Abordagem reestruturada do Plano de Vida da Mina (LOM) em Chapada gerou Free Cash Flow recorde

Abordagem reestruturada do Plano de Vida da Mina (LOM) em Chapada gerou Free Cash Flow recorde

Durante o ciclo do Plano de Vida da Mina (LOM) 2024, o time de Planejamento de Mina da unidade de Chapada realizou uma reestruturação estratégica em sua abordagem de planejamento. A nova metodologia incorporou tecnologias de ponta, promovendo a integração de múltiplas dimensões do negócio para alcançar um equilíbrio sustentável entre a maximização do fluxo de caixa e a preservação ambiental, mesmo com potenciais reduções na produção de metal.

Os resultados dessa transformação levaram a um aumento no fluxo de caixa antes dos impostos de aproximadamente R$270 milhões anuais nos próximos cinco anos, mesmo com uma menor produção de cobre equivalente. Em 2024, a eficácia dessa estratégia foi comprovada, com Chapada registrando um recorde histórico em Free Cash Flow desde sua aquisição pela Lundin Mining, consolidando-se como referência em excelência operacional dentro do grupo.

No aspecto ambiental, Chapada reduziu em 35% suas emissões anuais de carbono de Escopo 1 resultante deste projeto. Além disso, eliminou duas pilhas de estoque ou estéril do plano de vida da mina, evitando a supressão de 500 mil m2 de vegetação nativa.

RESULTADOS OBTIDOS

-35% de redução anual nas emissões de CO₂ ;
-R$ 270 milhões em aumento anual de fluxo de caixa antes de impostos;
-Preservação de 500 mil m2 de vegetação nativa;

Por se tratar de uma reestruturação disruptiva, podendo ser adotado não apenas em Chapada mas em todo o grupo Lundin, todas as etapas do planejamento foram engajadas. O processo abrangeu desde a definição da cava matemática (Pseudoflow, DBS) até o desenho de fases, o planejamento de longo e médio prazo, culminando na execução da produção conforme o plano para 2024.

ESTIMATIVA DE RESERVAS E CAVA MATEMÁTICA

Para lidar com as complexidades de Chapada à altura da ambição deste projeto, foi essencial realizar a migração do algoritmo de estimativa de reservas: do Pseudoflow para o Direct Block Scheduling (DBS). Alcançar o máximo potencial do planejamento exigia uma abordagem mais robusta, capaz de capturar valor em múltiplas dimensões. Assim, utilizar todo o potencial do DBS deixou de ser uma opção para tornar-se um passo obrigatório.

A mina Chapada opera com uma frota mista composta por três modelos distintos de caminhões, integrando equipamentos próprios e de empresas contratadas. É uma operação complexa, com três britadores, cinco cavas ativas, sete pilhas de estéril e quatro pilhas de estoque. A diversidade operacional, aliada à heterogeneidade das rotas, que envolvem trechos ascendentes, descendentes e horizontais, e à multiplicidade de combinações entre origens e destinos, motivou o time de planejamento a evoluir sua metodologia de estimativa de custos de transporte.

Foi desenvolvido um modelo baseado em dados reais de despacho para estimar o consumo de combustível (em litros por hora) por modelo de caminhão e por tipo de segmento. Com isso, a empresa passou a associar o consumo estimado de cada bloco do modelo de blocos, a todas as rotas possíveis da mina, o que permitiu obter estimativas mais precisas e alinhadas com a realidade operacional.

Um critério estratégico deste modelo foi a não aplicação de restrições rígidas relacionadas aos teores. A classificação de cada bloco como minério, estoque ou estéril foi orientada exclusivamente pela função
benefício, garantindo máxima flexibilidade e foco no valor econômico. Ao combinar essa criatividade do setup de decisões com a sofisticação tecnológica do Direct Block Scheduling (DBS), a alocação ótima da frota e a definição das melhores combinações de origem e destino ao longo do tempo tornaram-se totalmente dinâmicas– e sempre guiadas pelo fluxo de caixa e pela geração de valor.

Como prática consolidada na estimativa de reservas, a cava matemática serve como diretriz para o posterior desenho de fases. Até 2022, o procedimento de planejamento em Chapada adotava o algoritmo Pseudoflow como referência de desenho. No entanto, a metodologia adotada neste projeto representou uma ruptura estratégica em relação ao modelo anterior, propondo um desenho de mina diametralmente oposto.

A hierarquia ótima da cava Sucupira passou a se desenvolver no sentido Leste-Oeste, com menos pushbacks, resultando em larguras operacionais significativamente ampliadas entre fases, uma mudança que inicialmente contraria as premissas lógicas de planejamento de lavra.

Diante do impacto da mudança proposta, foram desenvolvidos desenhos baseados na metodologia Pseudoflow e outro guiado pela diretriz do DBS, cruciais para validar, de forma comparativa, a eficácia e a superioridade do novo modelo proposto.

Além dos ganhos operacionais e financeiros, três resultados se destacaram, entregando um novo nível de domínio que o planejamento passou a exercer sobre a alocação otimizada de frota:

*Redução de uso da frota terceirizada: Parte da redução no movimento de mina foi consequência direta da metodologia adotada, que identificou altos custos operacionais associados à frota terceirizada. Como resultado, essa frota passou a ser subutilizada.

*Reavaliação do custo-benefício entre frotas: A primarização de frota normalmente é entregue com custo unitário menor que através do uso de frota terceirizada. No entanto, os caminhões terceirizados utilizados em Chapada são de maior porte que os próprios, e foi possível constatar que em trechos de transporte predominantemente horizontais, os caminhões de maior porte da frota contratada se mostraram

mais eficientes. Ou seja, mesmo com o custo adicional inerente de uma contratada, a frota terceirizada apresentou melhor desempenho econômico em determinadas rotas de transporte, superando a frota própria em custo por tonelada transportada.

*Decisão consciente baseada na sustentabilidade, mesmo com impacto no VPL: duas das onze pilhas previstas, uma de estoque e outra de estéril, foram sistematicamente subutilizadas nos planos de maior geração de valor. Por entender que sua execução conflitaria com os valores de sustentabilidade, a equipe optou por removê-las do ciclo orçamentário, mesmo reconhecendo o impacto negativo no VPL do negócio.

VALIDAÇÃO

A validação final de qualquer ciclo de LOM ocorre na análise financeira. Para isso, foi utilizado o OpEx estimado pela gerência de finanças como base de reconciliação da metodologia adotada desde o início do projeto. O resultado foi surpreendente: a estimativa de OpEx feita com base na cava matemática apresentou apenas 4% de diferença em relação ao valor final consolidado no ciclo orçamentário.

Esse alinhamento foi um marco para o time, uma demonstração clara de que criatividade, raciocínio e trabalho em equipe são capazes de transformar o negócio. O ganho em Valor Presente Líquido (VPL) foi expressivo, e em 2024 a eficácia dessa estratégia foi comprovada, com Chapada registrando um recorde histórico em Free Cash Flow desde sua aquisição pela Lundin Mining, consolidando- se como referência em planejamento de mina dentro do grupo.

“A equipe conduziu uma reestruturação estratégica exemplar, adotando tecnologias avançadas e promovendo uma visão integrada do negócio que equilibra geração de valor e responsabilidade ambiental. Esse resultado só foi possível graças a um trabalho colaborativo entre diversas áreas, refletindo um espírito de parceria, alinhamento e compromisso com o todo. Tenho muito orgulho desse time, que mais uma vez demonstrou capacidade técnica, visão estratégica e um profundo senso de propósito. Chapada se consolida como referência em excelência, e isso é mérito de cada membro da equipe”, afirma Ediney Drummond, Diretor Presidente, Mina Chapada.