Programa Novo Carajás: Vale vai investir R$ 70 bi em 5 anos para ampliar produção de minério e cobre no Pará

Programa Novo Carajás: Vale vai investir R$ 70 bi em 5 anos para ampliar produção de minério e cobre no Pará

Em fevereiro deste ano, a Vale lançou o Programa Novo Carajás, que se concentra na otimização da produção de minério de ferro e na aceleração do crescimento da produção de cobre em seu Sistema Norte, na região de Carajás (PA), rica em minerais, essencial para a descarbonização global e a transição energética. A mineradora divulgou que irá investir R$ 70 bilhões na expansão da produção no município de Parauapebas entre 2025 e 2030. Atualmente, informou recentemente a empresa, estão sendo realizados estudos geológicos para direcionar a aplicação do investimento.

“Temos cinco anos para definir e iniciar a implantação. Estamos estudando onde é mais fácil, mais rápido, com menor energia, já aproveitando alguma instalação existente”, comentou o diretor do corredor Norte da mineradora, Gildiney Sales, durante encontro com jornalistas em Parauapebas (PA), em junho.

A região abriga o maior complexo de produção de minério de ferro da companhia, que prevê chegar a um ritmo de 200 milhões de toneladas por ano (Mtpa) daqui a cinco anos, a partir do adicional de 20Mt com a expansão da mina de Serra Sul (S11D) e a reposição da exaustão das minas atuais. No caso do cobre, o crescimento esperado é de 32%, elevando a produção na região para cerca de 350 mil toneladas (Kt).

O anúncio foi feito na Oficina N5 do Complexo Serra Norte Carajás, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A iniciativa, destacou a Vale, engloba investimentos estratégicos em tecnologia, protocolos de saúde e segurança, operações e manutenção de equipamentos e medidas de sustentabilidade, aproveitando a experiência operacional na região. 

O projeto em Serra Sul, com 73% de avanço físico, consiste na abertura de novas áreas de lavra, duplicação do transportador de correia de longa distância (TCLD) e implantação de novas linhas de beneficiamento. Também está prevista a ampliação das áreas de estocagem e dos equipamentos de mina. A Vale produziu 177,5 milhões de toneladas de minério de ferro no Sistema Norte (formado pelas serras Sul, Norte e Leste) no ano passado, além de 265,2 mil toneladas de cobre.

De acordo com a Vale, o programa reúne o potencial de expansão minerária de Carajás, incluindo as minas em operação, expansões e novos alvos, para impulsionar o beneficiamento de minerais críticos para a produção de aço verde (minério de ferro de alta qualidade) e de metal para transição energética (cobre).

“Carajás é um caso de sucesso de parceria entre público e privado, voltada para a proteção da floresta onde produzimos, com processos de mineração a seco e tecnologias inovadoras, cerca de 60% do minério que o Brasil exporta”, afirma o CEO da Vale, Gustavo Pimenta. “O Programa Novo Carajás traz ganhos para o Brasil, com o potencial de posicionar o país na liderança global no fornecimento de minerais críticos e reforçar seu protagonismo no combate às mudanças climáticas, e para a Vale, ao ampliar uma frente de negócio que gera valor e alavanca oportunidades estratégicas de mercado para a companhia em uma economia baseada na indústria de baixa emissão de carbono.”

Atualmente, o Sistema Norte é responsável por mais da metade da produção de minério de ferro da Vale. Em 2024, de um total de 328 milhões de toneladas produzidas pela empresa, 177,5 milhões t foram aportadas pelos três complexos localizados no estado do Pará, sendo cerca de 94,5 milhões de toneladas em Serra Norte (incluindo Serra Leste) e 83 milhões t no complexo S11D.

A partir do potencial de expansão minerária de Carajás, incluindo as minas em operação, expansões e novos alvos, a companhia destacou que o programa impulsionará o beneficiamento de minério de ferro de alta qualidade, fundamental para a produção de aço verde, e de cobre, que tem papel central para a transição energética.

No Pará, a Vale produz ainda cobre e níquel nas minas do Sossego, Salobo e Onça Puma. No caso do cobre, o crescimento esperado é de 32%, elevando a produção na região para cerca de 350 mil toneladas (Kt). Com isso, o programa terá uma contribuição relevante no PIB do Pará, na ordem de R$80 a 100bi/ano. A produção futura, nas bases atuais, permitirá um aumento de R$ 15 bilhões nas exportações do estado.

Ainda de acordo com a mineradora, o programa contém uma série de investimentos em tecnologia, saúde e segurança, manutenção de equipamentos e operações, sustentabilidade, alavancando o expertise da companhia na região.

Durante o anúncio, a Vale destacou que vem intensificando o foco em ações relacionadas à transição energética e descarbonização: desde a produção do minério de ferro de alta qualidade, que aumenta a eficiência do alto-forno e reduz emissões das usinas siderúrgicas, passando pela oferta de níquel e cobre, essenciais para a produção de carros elétricos, até o desenvolvimento de produtos inovadores como o briquete, que diminui em até 10% as emissões na siderurgia.

A companhia também tem investido na mineração circular, como é o caso do projeto Gelado, em Carajás. Até 2030, a Vale prevê que 10% da produção total de minério de ferro seja composta por produtos de mineração circular. A partir da produção de 6 Mtpa resultante do reaproveitamento de rejeito, a Vale destacou que Gelado “terá um papel fundamental nessa meta, em direção a uma mineração sem rejeitos e produtos com baixa pegada de carbono”.