O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recusou, pela terceira vez, avaliar o licenciamento do projeto de mineração de potássio da Potássio do Brasil em Autazes (AM). Impactos ambientais e conflitos com povos indígenas na região são fatores citados que dificultam a liberação.
Em meio à guerra na Ucrânia que ameaça o suprimento de fertilizantes ao agronegócio brasileiro, que é dependente do insumo russo, a Potássio Brasil mantém o processo de liberação há cinco anos. Mês passado, o presidente da empresa se reuniu com o governador do Amazonas, Wilson Lima (União). Durante o encontro, na sede do Governo, foram discutidas estratégias para diversificação da matriz econômica do estado, e o governador afirmou que irá mobilizar a equipe técnica estadual para, juntamente com os órgãos competentes, viabilizar a mineração de potássio na região de Autazes, que fica a 113 quilômetros de Manaus.
Em quatro meses, o Ibama recusou a solicitação por três vezes. A Potássio do Brasil precisa da liberação do órgão para iniciar a exploração. O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas alega que a empresa cooptou partes envolvidas nas tratativas sobre o depósito de potássio na região. O órgão ainda determinou que a mineradora realize a devolução de uma área de terra indígena comprada dos povos da região.
A Potássio do Brasil conseguiu licenciamento junto ao órgão ambiental local, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), em 2015. Mas, na avaliação do MPF, a licença seria ilegal, justificando que a aprovação da mineração do depósito mineral na região somente deve ser realizada pelo Ibama. Enquanto isso, o projeto segue em desenvolvimento, e a companhia garante manter os seus benefícios já divulgados, afirmando respeitar os limites territoriais dos povos indígenas. “A Potássio do Brasil adquiriu os bens na região de Autazes de maneira lícita e legítima, sem qualquer dolo ou coação, mediante processo de negociação envolvendo as partes interessadas”, informou a empresa.