população iniciou a evacuação para pontos de encontro pré-estabelecidos com base no mapa de inundação da ruptura hipotética da barragem. Um desses pontos está em frente a barragem, outro na entrada da mina de Canavieiras, outro em frente à Embasa, um na comunidade de Canavieiras, quatro na comunidade Pontilhão, um na comunidade de Couro Velho.

A população seguiu para os pontos de encontro andando, foram instruídos a fazer o trajeto a pé, sem correr, como deve ser em situações reais de risco para se evitar quedas. As famílias chegaram nos locais carregando uma pasta para acondicionar documentos de imóveis e pessoais. As pessoas que fazem uso de medicamento contínuo também portavam esses suprimentos. A pasta e essas instruções foram concedidas nas palestras preparatórias do simulado.

“Localizar rotas de fuga em caso de emergência, saber como agir, ter a cultura de emergência, estes são aprendizados que podem ser incorporados a outras situações de risco como incêndio e alagamentos”, explica o consultor de simulados da Vicente Alimenta, da Fire Rescue.

Em cada ponto de encontro foi montada uma estrutura para recepcionar a população com um agente de saúde da prefeitura, um agente de segurança pública e entrevistadores. O objetivo foi coletar dados das condições e do tempo de chegada dos moradores para aperfeiçoar os planos de ação e municiar órgãos como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Para garantir o conforto dos moradores no exercício foram instalados banheiros químicos e fornecidos lanche e água.

Entre janeiro e fevereiro deste ano foram realizadas dez reuniões comunitárias no território, além de visitas domiciliares, entrevistas em diversos meios de comunicação, entre outras ações com o propósito de tranquilizar a população e prepará-las para que saibam agir em situações de emergência.

Barragem

O sistema de barragens Jacobina Mineração e Comércio (JMC) foi projetado de acordo com o planejamento de produção total das minas da empresa. A capacidade final prevista para o reservatório é de cerca de 27 milhões de m³. Duas barragens compõe o empreendimento. A primeira delas foi construída na década de 80 e está desativada desde 2011. Está totalmente sólida por conta do trabalho de drenagem que é empregado há anos. Encontra-se em processo de fechamento, por meio de cobertura, revegetação e posterior reintegração ao meio ambiente. A segunda está ativa desde 2011 e, atualmente, utiliza 24% de sua capacidade total.