Uso de inteligência artificial em projetos ferroviários é destaque em evento global

Uso de inteligência artificial em projetos ferroviários é destaque em evento global

A Vale acaba de receber distinção no cenário tecnológico internacional: a aprovação para apresentar seu trabalho no Rail Summit 2025 (PARS), evento global com foco na transformação digital e no futuro da engenharia ferroviária. O projeto intitulado “Aplicação de Inteligência Artificial na Verificação de Projetos de Terraplenagem de Ferrovias” marca um avanço significativo na otimização de projetos ferroviários e evidencia a excelência técnica das equipes da Vale. A solução desenvolvida integra inteligência artificial generativa com algoritmos clássicos de pesquisa operacional — como Dijkstra e
Stepping Stone — para automatizar e otimizar a distribuição de terraplenagem em projetos ferroviários. Essa abordagem supera os métodos tradicionais ao permitir análises em poucas horas, o que levaria dias no método tradicional. O desafio central da terraplenagem envolve a definição das melhores rotas e volumes de transporte entre centros de origem (áreas de corte) e destino (áreas de aterro), considerando não apenas distâncias e custos, mas também segurança dos trabalhadores, prazos de execução e compatibilidade geotécnica dos materiais. Tradicionalmente, esse processo exigia análises manuais extensas e cálculos repetitivos, limitando a avaliação de alternativas.

Os resultados são expressivos: a metodologia reduziu em 75% o tempo de análise e proporcionou uma economia de 5% no esforço de transporte, respeitando rigorosamente parâmetros técnicos como CBR (California Bearing Ratio), módulo resiliente e coeficientes de expansão dos solos. A automação cobre todo o fluxo de trabalho — da extração de seções no AutoCAD Civil 3D à geração de aplicações web interativas para visualização dos resultados. Essa integração oferece aos analistas acesso imediato a análises complexas por meio de interfaces intuitivas, democratizando o uso de técnicas avançadas de otimização.
O diferencial técnico está na modelagem flexível e na simulação ágil de cenários em tempo real, com verificação automática da compatibilidade geotécnica entre materiais. Isso proporciona soluções não apenas economicamente eficientes, mas também tecnicamente seguras e viáveis. Outro avanço é a padronização automatizada de relatórios e documentação técnica, dando consistência nos resultados independentemente da equipe envolvida e elevando o padrão de qualidade dos projetos.

Reconhecido como um dos principais eventos tecnológicos do setor ferroviário, o Rail Summit 2025 reunirá especialistas, empresas e instituições de pesquisa de todo o mundo. A apresentação da Vale, marcada para 4 de novembro, posiciona a empresa como referência global em inovação aplicada à engenharia ferroviária.
De acordo com Cristian Lourenço, Gerente Geral de Engenharia da Vale, a participação no evento representa uma oportunidade estratégica para estabelecer parcerias e promover o intercâmbio de experiências com outros projetos de vanguarda. Desenvolvido de forma colaborativa por profissionais internos, o projeto é replicável e adaptável a diferentes contextos e setores. Outra iniciativa, inicialmente aplicada à disciplina de Geometria, o protocolo automatizado contemplou parâmetros técnicos de curva horizontal, curva vertical e superelevação. A solução, que atua como co-conferente digital, promoveu uma transformação significativa nos processos de análise: a produtividade da equipe de Engenharia aumentou em mais de 95%, e a qualidade das verificações evoluiu de amostral para completa, com maior assertividade e confiabilidade. O projeto também contribuiu para a redução de retrabalho, minimização de erros humanos e conflitos em campo, além de liberar a equipe para atividades analíticas e inovadoras.
Mais do que uma conquista técnica, a seleção para o Rail Summit simboliza a capacidade da Vale de transformar conhecimento em soluções práticas que geram valor real para seus projetos e para a sociedade. “Com essa participação, a empresa reafirma sua liderança tecnológica no setor ferroviário nacional e projeta a expertise de seus engenheiros para o cenário global, inspirando novas gerações a explorar o potencial transformador da inteligência artificial na infraestrutura de transportes”, afirma Cristian Lourenço.


RECONHECIMENTO LOCAL
No cenário nacional, dentro desse mesmo tema, a Vale também foi reconhecida nesse ano com o primeiro lugar na categoria “Contratante Privado” durante o BIM Fórum Conference 2025, realizado em maio, em São Paulo. A premiação, promovida pelo BIM Fórum Brasil, destaca as melhores práticas na aplicação da metodologia BIM (Building Information Modeling) no país, valorizando iniciativas que impulsionam a transformação digital no setor AECO (Arquitetura, Engenharia, Construção e Operações).
O case vencedor da Vale apresentou a aplicação integrada do BIM ao controle tecnológico no Complexo Mariana, especificamente na Barragem Campo Grande, em Minas Gerais. Desenvolvido ao longo de uma jornada iniciada em 2019, o projeto representa um marco na adoção de soluções digitais para aprimoramento da eficiência, qualidade e rastreabilidade em obras de infraestrutura.
“A conquista reforça o alinhamento da Vale com sua estratégia de transformação digital, promovendo a modernização de processos, o uso de tecnologias inovadoras e o fortalecimento de redes colaborativas. A participação no evento também evidencia o compromisso da empresa com a excelência operacional e a adoção de práticas sustentáveis e eficientes”, reforça o diretor de Projetos de Descaracterização de Barragens, Douglas Carvalho.


SAIBA MAIS SOBRE A ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO DIGITAL NA VALE
“Esse conjunto de iniciativas vem consolidando as metodologias BIM, AWP e LPS como pilares estratégicos de gestão dos Projetos da Vale, reafirmando o compromisso da empresa com a inovação, a excelência técnica e a transformação digital no setor mineral”, é o que explica o diretor de Projetos Serra Sul da Vale, Heuser Hortmann. De acordo com o gestor, a maturidade e disciplina na aplicação de metodologias como BIM, AWP e LPS nas fases de desenvolvimento influenciam na execução das atividades na fase de construção de três maneiras: Planejamento visual com modelos 3D/4D: o uso de BIM integrado a ferramentas de planejamento permite visualizar o cronograma e o progresso físico simultaneamente.
Planejamento orientado à prontidão: a maturidade no uso dessas metodologias garante que as atividades sejam executadas com os recursos certos, no momento certo, evitando atrasos e desperdícios. BIM como base técnica confiável: quando bem implementado, o BIM fornece modelos precisos que alimentam os pacotes de trabalho do AWP. LPS como suporte a rotina: rotinas bem estabelecidas para gerenciamento do plano de implantação, mapeamento e eliminação de restrições, programação semanal, check diário de performance.

Referenciamos Janaína Brito Freitas, Gestão de Projetos, Engenharia e Construção Digital.