Estudo apresentado no PDAC, no Canadá, mostra potencial de lítio em Araçuaí, MG

Estudo apresentado no PDAC, no Canadá, mostra potencial de lítio em Araçuaí, MG

Durante um dos maiores eventos mundiais do setor, realizado em Toronto, no Canadá, o Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC 2025), o Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresentou novos dados geoquímicos referentes à Região do Araçuaí, nordeste de Minas Gerais, para exploração de minerais de lítio, especialmente o espodumênio.

O pesquisador e chefe da Divisão de Geologia Econômica do SGB, Guilherme Ferreira, detalhou o levantamento geoquímico que integra o projeto Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB). O trabalho tem como objetivo aumentar o conhecimento sobre as características geoquímicas da área mineira, além de evidenciar o potencial da região para o lítio.

A crescente demanda mundial por lítio, essencial na produção de baterias para veículos elétricos e dispositivos eletrônicos, reforça a relevância do levantamento. “Além de identificar novos alvos para exploração, os dados geoquímicos gerados também indicam a presença de outros elementos químicos considerados estratégicos para a transição energética, tais como tântalo e elementos terras raras”, destacou Ferreira.

O estudo engloba as áreas nordeste, cobrindo o Distrito Pegmatítico de Araçuaí. Recentemente, a intensa atividade prospectiva na região já resultou na descoberta de depósitos econômicos e na operação de uma importante mina de lítio no médio Jequitinhonha desde os anos 90.

O pesquisador também fez uma retrospectiva da evolução do conhecimento sobre depósitos de lítio em pegmatitos no Brasil, abordando o panorama das principais províncias minerais do país — Borborema, no Nordeste, Solonópole, no Ceará, e Médio Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Estudo
Na pesquisa foram utilizadas amostras de sedimentos de corrente e concentrados de minerais pesados, método consagrado mundialmente em projetos de prospecção mineral e geoquímica ambiental.

O levantamento geoquímico cobriu 9 folhas cartográficas na escala 1:100.000, correspondentes a 27 mil km², área que abrange 42 municípios do nordeste de MG. Também foram coletadas 5.086 amostras, sendo 2.570 de sedimento de corrente e 2.516 de concentrado de minerais pesados. Há previsão do levantamento de solos que abrangerá a mesma área para os próximos meses, com aproximadamente 1.340 estações de coleta.

Levantamentos aerogeofísicos

Durante o evento, o diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, Valdir Silveira, anunciou que a empresa vencedora do processo de licitação para a aquisição e o processamento de dados aerogeofísicos, totalizando um milhão de quilômetros lineares, foi a Lasa Prospecções S.A.

Segundo o geofísico do SGB Marcos Ferreira, responsável pelo detalhamento técnico dos levantamentos aerogeofísicos, disse que serão usadas metodologias consolidadas e novas tecnologias para aquisição de dados. “A iniciativa está alinhada às diretrizes do Plano Nacional de Mineração 2030/2050, do Plano
Decenal de Mapeamento Geológico Básico (PlanGeo) e do Plano Plurianual da União (PPA), visando fomentar a mineração sustentável e a transição energética”, informou.

Entre os principais benefícios dessa iniciativa estão a obtenção de dados gamaespectrométricos, magnetométricos, gravimetria e eletromagnéticos, além da incorporação de sensores mais modernos. Esses levantamentos são essenciais para avançar em pesquisas voltadas à segurança hídrica, exploração mineral e identificação de minerais estratégicos, como lítio, terras raras, cobalto, grafita, níquel e cobre.

Para mais informações sobre os dados aerogeofísicos do Brasil acesse o link.