A CSN fechou o ano passado com investimentos totais de R$ 2,9 bilhões, volume 73% superior aos aportes feitos em 2020. Desse valor, R$ 956 milhões foram aplicados na mineração. As informações estão no balanço financeiro divulgado pela companhia na quarta-feira, 9.
A holding manteve a curva ascendente dos investimentos inclusive no quarto trimestre, apesar das condições adversas tanto do mercado como na produção. De outubro a dezembro, foram aplicados R$ 965 milhões, patamar 21% superior aos R$ 800 milhões do trimestre anterior – a mineração recebeu R$ 409 milhões no período.
Os recursos foram destinados principalmente aos projetos de aprimoramento de produtividade e modernização para melhorar o desempenho da planta UPV, com destaque para o projeto de bateria de coque, e de projetos de expansão da produção e aquisição de frota para a mineração.
No trimestre, em função dos fatores citados, a produção de minério de ferro caiu 10%, somando 6,9 milhões de toneladas. Em contrapartida, em todo o ano, o total produzido ficou 18% acima de 2020. Na mesma linha, as vendas de minério de ferro também caíram (-11%), para 7,72 milhões de toneladas de outubro a dezembro. O indicador, porém, ficou 7% acima do apurado em 2020, com 33,2 milhões de toneladas vendidas entre janeiro e dezembro do ano passado.
Desempenho decepciona no trimestre
Apesar de contabilizar uma queda de 20% no lucro líquido no quarto trimestre de 2021, que foi de R$ 1 bilhão, a holding encerrou o ano passado com um crescimento expressivo de 217% nesse indicador, totalizando R$ 13,6 bilhões. Em 2020, o resultado havia sido de R$ 4,3 bilhões. Analistas de mercado, porém, esperam que o resultado do último trimestre de 2021 fosse de R$ 1,8 bilhão.
Segundo a empresa, a integração da Elizabeth Cimentos ajudou a quebrar a sazonalidade e manter o ritmo de crescimento no 4T21. Em 2021, o EBITDA de Cimentos foi praticamente o dobro do ano anterior, atingindo R$ 531 milhões e com margem de 37%. No trimestre, a pressão nos custos com matérias-primas levou a um recuo sequencial de 4% no EBITDA.
Elizabeth Cimentos responde por 20% das vendas no segmento
Já as vendas de cimento da companhia no mercado interno totalizaram 64,7 milhões de toneladas, um crescimento de 6,6% em relação à 2020.
O quarto trimestre de 2021, como destacado, foi marcado pela sazonalidade de final de ano e registrou uma diminuição no ritmo de vendas de 11,7% em relação ao trimestre anterior.
Para o ano de 2022, o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) espera um período de acomodação. Por outro lado, 2022 é um ano eleitoral e, apesar da instabilidade inerente ao processo, o próprio governo já anunciou que pretende injetar R$ 389 bilhões em investimentos de projetos de infraestrutura, o que deve segurar a demanda por cimentos.
Colaborou para esse desempenho a incorporação da Elizabeth Cimentos, que respondeu por 20% das vendas no período.
“No resultado do ano, 2021 entra para a história como o período de consolidação da estratégia para o setor, com forte evolução nas operações próprias, aquisições de ativos estratégicos e finalização da reestruturação societária que deixou a empresa pronta para destravar os seus projetos de crescimento”. Dentro dessa estratégia, vale destacar a aquisição, pela CSN, da Holcim Lafarge, em setembro.
O volume vendido em 2021 foi de 4.710kton, 18% acima do registrado em 2020 (ou crescimento de 8% se desconsiderarmos a aquisição da Elizabeth). A estratégia comercial de priorizar material ensacado e concentrar as vendas em lojas menores de varejo tem se provado eficaz, visto que no 4T21 os principais indutores do crescimento da atividade foram a continuidade das construções e reformas por meio da autoconstrução.