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O futuro, o Brasil e a Mineração

José Mendo Mizael de Souza*
mendodesouza@jmendo.com.br
"Interessa-me o futuro porque é o lugar onde vou passar o resto da minha vida”, afirmou Woody Allen: concordo com ele em número, gênero e grau.

Assim, nada mais gratificante do que a oportunidade que o 16º Congresso Brasileiro de Mineração e Exposibram 2015 me ofereceram de, ao atender convite dos Universitários de todo Brasil presentes no 8º Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Minas – Eneminas, proferir palestra – como já o havia feito nos encontros anteriores. A palestra foi intitulada “O Engenheiro de Minas hoje, amanhã e depois de amanhã”.

Como destaquei para eles na ocasião, nós da Indústria de Produção Mineral temos o privilégio de nos dedicar a uma atividade essencial à concretização da Qualidade de Vida, conforme aspirada hoje pela humanidade, eis que, como lhes apresentei em um dos slides, conceituo a Mineração como sendo “A atividade que propicia aos seres humanos, mediante seus produtos, saciarem suas fomes biológicas, psicológicas, sociais e espirituais e concretizarem seus sonhos – José Mendo Mizael de Souza”.

Em seguida, apresentei-lhes a afirmativa da U.S. National Academy of Sciences de que “Nos Estados Unidos, todo ano, cerca de 11,3 t de novos minerais devem ser proporcionadas, por habitante, para se fabricar itens de uso diário de cada pessoa”.

Mostrei-lhes que Stephen Kesler nos alertou no sentido de que “considerando uma estimativa média de 9 bilhões para a população global em 2050 e assumindo que cada pessoa adicional irá demandar um pouco menos que os atuais habitantes demandam, esse aumento da população poderia levar a um aumento de 25% da demanda por minerais, até 2050”.

Ao concluir, lembrei-lhes que, em um mundo em constante mutação, com verdadeira explosão da Inovação e da Tecnologia, três itens deverão estar sempre presentes no futuro: Agricultura (alimentos), Mineração (materiais) e Conhecimento.

E destaco, aqui e agora, as palavras de Laszlo Bock, 42 anos, Vice-Presidente Sênior de Operações de Pessoas do Google (desde 2006), segundo a Folha, para quem “são quatro coisas que procuramos na hora de contratar: (i) habilidade cognitiva geral; (ii) liderança emergente; (iii) “Googleness”, ou seja, ter consciência, fazer o que diz que faria, ter preocupação com o ambiente e humildade intelectual para admitir quando está errado e (iv) expertise”.

O futuro está aí. Vamos encará-lo com otimismo e fé, lembrando sempre do historiador Leo Vilani que, segundo outro historiador, Eric Hobsbawm, em seu livro “Era dos Extremos – o breve Século XX: 1914 – 1991”, ao se voltar para o Século XX, afirmou que “Nosso Século XX demonstra que a vitória dos ideais de justiça e igualdade é sempre efêmera, mas também que, se conseguirmos manter a liberdade, sempre é possível recomeçar […]. Não há por que desesperar, mesmo nas situações mais desesperadas”, ou seja, o futuro, o Brasil e a Mineração estão esperando por nós e contando conosco!

*Engenheiro de Minas e Metalurgista, EEUFMG, 1961. Ex-Aluno Honorário da Escola de Minas de Ouro Preto. Presidente da J.Mendo Consultoria Ltda. Fundador e Presidente do Ceamin – Centro de Estudos Avançados em Mineração. Vice-Presidente da ACMinas – Associação Comercial e Empresarial de Minas e Presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia da Entidade. Coordenador, como Diretor do BDMG, em 1976, da fundação do Instituto Brasileiro de Mineração – bram. Como representante do Ibram, um dos 3 fundadores da Adimb – Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira. Ex-Conselheiro do Cetem – Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte: Revista Minérios & Minerales