Saiba como o uso da brita pode ajudar para que barragens de rejeitos não se rompam

Desde o rompimento da barragem em Brumadinho, a Agência Nacional de Mineração (ANM) implementou normas rigorosas para a descaracterização de barragens de rejeitos no Brasil. Segundo a agência, barragens construídas pelo método de alteamento a montante devem ser desativadas em etapas até 2027, dependendo do volume de rejeitos.

Essa nova realidade impulsionou a busca por soluções técnicas, como o uso de gnaisse, uma rocha metamórfica altamente utilizada em obras de contenção e drenagem.

A importância do gnaisse no processo de descaracterização

De acordo com Jerri Alves, superintendente do Grupo MBL, a demanda por gnaisse britado cresceu significativamente. A rocha é essencial na construção de vertedouros que ajudam a esvaziar barragens, além de ser empregada no enrocamento das bases dos barramentos, garantindo sustentação e drenagem.

“Com o rejeito mais seco, torna-se possível reaproveitar os resíduos com vários métodos de beneficiamento mineral”, afirma Alves.

O Grupo MBL atua fornecendo agregados para mineradoras de ferro da Região Metropolitana de Belo Horizonte, especialmente em Itatiaiuçu, onde obras de descaracterização e descomissionamento estão em andamento.

Aplicações do gnaisse em obras de infraestrutura

Após extraído, o gnaisse é classificado conforme o uso. Fragmentos maiores, chamados matacões, são usados em gabiões, muros de arrimo e áreas de contenção. O material também pode ser convertido em areia e pó de pedra, com aplicações na construção civil e pavimentação de estradas.

Os principais minerais do gnaisse — quartzo, feldspato e mica — conferem à rocha alta resistência e versatilidade em obras de engenharia.