Alcoa amplia investimentos em nova planta de filtragem em Poços de Caldas

Alcoa amplia investimentos em nova planta de filtragem em Poços de Caldas

Na reta final da execução da sua nova planta de beneficiamento de bauxita em Poços de Caldas (MG), a Alcoa informou que os investimentos no projeto foram ampliados em mais R$ 20 milhões, totalizando R$ 330 milhões.

O empreendimento vai mudar a forma com que a unidade lida com os rejeitos em suas operações. A empresa está concluindo a instalação de um novo sistema de filtragem, na qual um filtro-prensa de fabricação italiana passará a tratar os resíduos originados na refinaria, transformando-os em tortas secas que serão estocadas em área própria pelo método de empilhamento a seco.

Tradicionalmente, o resíduo de bauxita é enviado para áreas de secagem como lama e, em seguida, seca ao sol. Com a filtragem, a umidade do bolo será removida, com praticamente toda a água sendo reaproveitada no processo produtivo. E a estabilidade geotécnica das áreas de operação é melhorada.

A empresa trouxe para Minas Gerais a tecnologia já adotada em duas refinarias de bauxita do grupo na Austrália, que tem a meta de reduzir os índices globais de resíduos de por tonelada métrica de alumina produzida em 15% até 2030, a partir de uma linha de base de 2015.

“A implantação dos filtros-prensa na planta de Poços de Caldas faz parte dos mais de R$ 800 milhões que estão sendo investidos pela Alcoa no Brasil, que contemplou também a retomada da produção de alumínio na Alumar, em São Luís (MA), reiniciada no final de abril, tornando o nosso país novamente autossuficiente em metal primário”, afirma Otavio Carvalheira, VP de Operações Brasil, San Ciprian, Oriente Médio e África e presidente da Alcoa Brasil.

As obras em Poços de Caldas começaram em agosto de 2021 e contemplam a instalação de três filtros. Em julho, foi concluído o comissionamento das Utilidades do Filtro 3, com os testes de operação previstos para agosto.

A empresa informou que o comissionamento das Utilidades do Filtro 2 também já está completo, e o encerramento estava previsto para 30 de agosto, com início dos testes de operação com resíduo. Já o primeiro filtro tem término do comissionamento previsto para 28 de setembro, com início dos testes de operação com resíduo em 29 de setembro. Durante o mês de outubro serão realizados os testes finais com os 3 filtros em funcionamento, com inauguração em novembro de 2022.

“Estes investimentos marcam uma nova era de sustentabilidade da companhia, na disposição de resíduos de bauxita e na produção de alumínio com energia limpa”, completou Carvalheira. O foco principal da Alcoa, neste momento, está na filtragem de rejeitos e nas novas áreas de disposição de resíduo a seco, além de investir na descaracterização e na reabilitação das áreas que foram usadas para disposição de resíduo úmido.

A planta em Poços de Caldas é a única, em todo sistema Alcoa Global, com uma fábrica de pó de alumínio. Opera uma produção próxima a 12 mil toneladas/ano, de pós grosso, fino e super-fino, para o mercado doméstico e também voltada para o internacional. Até 2014, no local, funcionava uma fundição que foi fechada devido ao elevado custo produtivo. Atualmente, as operações em Minas Gerais abrangem mineração, refinaria, químicos, refusão e fábrica de pó de alumínio.

“É um desafio formidável fazer essa transição de tecnologia – quando sai da produção de resíduo úmido para resíduo seco. Contamos com suporte de empresas parceiras e de engenharia. Também é importante destacar a participação dos nossos centros de excelência e de outras áreas técnicas da Alcoa, que deram suporte ao desenho de como se dará, daqui por diante, nossa forma de operação, o nosso trabalho”, disse Fábio Martins, gerente-geral de operações da Alcoa Poços de Caldas, ao portal da revista Minérios e Minerales.

Os desafios, destacou Fábio Martins, não foram só de engenha[1]ria, mas também na área de segurança. Para esse projeto foram contratadas mais de 15 empresas e cerca de 450 trabalhadores terceirizados. Além de manter a planta em plena carga de produção, a Alcoa se preocupou também com a segurança dos funcionários – diretos e indiretos. Outra preocupação foi a de evitar riscos ambientais.

“Como líder da planta, tenho orgulho de dizer que completamos 60 mil horas sem nenhum funcionário afastado neste projeto. A cultura Al[1]coa em segurança avança, e conseguimos que as empresas contratadas, os nossos parceiros, executassem uma obra dessa complexidade tendo a segurança como métrica número 1 na entrega do projeto”, apontou Martins, destacando que o empreendimento está “totalmente dentro do cronograma”, tanto da entrega física da planta, quanto do orçamento.

ALCOA EM POÇOS DE CALDAS

A multinacional americana Alcoa está no Brasil há 57 anos. A fábrica de pó de alumínio completou 40 anos no mês passado. Em 2000, passou por um processo de modernização e é uma das únicas no mundo que utilizam um sistema vertical – câmara de atomização.

Na operação da planta em Poços de Caldas, há 400 funcionários envolvidos diretamente na produção, e cerca de 200 administrativos, que fornecem serviços para outras unidades. Além de gerar empregos, a unidade está sempre buscando desenvolver os parceiros locais.

“Poços de Caldas é uma planta extremamente importante para todo sistema, tanto para o sistema regional, quanto para o global da Alcoa. Pelo tamanho, acabamos desenvolvendo as tecnologias que até futuramente poderão ser usadas para outras plantas, como também profissionais que saíram de Poços de Caldas e hoje estão em outras unidades da Alcoa pelo mundo”, informa Fábio Martins.

O gerente-geral de operações da Alcoa Poços de Caldas ressaltou, ainda, a importância da planta para a cidade, por ter sido a primeira grande indústria da região. “Não é possível desassociar o desenvolvimento de Poços de Caldas da Alcoa, desde toda a geração de empregos, infraestrutura que trouxemos para a cidade e o trabalho social que a Alcoa faz, não só diretamente na área que atuamos, mas em outros municípios, como Caldas, Divinolândia, Andradas e outros”, finalizou.

No Brasil, a Alcoa possui três unidades produtivas, em Poços de Caldas (MG), São Luís (MA) e Juruti (PA), além de participação acionária em quatro usinas hidrelétricas: Machadinho, Barra Grande, Serra do Facão e Estreito. Em Poços de Caldas, além da Fábrica de Pó de Alumínio, a Alcoa tem operações de mineração, químicos e refusão.

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