A Vale comecou, nesta quarta-feira, 20, as obras de descaracterização do Dique Auxiliar da Barragem 5, na Mina Águas Claras, em Nova Lima (MG). O Dique é uma das cinco estruturas a montante previstas para serem eliminadas em 2022. Caso o cronograma seja cumprido, a empresa encerrará o ano com 12 estruturas desse tipo eliminadas no Brasil.
Mais 23 serão desativadas para atender às normas federais e estaduais criadas após o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. A tragédia, a maior do país em número de vidas perdidas, causou 272 mortes em 2019.
Atualmente, tanto o Dique Auxiliar quanto a Barragem 5 estão em Nível de Emergência 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), sendo ambas as estruturas monitoradas permanentemente pelo Centro de Monitoramento Geotécnico da Vale.
Diante do aumento dos riscos durante as obras de descaraterização, a Vale informou que foi construído, preventivamente, em março, um reforço para dar maior estabilidade à estrutura durante o processo. Reforço também permite que, em caso hipotético de ruptura, todo o rejeito (cerca de 2,2 milhões de metros cúbicos) fique contido dentro da Barragem 5, evitando qualquer dano às pessoas ou ao meio ambiente.
Para reforçar a segurança dos trabalhadores, ainda que não haja proibição de acesso à estrutura, a Vale diz que definiu tomar atitude conservadora, decidindo que as atividades de escavação e movimentação do rejeito serão realizadas com equipamentos não tripulados, operados remotamente. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa em conjunto com fornecedores. A previsão de conclusão dos trabalhos é em dezembro deste ano.
As obras acontecerão em área interna da empresa e todo o transporte de materiais e equipamentos será realizado por meio de acessos internos, sem impactos nas vias locais. Os trabalhos no Dique Auxiliar devem gerar de cerca de 130 empregos, entre trabalhadores diretos e terceirizados, sendo que Vale prioriza a contratação de mão de obra local para contribuir com a geração de empregos e renda no próprio município de Nova Lima (MG) e região.
Desde 2019, sete das 30 estruturas a montante mapeadas – quatro em Minas Gerais e três no Pará – foram eliminadas, equivalendo a praticamente 25% do Programa de Descaracterização da empresa. Para este ano, está prevista a conclusão das obras e a reintegração ao meio ambiente de mais cinco estruturas. Com isso, a Vale prevê encerrar 2022 com 40% das suas estruturas a montante eliminadas. Isso significa que 12 de 30 barragens mapeadas já estarão descaracterizadas.
