Customização de Preferências de Cookies

Usamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para habilitar as funcionalidades básicas do site.... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyse the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customised advertisements based on the pages you visited previously and to analyse the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

Melhoria de processos eleva recuperação global de V2O5 de 48% para 76%

Ítalo Araponga Costa e Laerte Freire Rosendo*

Durante a fase inicial de produção (ramp up) de qualquer empreendimento industrial é comum que as equipes responsáveis, se deparem com situações que não foram previstas no projeto piloto e que devem ser contornadas de forma rápida – sendo necessário desenvolver o conhecimento técnico da equipe e implantar projetos de melhoria nos processos de produção.
A fase de ramp up do empreendimento minero-industrial Vanádio de Maracás, na Bahia, da Largo Resources, foi iniciada em agosto de 2014 e finalizada em abril de 2016, dando sequência à consolidação e otimização da operação até setembro de 2017. Neste período, a recuperação global de V2O5 (Pentóxido de vanádio) passou de 48% (média de 2014) para 76% (média do terceiro trimestre de 2017), uma evolução que foi acompanhada pela produção de V2O5, que em 2014 (de junho a dezembro) foi de apenas 1.032 t, enquanto no terceiro trimestre de 2017 foi de 2.513 t. Essa evolução foi gradual, exigindo melhorias de projeto e mudança de estratégia em todas as etapas; no entanto, alguns pontos chave merecem destaque.

PIONEIRISMO

A presença de vanádio na Bahia foi descoberta pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) em 1979, mas somente em 21 de maio de 2014 a empresa Vanádio de Maracás (VMSA) foi inaugurada, dando início ao processo de ramp up que terminaria apenas no último trimestre de 2016.

Durante a fase inicial de produção (ramp up) de qualquer empreendimento industrial, é comum que as equipes responsáveis por operar e manter a planta deparem-se com situações que não foram previstas no projeto inicial e que devem ser contornadas de forma rápida, para que não haja impacto financeiro não previsto no investimento. Para a VMSA, esse cenário foi potencializado pela inexistência de outro empreendimento semelhante no Brasil, pela pequena quantidade de produtores de vanádio no mundo e pelas condições impares do depósito mineral, que é formado essencialmente por dois tipos de minério (minério maciço e minério disseminado), um dos quais não existia conhecimento prévio sobre seu beneficiamento.

Para superar as dificuldades iniciais, foi necessário desenvolver o conhecimento técnico da equipe e implantar projetos de melhoria nos processos de produção. Os desenvolvimentos realizados na fase de ramp up tinham dois objetivos principais: um foi o aumento da disponibilidade e o outro foi o aumento da recuperação.

Dentre as mudanças mais marcantes, estão:
• A instalação de uma etapa de separação magnética a seco após a britagem
• A instalação de uma segunda britagem
• Redimensionamento da primeira britagem
• O aumento da capacidade da etapa de separação magnética a úmido após a moagem
• Redimensionamento dos equipamentos da lixiviação
• Mudança da estratégia de operação do forno de calcinação e lixiviação
• Mudança da estratégia de operação precipitação

As modificações de projeto e aprendizado da equipe permitiram que no terceiro trimestre de 2017, 76% de todo o vanádio alimentado fosse recuperado, resultando em uma produção de 2.513 t de V2O5 no mesmo período.

MÉTODOS

Com o objetivo de descrever as dificuldades do período de ramp up, as ações tomadas e os resultados de cada ação, a usina da VMSA será classificada em três grandes grupos:
• Beneficiamento – inclui as operações unitárias de britagem, concentração magnética a seco, moagem, classificação,espessamento, concentração magnética a úmido e filtragem;
• Metalurgia – composto pela operação de calcinação em forno rotativo e a operação de lixiviação intensiva em tanques;
• Tratamento químico e fusão – inclui as etapas de remoção de sílica, precipitação, evaporação, secagem, remoção de amônia e fusão.

BENEFICIAMENTO DO MINÉRIO POUCO CONHECIDO

A principal dificuldade do beneficiamento foi o baixo grau de conhecimento sobre o minério do depósito de Gulçarí A, o principal da VMSA. Inicialmente, pensava – se que este depósito era homogêneo, composto por apenas um tipo de minério com características que tornavam o processo de beneficiamento fácil e de baixo custo. Atualmente, sabe-se que existem dois tipos
principais de minério: o magnetito, que é composto por mais de 50% de magnetita e chamado internamente de “minério maciço”; e o magnetita-piroxenito, caracterizado por ter, em média, 25% magnetita disseminada em uma matriz de piroxenito, sendo chamado internamente de “minério disseminado”.

Enquanto o corpo de minério maciço é homogêneo, possui alto teor de magnetita e baixo teor de contaminantes, o corpo de minério disseminado é extremamente heterogêneo, com teores que podem variar entre 10% e 40% de magnetita e, em todos os casos, alto teor de contaminantes (em geral silicatos).

Como o projeto inicial contemplava que todo o minério possuía as características do minério maciço, a planta de beneficiamento foi construída de forma que não atendia as necessidades de processamento do minério disseminado, resultando em uma concentração pouco seletiva, com baixa recuperação e produção de concentrado fora da especificação. O primeiro passo para solucionar estes problemas, seria a identificação de suas principais causas:

• A recuperação de uma separação magnética a úmido depende, dentre outros fatores, do teor de magnético na entrada. Quanto maior a concentração de minerais magnéticos na alimentação, maior é a recuperação, de modo que o baixo teor de magnetita no minério disseminado implica em baixa recuperação;
• O projeto inicial contemplava uma única etapa de concentração após o circuito de moagem e classificação, que não era capaz de produzir um concentrado dentro da especificação (%SiO2 menor que 2,8%).