A Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American implantou, no início do ano passado, o Programa de Excelência em Melhoria Contínua, que gerou uma economia de R$ 200 milhões para a companhia somente em 2015, por meio do desenvolvimento de 79 iniciativas. Devido ao sucesso, o programa terá continuidade neste ano com 26 projetos, focados principalmente na estabilidade operacional, que é a diretriz estratégica da companhia para 2016. A estimativa de ganhos para este novo ciclo é de cerca de R$ 150 milhões.
O gerente de Melhoria Contínua da Unidade de Negócios Minério de Ferro Brasil, Luís Dutra, explica que como o Minas-Rio começou a operar em outubro de 2014 e estava no início da fase de ramp-up, a empresa percebeu que aquele era o momento ideal para começar a criar a cultura de melhoria contínua entre os empregados. “O cenário para o setor de mineração na época também já vinha se mostrando desafiador. Nosso objetivo com o programa era estimular a criação de soluções para otimizar a produção, reduzir custos e perdas e aumentar a segurança”, afirma.
Para alavancar o programa, a Anglo American reuniu e treinou diretores e gerentes de todas as áreas para discutir propostas e cascatear as informações para suas equipes. A qualquer momento, uma nova melhoria poderia ser inserida no portfólio de iniciativas, que é gerenciado pela área de Melhoria Contínua e possui três categorias: adição de valor, preservação de valor e mitigação de risco.
Devido ao programa, a companhia recebeu cerca de 200 ideias e implantou 79 projetos em 2015, que geraram ganhos de R$ 200 milhões. Outras 21 iniciativas continuaram em andamento neste ano e a maioria foi concluída em maio.
Para reconhecer o trabalho desenvolvido durante o programa, a Anglo American promoveu, em dezembro de 2015, o 1° Prêmio de Excelência em Melhoria Contínua. As áreas puderam inscrever os projetos, que foram avaliados pelos próprios diretores da empresa, utilizando os seguintes critérios: valor capturado, multidisciplinaridade dos projetos e caráter inovador da iniciativa.
Foram 27 trabalhos inscritos no prêmio e, durante evento, os três primeiros colocados receberam certificado, troféu e o reconhecimento do presidente da companhia. Além disso, eles participaram do VIII Congresso Internacional Six Sigma Brasil 2016, nos dias 24 e 25 de maio. Outros três projetos foram agraciados com menção honrosa.
A iniciativa que ficou em primeiro lugar na premiação restabeleceu a permeabilidade das placas cerâmicas da filtragem com a aplicação de uma nova substância, recuperando sua capacidade de filtrar a polpa de minério e garantindo a produtividade do processo.
A utilização dessa nova substância evitou que 1.500 placas totalmente impermeáveis fossem substituídas por placas novas e possibilitou atingir 3.000 toneladas/hora (t/h) com os 12 filtros em operação – antes a produtividade decaía até 500 t/h com a perda de performance. O resultado da iniciativa foi a redução na compra de novas placas, gerando uma economia de R$ 36 milhões em 2015.
Outro projeto de destaque reduziu a carga morta nos caminhões fora-de-estrada que fazem a movimentação de estéril e minério na área da mina. Eles apresentavam problemas relacionados à retenção e acúmulo de carga morta nas básculas após o descarregamento. Em casos extremos, foram apuradas até 90 toneladas de carga retida, o que representa, aproximadamente, 40% da capacidade total de carga do equipamento.
Uma equipe composta por profissionais das áreas de Suprimentos, Engenharia, Operação e Manutenção sugeriu a aplicação de polímero antiaderente nas básculas dos caminhões e a instalação de uma chapa defletora, de forma a alterar o design frontal da báscula, que anteriormente favorecia o acúmulo da carga morta. A iniciativa aumentou a produtividade do transporte e gerou ganhos de, aproximadamente, R$ 27 milhões no ano passado.