As maiores empresas do agronegócio do mundo têm plano para zerar o desmatamento em suas operações até 2025. A proposta foi apresentada por 14 gigantes do setor durante a 27ª Conferência do Clima da ONU, no Egito. O evento começou no último domingo (6) e vai até o dia 18. Uma decisão que pode motivar a área da mineração que, de acordo com pesquisa recente publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), “está estimulando a destruição de florestas para a abertura de minas e estradas de acesso”.
O levantamento da publicação mostra que quatro países são os principais atores na questão do desmatamento em regiões tropiciais – Brasil, Indonésia, Gana e Suriname. Especificamente em terras brasileiras, a mineração corresponde a 1% da destruição das florestas, de acordo com o mesmo estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Economia e Negócios de Viena e da Universidade Clark, nos Estados Unidos, e publicado no periódico PNAS.
Em relação ao acordo apresentado pelas gigantes do agro na segunda-feira (7), batizado de Roadmap, o objetivo de remover o desmatamento das cadeias – diretas e indiretas – de suprimentos até 2025 visa proteger os sistemas alimentares globais e os meios de subsistência dos produtores.
O documento foi assinado pelas empresas ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, COFCO International, Golden Agri-Resources, JBS, Louis Dreyfus Company, Marfrig, Musim Mas, Olam International, Olam Food Ingredients (OFI), Viterra e Wilmar International.
“Com base em um compromisso estabelecido pelos CEOs dessas quatorze empresas na COP26, todas as quais gerenciam grandes volumes de comércio global e cadeia de suprimentos, o acordo é um passo importante para colocar a economia global em uma trajetória de 1,5°C por meio de ações positivas para as florestas”, informa o comunicado publicado pela ADM, líder global em agricultura sustentável.
As ações estarão concentradas em áreas onde o plano terá maior impacto. Na edição passada da COP, realizada da Escócia, estas mesmas empresas haviam se comprometido a envolver os setores de óleo de palma, soja e pecuária, além de proteger os sistemas alimentares globais e os meios de subsistência dos produtores.
No mesmo dia do anúncio do Roadmap do setor do agro, ONG´s ambientalistas distribuíram manifesto, assinado por mais de 90 entidades, onde ressaltam a importância de se eliminar o desmatamento de forma imediata para evitar que o aquecimento global ultrapasse um aumento de 1,5ºC – em relação à temperatura da Terra registrada no século 19. Ainda não se ouviu o posicionamento das empresas globais de mineração.
