Terminal Ferroviário de Andaime (TFA) é o maior terminal de expedição do Sistema Sul (Vale), sendo responsável por expedir as produções das unidades de Abóboras, Vargem Grande e Pico, que atualmente corresponde a 70% da expedição total deste sistema.
Devido à grande escala de expedição do TFA e o desafio de redução de estoques destas unidades, é latente a busca por maior eficiência de expedição e redução de custos.
Assim, foram realizadas análises e constatado um gap entre a tonelada útil disponível do vagão versus a
tonelada útil realizada.
Evolução da massa expedida no TFA – Milhões de Toneladas
Fonte: GPROD e orçamento Vale 2016.
Evolução da massa espedida no TFA
DESENVOLVIMENTO
O projeto foi desenvolvido seguindo a metodologia Seis Sigma, que em suma caracteriza-se por conceitos, pacotes de ferramentas estatísticas e de análises visando a redução de variabilidade no processo estudado.
Se a variabilidade é reduzida em torno de valores considerados ótimos, ocorrerá a otimização progressiva do processo e a redução das ineficiências como falhas, erros, desperdícios e retrabalhos. Todo o trabalho foi
acompanhado por orientadores Seis Sigma internos da Vale, sendo aplicado o mapa de raciocínio, utilizado pela Vale para aplicação do PDCA (plan, do, check, action).
Os dados de peso médio por tipo de MFe são oriundos da gestão de produção; o tipo de vagão é fornecido pela empresa que realiza o transporte ferroviário chamada MRS Logística; e as informações de operador e turma são provenientes do controle do TFA. Essas informações são extraídas e compiladas formando um banco de dados e, logo após, elas são utilizadas para construir os gráficos de monitoramento.
Para o estabelecimento da meta geral foi utilizado o baseline de outubro de 2014 até junho de 2015 e aplicada a metodologia. A meta geral definida é aumentar o peso médio total de MFe do Terminal Ferroviário de Andaime em 0,93 t/vagão, saindo de 103,80 t/vg para 104,73 t/vg até fevereiro de 2016.
Após estabelecimento da meta geral deu-se início a análise do fenômeno, através da estratificação dos dados, e foram definidos 14 focos de atuação estratificados por tipo de vagão e pilha de origem.
Uma vez definidos os 14 focos foram feitas as variações de cada um deles, onde se observou também diferenças de pesos médios entre silo de carregamento, turno e equipe. E na sequência foram estabelecidas
as metas específicas de cada foco. Uma vez estabelecidas as metas específicas procederam-se a identificação das causas potenciais dos problemas.
Foram levantadas 33 causas potenciais de impacto nos focos identificados. A partir daí, foi realizada uma priorização das causas levando em consideração impacto sobre o peso médio, peso bruto por eixo e autonomia.
Foram priorizadas 12 causas e em seguida realizada a comprovação das causas. Uma vez comprovadas as causas, elaborou-se um plano de ação para mitigação dos impactos. Foram, então, tomadas ações pontuais através de campanha de conscientização, mudanças em procedimentos operacionais, alterações e incrementos em modelo de carregamento, treinamentos, intercâmbio entre operador e maquinista, e o incentivo à conscientização da necessidade de uma mudança cultural.
Acompanhamento da Execução do Plano de Ação
RESULTADOS
• Redução de R$ 0,09 na tarifa média paga à MRS no modelo tarifário vigente, e que aplicado ao orçamento de 2016 do Sistema Sul corresponde a uma economia de R$ 6.948.282,26 no frete, validada pela gestão econômica da Vale – representando redução de 0,42%.
• Aumento médio de 2,72 t por vagão sem impactar no indicador ferroviário.
• Aumento potencial de volume expedido no ano, que corresponde a um ganho de 1,283 milhões de t. Um aumento de 2,62%.
• Registrado aumento médio de 2,72 t por vagão, possibilitando melhor aproveitamento da TU do vagão.
• Redução de 66% da variabilidade dos pesos médios.
• Processo se tornou super capaz (PPK=2,53).
• Todas as metas específicas (dos focos) foram superadas.
• Maior integração entre as áreas de operação e planejamento do Sistema Sul.
• Melhoria na autoestima da equipe.
• Maior sinergia entre os operadores de carregamento e maquinistas da MRS.
Projeto permitiu aumento médio de carga por vagão e redução da tarifa média paga à concessionária
CONCLUSÃO
O aumento do peso médio dos vagões carregados no Terminal Ferroviário de Andaime resultou numa mudança significativa de patamar, percebido pela Diretoria de Ferrosos Sul da Vale, e consequentemente na melhor utilização da capacidade do vagão, ampliando a eficiência dos ativos ferroviários.
A análise de cada foco permitiu verificar diferentes ganhos de pesos médios, onde comprovou-se que cada foco tem desempenho diferente. O importante indicador ferroviário de peso bruto por eixo não sofreu alteração. Embora tenha aumentado o concessionária peso médio total do vagão a distribuição entre eixos se manteve praticamente constante antes e depois do projeto, aliados aos valores de saúde e segurança da Vale.
Sabe-se que a formação de uma cultura é um processo complexo. Porém, percebe-se que o trabalho em equipe quando realizado de forma estruturada e aliado à metodologia Seis Sigma potencializa bons resultados; e que também é fundamental o respeito e envolvimento da equipe operacional na busca do entendimento e soluções dos problemas.