Desafios da mineração foram discutidos em seminário internacional em Belo Horizonte

Desafios da mineração foram discutidos em seminário internacional em Belo Horizonte

Representantes de importantes players do mercado estiveram reunidos em Belo Horizonte, no último dia 6, em evento promovido pela Metso para discutir os desafios atuais da mineração. Durante a edição 2025 do seminário internacional , os principais clientes da empresa acompanharam uma análise geopolítica apresentada pelo jornalista e analista Lourival Santanna, da CNN, e puderam debater a respeito de temas relevantes para o setor no cenário atual.

O Brasil está vivenciando uma verdadeira corrida pelos minerais de transição energética e em “A Corrida dos Minerais – Impulsionando a Transformação Energética Global”, Renato Possancini (Ero Copper), José Augusto Palma (VP Aclara Resources), Fabiano Costa (AMG Mineração) – com moderação de Eduardo Nilo (Metso) – puderam mostrar a atuação de cada uma das empresas. Renato Possancini, por exemplo, comentou a respeito dos desafios da produção de cobre, que passou a ser considerado um mineral crítico não só no Brasil, mas em todo o mundo. E a importância de parcerias estratégicas no desenvolvimento de tecnologias.

“Há poucas ofertas novas de concentrado de cobre. Por isso, é super importante focarmos na desburocratização, que é o principal ponto, o nosso grande desafio. Defendemos ter um alto standard de políticas ambientais, é claro, mas que a gente consiga agilizar os processos. É crucial desde a concepção do projeto, trazer para a mesa os parceiros estratégicos que vão nos ajudar no desenvolvimento das tecnologias que vamos adotar e, também, governo e órgãos ambientais para participar juntos”.

No mesmo painel, Fabiano Costa relembrou a dedicação da AMG para transformar o rejeito de tântalo em uma nova frente de negócio com o lítio, destacando a parceria com o fabricante na construção da planta – com a descoberta, em 2011, do mineral espodumênio. “Me lembro do meu chefe na época perguntando se eu estava vendo muito desenho dos Jetsons”, disse, entre risos, Costa, lembrando das primeiras notícias em torno de carros elétricos que estavam sendo desenvolvidos por Elon Musk à época – e que hoje são uma realidade. “E foi uma grande virada. Fizemos investimentos vultuosos. Foi o maior investimento depois do IPO da AMG. E hoje o grupo se moldou para que a estratégia do lítio tornasse um dos nossos focos principais”, ressaltou.

Em “Mineração Inteligente – A importância da Análise de Dados”, Thiago Vale (CSN), Lennon Breno (Vale), Wemerson Santos (Aura Minerals) discutiram como a digitalização, a automação e a análise dos dados está transformando as operações no setor. Os três convidados são líderes desta área nas empresas em que trabalham e trocaram ideias e falaram sobre experiências de sucesso.

Na CSN, por exemplo, Thiago Vale lidera a aplicação de sensoriamento inteligente e análise de dados para manutenção preditiva, e vem atuando na transformação da cultura operacional da empresa. Lennon Breno, líder de arquitetura de tecnologia digital na Vale, conduz projetos de automação, digitalização e uso de dados em larga escala, além do desenho e implementação de tecnologias como 5G, que suporta equipamentos autônomos, alinhando inovação à sustentabilidade. Wemerson Santos, gerente de manutenção na Aura Minerals, falou a respeito da aplicação de monitoramento online em equipamentos críticos, que tem gerado ganhos em confiabilidade e planejamento. Esse painel foi moderado por Anderson Brini, VP da Metso.

Outro painel de destaque foi “90 Dias para Operar – A Inovação dos Novos Modelos de Negócio”, com Pablo Mendes (LHG Mining), Geovan Oliveira (Vale) e Tiago Batalha (Metso). Chamou muito a atenção dos presentes o case apresentado pelo representante da LHG Mining, a respeito do trabalho desenvolvido na planta da empresa em Corumbá (MS) em apenas três meses.

“Foi o processo de contratação de uma usina de 3,5 milhões t, para fazermos a implantação e todo o processo de operação dessa planta. E em 90 dias conseguimos fazer terraplanagem, compramos equipamentos e instalamos. Começamos a processar minério neste período recorde”, contou Pablo Mendes, ressaltando que já participou de processos dessa envergadura que levaram cerca de quatro anos para operar.

“A diferença para este foi o empenho das pessoas, de acreditar que é possível fazer. Contratamos a Metso para fazer toda a parte de engenharia, de implantação, até entregar a usina rodando”, ressaltou Mendes, destacando que o prazo era uma necessidade da LHG, que tinha pouco tempo para alcançar a meta estipulada – passar de 2,5 milhões t de minério de ferro para os atuais 12 milhões t. O próximo objetivo é alcançar 14 milhões t no próximo ano.