Redução do consumo específico de diesel na mina RCC – Projeto C II

Redução do consumo específico de diesel na mina RCC – Projeto C II

A Mina IRCC apresenta mais de 60 equipamentos na frota, que realizam movimentação média mensal de Overburden de 400.000 m³ e ROM de 150.00 m³, totalizando, no ano, overburden de aproximadamente 4.000.000 m³ e ROM de 1.600.000 m³. Os equipamentos possuem variáveis que interferem diretamente no consumo, tais como: operação, DMT (Distância Média de Transporte), calibração dos pneus, etc. O custo mensal com este insumo está entre os principais da mina (aproximadamente 40%).

 Este projeto foi desenvolvido com base na metodologia PDCA, baseado na problemática de alto consumo de diesel das atividades de lavra, responsáveis por cerca de 90% do total do diesel consumido, segundo relatórios do sistema de gestão.

Utilizando a ferramenta de análise de pareto (Fig.1) para identificação do problema, foi possível definir o foco do projeto nos dois maiores consumidores: caminhões basculantes (6×4 e 8×4), com capacidade de entre 12 e 14m,³ e escavadeiras hidráulicas PC-200, 350 e 500.

Desta forma, foram realizadas análises para descobrir as características do problema, como a falta de constância no consumo por operador, atividade e turno. A partir das observações feitas e do histórico do consumo, definiu-se a meta de 0,75 l/m³, com base na ferramenta estatística Boxplot.

A equipe de trabalho realizou-se um brainstorming (Fig.2) para definir as principais causas dos problemas levantados e, em seguida, com o diagrama de Ishikawa, definiu-se as três causas raízes para o problema: alta DMT no decapeamento; falta de frequência na calibração dos pneus e falta de gestão e controle do consumo nos equipamentos Com as principais causas levantadas, efetuou-se a priorização, utilizando a matriz de Esforço X Impacto, para classificar e apresentar na reunião com o grupo, iniciando os planos de ações com definição de responsáveis e datas.

As mais eficientes foram:

• Análise do volume de carga morta carregada: um dos maiores causadores de alto consumo de diesel nos caminhões é o excesso de carga. Com isto, foram verificados todos os caminhões usando a tecnologia loadscan (laser que detecta quantidade em volume que a caçamba está carregando). Os caminhões passavam carregados e vazios, e, ao fim do teste, observamos que não estavam carregando volume suficiente para ser considerada carga morta;

• Alta DMT nas atividades de decapeamento :no início do projeto não havia planejamento quanto à DMT das operações. Desta forma, muitas vezes, as atividades de decapeamento apresentavam DMT chegando a 1.000m. Após o planejamento quinzenal, definiu-se DMTs de, no máximo, 500m – seguindo as premissas do método de lavra Strip Mining.

 • Falta de periodicidade de calibração dos pneus: a calibragem dos pneus de caminhão é um dos critérios mais importantes para que se mantenha a boa dinâmica e a segurança do veículo. No entanto, era realizada apenas quando necessário. Foi feito um teste: no primeiro dia, todos os pneus foram calibrados e acompanhados durante nove dias. O resultado final apresentou que os pneus necessitavam ser calibrados a cada três dias. Foi gerado, então, um cronograma para otimização do processo, com redução de troca e dos riscos de segurança.

• Falta de controle e gestão do consumo de diesel: para gerenciar os dados, foram gerados dashboards com os dados retirados da nossa plataforma de controle do despacho, para gerenciar a média de consumo por l/m³ por equipamento, por turno. O relatório é gerado semanalmente, para monitoramento;

 • Falta de treinamento operacional: observou-se a falta de constância nas operações. Um técnico especializado da Mason analisou os dados e realizou treinamento com os operadores, focando nos principais erros como, por exemplo, o uso desnecessário do modo power dos equipamentos.

A partir dos planos de ações executados, o projeto alcançou resultados positivos, com valores abaixo da meta estabelecida. Em relação ao ano de 2021, tivemos redução média de 0,20 l/m³, alcançando o consolidado de 0,62 l/m³ em 2022, sendo que o ano de 2021 o consolidado foi de 0,87 l/m³, gerando saving de YTD BRL 6.498.995,89 (Fig.3), além da redução com os riscos com segurança e a otimização e gerenciamento do processo.

AUTORES: Mayara Almeida Raiol da Silva – Líder do Projeto (trainee), Fabio Luiz Bravos Oliveira (técnico de produção pleno e I- Cube local opex), Vinicius Lima de Araujo (coordenador de Mina), Antonio Diego Cordeiro de Oliveira (operador de Controle operacional ll), Takehiro Moraes (gerente de Mina), Fabiana Oliveira (operadora de controle operacional I), Felipe Amaral Filgueiras (engenheiro de Manutenção) e Sidney Magal Lopes da Rocha (coordenador de Manutenção)