Reaproveitamento de combustível de alto-forno na siderurgia

ArcelorMittal investe em unidade de reciclagem de coque para o alto-forno, resultando em aumento de produtividade e redução de custos.

Visando o reaproveitamento do coque de petróleo utilizado como combustível no processo de produção de aço na planta de Lázaro Cárdenas, no México, a ArcelorMittal instalou uma estação de reciclagem da empresa canadense Diproiunduca. Com o sistema, que possui tecnologia fornecida pela Festo, a siderúrgica passou a transformar os resíduos da produção de aço em briquetes, que podem novamente ser queimados no alto-forno da companhia, otimizando a produção e reduzindo custos com matéria-prima.

De acordo com técnicos das empresas envolvidas, no processo de reciclagem é necessária a exata proporção de mistura de cada componente (água, cimento e aditivos químicos), que deve ser selecionado para dar liga às substâncias e posteriormente misturado com os resíduos. Nesse sentido, a multinacional alemã Festo desenvolveu um sistema equipado com células de pesagem nas esteiras de transporte e um funil de cimento, que foi especialmente fabricado para esta aplicação.

O fornecimento também contemplou uma tecnologia de mistura, que inclui motores elétricos e um pré-misturador, assim como uma solução de dosagem para água e aditivos, com as válvulas de processo pneumáticas necessárias.

O sistema de pesagem determina no funil de matéria-prima a dosagem exata dos materiais residuais para o lote em questão. O material então é transportado para um pré-misturador e homogeneizado. No misturador subsequente são adicionados água, cimento e aditivos. Assim que a mistura estiver com a composição correta, o misturador é aberto e todo o lote é transportado para a máquina de briquete.

“No desenvolvimento da solução completa, os engenheiros mexicanos utilizaram com sucesso seu know-how na automatização de processos”, explica Alexander Vargas, gerente de produtos de automação de processos da Festo, que acompanhou o projeto desde o começo a partir da central da companhia.

ArcelorMittal passou a reaproveitar os resíduos da produção de aço como combustível para o alto-forno

No que se refere a sensores e atuadores, várias válvulas de processo automatizadas regulam e controlam todos os fluxos relevantes de fluidos da instalação, assim como o atuador rotativo DAPS para abertura e fechamento das válvulas de vedação.

Já em relação à aplicação em campo, três terminais CPX Festo distribuídos ligados por Profibus DP capturam os sinais dos instrumentos instalados no local. “Bem protegidos em painéis de aço inoxidável, eles também desafiam o clima tropical da costa pacífica mexicana em uso externo”, comenta Vargas.

Como “cérebro” da instalação, o controlador CECX-X-C1 age como SPS no nível de controle. Um sistema SCADA visualiza as diferentes áreas e equipamentos da instalação para o operador. A comunicação com o SPS e o SCADA ocorre por meio de uma rede ethernet. O programa SPS com o Sistema SCADA controla todo o processo, algo que pode ser feito de maneira totalmente automática ou manual. O CECX-X-C1 processa e passa as informações ao software SCADA. Quatro telas dão a visão do layout geral, parâmetros, eventos e relatórios da instalação.

“Atualmente, a automação garante uma reciclagem altamente eficiente do valioso combustível coque, assegurando, assim, a produtividade da manufatura de brames de aço”, completa o gerente.

Presente no País desde 1968, a Festo fornece soluções completas de automação industrial, como atuadores, sensores, drivers, válvulas de controle e painéis eletropneumáticos com a tecnologia de terminais de válvulas com comunicação em rede (Profibus DP, DeviceNet, AS-i, Profinet, Ethernet/IP, Modbus/TCP), entre outros.

Desenvolvido para ambientes agressivos, o atuador linear inteligente DFPI (com posicionador eletrônico incorporado), muito utilizado em células de flotação e patenteado pela empresa, possui alto grau de proteção (IP-69/67/69k), elevada disponibilidade e vida útil, facilidade e agilidade para comissionamento, simplicidade de integração dentro de uma arquitetura de controle existente e rapidez na resposta ao processo de controle. Além disso, o DFPI elimina erros inerentes a ajustes e adaptações mecânicas externas, uma vez que concentra todo o sistema de controle, movimento e realimentação de posição em um mesmo aparelho.

Fonte: Revista Minérios & Minerales