Minerais da AL podem aliviar demanda mundial

Minerais da AL podem aliviar demanda mundial

Produtores de commodities na América Latina tendem a aumentar sua participação de mercado diante da escalada de preços das matérias primas com a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

A análise consta em novo relatório do Bank of América, segundo o qual a alta nas cotações de matérias-primas ainda não se refletiu totalmente nas ações negociadas no continente, especialmente o Brasil. Porém, a tendência é de que um novo ciclo de crescimento na produção mineral da região. Nesta quarta-feira, por exemplo, o minério de ferro à vista fechou com alta de 2,2% na China.

De acordo com o BofA, “a economia da América Latina tem se movido em sintonia com o ciclo global de commodities — correlação de 0,7 desde 1970. No entanto, uma lacuna se abriu recentemente. Recessão econômica, incerteza política e ondas devastadoras de covid-19 (América Latina teve 27% das mortes globais e 14% dos casos globais versus 8% da população global) restringiram o PIB da região abaixo dos níveis pré-pandemia.

Para os analistas do BofA, Rússia e Ucrânia tendem a perder seu status de produtores globais dominantes em alguns minerais, espaço que pode ser ocupado pela América Latina.  Um exemplo é que tanto a Rússia quanto a Ucrânia são importantes exportadores de minério de ferro e produtos siderúrgicos, um comércio que é abalado  pelas sanções globais impostas ao país de Putin. Do lado da Ucrânia, a ofensiva russa, além de destruir as cidades, asfixia o país economicamente.

Dessa forma, o BofA acredita que a América Latina pode aumentar suas exportações de produtos como óleo de soja, limitado hoje a 55% das exportações globais; minério de chumbo: 42%; cobre: 25%; minério de ferro: 20%; e milho: 33%.