Brasil pode liderar produção de baterias para carros elétricos

Brasil pode liderar produção de baterias para carros elétricos

O Brasil pode se tornar um dos maiores produtores mundiais de baterias para carros elétricos, segundo avaliação da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O país detém importantes reservas minerais estratégicas para a fabricação das baterias, como grafite, manganês e lítio — elementos fundamentais para o avanço da mobilidade elétrica.

Oportunidade estratégica para o Brasil

A Unctad aponta que o Brasil possui:

  • 24% das reservas mundiais de grafite, mas representa apenas 10% da produção global e 6% das exportações;
  • 15% das reservas de manganês, atrás apenas da África do Sul e Ucrânia, mas com produção de apenas 7%;
  • Reservas relevantes de lítio, com alto potencial de exploração.

Com a demanda crescente por baterias de íon de lítio, o país pode aumentar sua presença na cadeia global de fornecimento, agregando valor aos seus recursos minerais.

Crescimento da demanda global por carros elétricos

A venda de veículos elétricos está em plena expansão. Em 2018, foram comercializadas 5,1 milhões de unidades no mundo. A expectativa é que, em até dez anos, esse número seja quatro vezes maior. Para os economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), os carros elétricos devem se tornar mais baratos do que os movidos a combustíveis fósseis por volta de 2025.

Baterias e a economia de baixo carbono

De acordo com a Unctad, as baterias recarregáveis terão papel essencial na transição para uma economia menos poluente, ao viabilizar fontes renováveis e a mobilidade sustentável. Essa alta demanda também representa uma oportunidade única de desenvolvimento industrial para países que dominam as matérias-primas, como é o caso do Brasil.

Como o Brasil pode aproveitar esse potencial

Para transformar potencial em realidade, o país precisa:

  • Aumentar a produção nacional de minerais estratégicos;
  • Incentivar projetos de refino e industrialização local de insumos para baterias;
  • Atrair investimentos em tecnologia e inovação no setor;
  • Ampliar acordos comerciais e industriais com players globais da cadeia de energia limpa.

Com as reservas que possui e uma política pública voltada para o setor, o Brasil tem tudo para se posicionar como protagonista da nova economia verde.


Fonte: Valor Econômico