Com o objetivo de aproveitar o máximo dos materiais provenientes da Mina Morro do Gama, em Nova Lima (MG), buscando maior eficiência e sustentabilidade do minério, a Cedro Extrativa Mineração adquiriu uma peneira semimóvel elétrica a fim de escalpar, classificar e otimizar a produção de minério de ferro. Através de uma planta de classificação e peneiramento, a empresa adotou a solução SKID, na busca da exploração racional e econômica das riquezas minerais.
O objetivo da Cedro Extrativa era aumentar o teor de Ferro e a manutenção do teor de SiO2 na alimentação das plantas, objetivando escalpar as partículas (blocos) de maiores tamanhos (granulometria), dos Itabiritos compactos e semi-compacto, com baixa liberação de SiO2, para a retirada dos elementos contaminantes do minério na alimentação e com a finalidade de otimizar o aproveitamento da reserva mineral, evitando o descarte do material com granulometria que tem potencial de recuperação, não evidenciado em modelos de blocos geológicos.
Chamada de NR-34 (abreviação da fabricação da Novo Rumo), a peneira tinha a função de escalpar e classificar o material, analisando os materiais acima de 200 mm e classificar em 50 mm. A alimentação da NR-34 é feita com materiais granulados, compactos (blocos, matacões), e finos com diferentes teores.
Materiais acima de 200 e 50 mm possuem baixo teor de ferro. Neste caso, aqueles empobrecidos nos teores de ferro e alto teor de SiO2 apresentam baixa liberação nas frações grosseiras dos itabiritos. Sendo assim, a NR-43 classifica os materiais da seguinte forma: Blocos retidos do 1º deck acima de 200 mm, atualmente direcionados para pilha de estéril; Passante do 1º deck e retido no 2º deck entre 200 e 50mm, atualmente é direcionado para forro da mina e pilha de estéril; já o passante do 2º deck abaixo de 50 mm, atualmente é direcionado para uma planta de concentração magnética, a fim de recuperar e aproveitar o máximo possível do recurso mineral.
Nesta planta, a Cedro possui alternativa de direcionar os materiais mais granulados e, consequentemente, com baixo teor de Fe, das frentes de lavra, para viabilizar o aproveitamento do material mais fino. Ou seja, em uma frente de desenvolvimento onde o material lavrado possivelmente seria descartado, ele pode ser direcionado para a NR-34 e tornar parte da massa deste material em minério. Com isso, ela permite desenvolver as frentes de lavra empobrecidas e compactas definidas no planejamento, com aproveitamento de parte do material que seria descartado como estéril.
Paradas na planta e benefícios com a SKID
Sem a planta de escalper, a planta de concentração magnética sofre com diversas horas de paradas por entupimento, limpeza e matacos por mês, devido à ocorrência de blocos durante a alimentação. Foi então, que a empresa comparou os números de paradas em razão destes blocos de dois meses distintos: janeiro de 2022, quando havia uma SKID semelhante à NR34 operando, e no mesmo mês de 2023, quando não havia SKID operando. Neste período, foi possível analisar que no mês em que a SKID não operou, houve 3% a mais de perda em razão de paradas por blocos em relação à produção total. No mês de agosto de 2023 a planta 3 produziu 117.430 t de minério.
Considerando os 3% de perda por blocos relativos à não operação da planta SKID, foram perdidos cerca de 3.523 t no mês a mais que no mês em que ela operou. Sendo assim, calculando um valor de R$200,00 por tonelada, essa perda significa cerca de R$704.580,00. E, ainda, sugerindo o valor de R$630,00 por hora operada, com um contrato de 250 horas mínimas por mês, mais R$20.000,00 de mão de obra, o custo mensal da SKID gira em torno de R$177.500,00. Portanto, com uma perda mensal em torno de R$704.580,00 e um custo da planta SKID em torno de R$177.500,00, há um déficit mensal de cerca de R$527.080,00. A partir daí, a Cedro Extrativa concluiu que a SKID é alimentada com os materiais mais granulados e empobrecidos da mina, e a planta classifica como ROM cerca de 60% do material alimentado.
Esse material, por ser granulado e pobre, seria integralmente descartado em pilha de estéril. Porém, a SKID aproveita parte da massa lavrada pela operação que seria considerada estéril de formação ferrífera, para produzir ROM para a planta de concentração magnética, com qualidades químicas que atendem a alimentação para os produtos HMT3 e SF3 e CNC.
Com a alternativa de poder alimentar essa planta com material grosseiro e pobre, a operação pode desenvolver a mina de acordo com o planejamento, aproveitando parte do volume lavrado. O material produto da classificação da SKID pode alimentar a concentração magnética sem blocos, o que impacta em uma melhor utilização da planta no decorrer da operação. Isso é resultado de menos paradas para limpeza da grelha e entupimento por blocos e matacos durante a alimentação. Além disso, com a redução de paradas por blocos na concentração magnética, a usina aumenta sua capacidade de produção, resultando em redução de custos para a operação.
AUTORES: Wanderley Santo – Diretor de Operações, Cedro Mineração e Anderson Dias – Gerente de operação de mina, Cedro Mineração