Usiminas otimiza uso de recursos hídricos

Alteração na rota do circuito de concentradores magnéticos de alta intensidade aumenta vazão dos fluxos e agiliza o retorno da água para o processo

A Mineração Usiminas (Musa) apresentou o projeto “Aumento da recirculação de água através de alteração do circuito de produção do pellet feed da ITM Oeste” no VII Workshop de Redução de Custo na Mina e na Planta da revista Minérios & Minerales. O estudo foi proferido por Geriane Macedo Rocha, engenheira de minas, e Raphael Augusto Almeida Reis, engenheiro de minas e de manutenção.

O principal objetivo do trabalho foi realizar uma otimização dos recursos hídricos na Musa, aumentando a eficiência dos equipamentos que fazem o reaproveitamento de água, como hidro ciclones, sistema de bombas e principalmente, os espessadores de lama.

Para aumentar a eficiência de recirculação da água utilizada no processo de beneficiamento foi feita uma reavaliação dos circuitos de produção da ITM Oeste, de maneira a identificar possíveis ganhos. Foi realizada uma alteração na rota do circuito de concentradores magnéticos de alta intensidade, levando a um aumento de 14% na vazão dos fluxos envolvidos no projeto e maior rapidez no retorno da água para o processo.

“A recirculação de água é o manejo de água internamento no circuito, ou seja, a água nem chega a sair da planta. Já a recuperação de água é resultado do bombeamento da água, que é proveniente da decantação de sólidos em baias, diques e barragens”, ressalta Geriane.

A proposta dos engenheiros foi fazer com que o overflow dos ciclones desaguadores de concentrado retornasse para a alimentação do circuito, como uma carga circulante. No circuito original, antes do projeto, o concentrado dos concentradores magnéticos era direcionado para uma bateria de ciclones desaguadores e o overflow deste ciclone era direcionado para uma sequência de diques. Nestes diques o sólido decantava e a água então era direcionada para o canal de captação de onde era bombeada para os tanques de água da ITM, para ser reutilizada no processo.

“Observou-se que a área dos diques era bastante extensa o que permitia perdas por evaporação e infiltração. Também o tempo de retorno da água para planta era demorado”, afirma Geriane.

Com a mudança, ao invés de ser encaminhado para os diques, o overflow retorna para a alimentação do circuito como uma carga circulante. A análise das bombas, dos hidrociclones e espessador do sistema indicou capacidade para receber este fluxo. Com a alteração a tendência da água presente no overflow do ciclone desaguador é ser direcionada ao espessador, retornando de maneira mais rápida e eficiente para os tanques de água da ITM.

Com o projeto, a empresa aumentou em 45% na vazão de água recirculada do espessador e 14% na vazão do fluxo total de água recirculada. “Conseguimos uma maior estabilidade na operação da unidade, que apresentava em alguns períodos paradas por falta de água”, ressalta Geriane.

Houve também uma redução de 11% no custo energético específico (R$/m³) devido ao desligamento de uma das duas bombas da linha de dique. A água se apresenta como um valor estratégico, escasso e dotado de valor econômico. Por isso, a eficiência no uso de recursos hídricos se apresenta como um elemento de competitividade e até mais, como um elemento de sobrevivência, atualmente”, ressalta.

Para o futuro a empresa pretende realizar um mapeamento do custo de bombeamento de água, com gerenciamento on line. “Queremos determinar o custo específico de bombeamento para cada poço, pois caso tenhamos uma demanda menor de água poderemos utilizar o sistema de bombeamento mais econômico”, completa Raphael.

Fonte: Revista Minérios & Minerales