Os 5 Países com as maiores reservas de Lítio no mundo

Os 5 Países com as maiores reservas de Lítio no mundo

O novo ouro branco da transição energética

O lítio é um dos minerais mais estratégicos do século XXI. Essencial para a produção de baterias recarregáveis — usadas em carros elétricos, celulares, notebooks e sistemas de armazenamento de energia —, ele se tornou um pilar da economia verde.

Com o avanço da eletrificação, as reservas de lítio se tornaram alvo de disputas geopolíticas e investimentos bilionários. Hoje, cinco países concentram mais de 90% das reservas conhecidas do planeta.


1. Bolívia – 23 milhões de toneladas

A Bolívia lidera o ranking mundial, com as maiores reservas de lítio conhecidas: cerca de 23 milhões de toneladas, segundo o U.S. Geological Survey (USGS, 2024).

  • Localização: Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo.
  • Desafio: o país ainda enfrenta dificuldades tecnológicas e logísticas para explorar comercialmente suas jazidas.
  • Parcerias recentes: empresas chinesas (como a CATL e a CITIC Guoan) estão firmando acordos para desenvolver o lítio boliviano.

2. Argentina – 21 milhões de toneladas

A Argentina é parte do chamado Triângulo do Lítio (com Bolívia e Chile).

  • Reservas estimadas: 21 milhões de toneladas.
  • Regiões produtoras: Catamarca, Jujuy e Salta.
  • Destaque: grandes projetos como o Salar del Hombre Muerto e o Salar de Olaroz, operados por empresas como Allkem e Livent.
  • Potencial de crescimento: o país deve dobrar a produção até 2027, com foco em exportações para EUA e Europa.

3. Chile – 11 milhões de toneladas

O Chile é o país que mais se beneficia atualmente da extração de lítio, com produção consolidada e tecnologia avançada.

  • Reservas: cerca de 11 milhões de toneladas.
  • Produção: mais de 40% do lítio global vem do Salar de Atacama, explorado por SQM e Albemarle.
  • Regulamentação: o governo chileno anunciou em 2023 a Estratégia Nacional do Lítio, com maior controle estatal sobre novas concessões.

4. Austrália – 8 milhões de toneladas

A Austrália é a maior produtora mundial de lítio, embora tenha reservas menores que os países sul-americanos.

  • Reservas: cerca de 8 milhões de toneladas.
  • Modelo de produção: extração de rochas duras (espodumênio), especialmente em Greenbushes e Pilgangoora.
  • Exportações: grande parte é vendida à China para processamento químico.
  • Destaque: o país é considerado o player mais eficiente e industrialmente estruturado do mercado global.

5. China – 7 milhões de toneladas

A China é tanto produtora quanto a principal refinadora de lítio do mundo.

  • Reservas: 7 milhões de toneladas, segundo o USGS.
  • Liderança: responde por quase 80% da capacidade global de refino e produção de baterias.
  • Estratégia: controle de cadeias produtivas via investimento em minas no Chile, Bolívia, Argentina e África.

E o papel do Brasil no mercado de lítio

O Brasil possui reservas estimadas em 730 mil toneladas, concentradas principalmente no Vale do Jequitinhonha (MG), em municípios como Araçuaí e Itinga.

Nos últimos anos, o país passou a atrair investimentos estrangeiros e novas mineradoras, posicionando-se como um player emergente na cadeia global do lítio.

  • Principais empresas: Sigma Lithium, Atlas Lithium e Lithium Ionic.
  • Projeto destaque: Grota do Cirilo (MG), da Sigma, é um dos maiores empreendimentos de lítio sustentável do mundo.
  • Diferencial: o Brasil tem potencial para produzir o “lítio verde”, com pegada de carbono reduzida e energia de fontes renováveis.

Preço e demanda global

  • Preço médio (2024): cerca de US$ 14.000 por tonelada de carbonato de lítio, após forte correção de preços iniciada em 2022.
  • Demanda futura: deve crescer cinco vezes até 2035, impulsionada pela expansão dos carros elétricos e baterias estacionárias.
  • Tendência: países buscam diversificar fornecedores fora da Ásia, o que pode favorecer a América do Sul e o Brasil.

A corrida pelo lítio redefine a geopolítica global da mineração.
Enquanto Bolívia, Argentina e Chile concentram as maiores reservas, Austrália e China dominam a produção e o refino.

O Brasil, por sua vez, surge como novo protagonista, com potencial para ser o principal fornecedor de lítio sustentável da América Latina — um papel estratégico na transição energética e no futuro da mobilidade elétrica.