A Mineração Taboca investiu mais de R$ 30 milhões na operação da Mina de Pitinga, no Amazonas, em 2025. O aporte faz parte de um plano de longo prazo iniciado após a chegada da nova controladora, a chinesa CNMC (China Nonferrous Metal Mining Group).
Localizada no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas, a mina é uma das principais fontes de produção de estanho do país, além de outros minerais. A Taboca foi fundada em 1969 e atua de forma integrada, desde a extração até a fundição do estanho, feita na unidade de Pirapora do Bom Jesus (SP). O produto final, com pureza de 99,9%, é comercializado globalmente e registrado na Bolsa de Metais de Londres sob a marca Mamoré.
Segundo o diretor de Engenharia e Serviços Técnicos da empresa, Rodrigo Freitas, os investimentos previstos para 2025 fazem parte de um plano mais amplo de expansão.
“Estamos trabalhando para ampliar a vida útil da mina, aumentar a produção e incluir novos produtos no portfólio. O potencial da área é grande, e nosso objetivo é desenvolver essa operação com responsabilidade”, afirma.
Entre as prioridades estão a modernização das plantas, o reforço das atividades de pesquisa geológica e a avaliação de novos minerais de interesse estratégico, como háfnio, zircônio e terras raras — todos com demanda crescente no setor de energia.
Produção e exportações
Em 2024, a Mina de Pitinga processou mais de 8,4 milhões de toneladas de minério bruto e produziu 6,2 milhões de toneladas de minério beneficiado. Desse volume, foram extraídas 7.969 toneladas de finos de estanho, 7.703 toneladas de nióbio e tântalo, além de 5.914 toneladas de estanho refinado e 4.618 toneladas de ferroligas com esses metais.
As exportações ultrapassaram US$ 279 milhões, sendo US$ 178 milhões em estanho e US$ 101 milhões em ferroligas.
A operação conta com frota própria e apoio de empresas parceiras como ARMAC, TOMIASI e VDA para logística e movimentações internas. A estrutura inclui caminhões, escavadeiras e outros equipamentos industriais.
A Taboca afirma ter investido cerca de R$ 18 milhões em ações ambientais diretas em 2024, como recuperação de áreas degradadas, controle ambiental e conservação da biodiversidade. Considerando também os investimentos indiretos, os valores chegaram a mais de R$ 50 milhões — cerca de 45% dos gastos totais da empresa no período. Para 2025, esse valor foi ampliado para R$ 92 milhões.
Segurança e tecnologia
Na unidade de Pirapora do Bom Jesus (SP), a empresa completou cinco anos sem acidentes com afastamento. A marca rendeu reconhecimento do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM), com o selo Triplo Zero. Segundo o engenheiro Mário Augusto, da área de Saúde e Segurança, o resultado reflete o engajamento dos funcionários e a cultura interna de prevenção.
O Complexo de Pitinga tem capacidade para processar 9,2 milhões de toneladas de minério por ano, em três plantas. O processo vai da britagem primária à concentração, resultando em pré-concentrados e concentrados de estanho, nióbio e tântalo.
Na unidade de São Paulo, o concentrado de cassiterita vira estanho de alta pureza. Já em Pitinga, são produzidas ligas metálicas com tântalo e nióbio, usando tecnologia aluminotérmica.
A logística combina transporte rodoviário e hidroviário, ligando a floresta amazônica aos portos internacionais, com escoamento via Santos (SP).
Planta de beneficiamento
A planta de beneficiamento mineral é composta por equipamentos capazes de processar material extremamente dúctil proveniente da rocha sã, com alimentação dos sistemas de britagem em uma média diária de 20.000t e teores de 0,18% de contido para Sn e 0,24% de contido de Nb+Ta, além de sistema de concentração com corpos moedores e separadores gravimétricos que entregam material para as etapas de flotação com teores contidos de 2,4% Sn e 2% Nb+Ta que, por sua vez, obtêm concentrados que seguem para a etapa de metalurgia com 48% Sn contido e 35% Nb+Ta.
Nas metalurgias, a Taboca obtém como produto final na unidade de PBJ o estanho Mamoré, bem como ligas por meio da metalurgia de PTG, comercializadas em três tipos de produtos com destinações específicas aos mercados consumidores, produtos estes classificados como FeTa, FeNb e FeNbTa obtidos do processo aluminotérmico.
Transporte do minério (produto proveniente das usinas de beneficiamento)
Movimentações em modal rodoviário e hidroviário, sendo:
Para beneficiamento metalúrgico das ligas de FeNbTa, os concentrados seguem para a planta metalúrgica localizada em PTG em modal rodoviário único e exclusivo.
Para o caso da cassiterita, há o modal rodoviário de PTG para Manaus e de Manaus até o porto de Santos via modal hidroviário, transporte que demanda aproximadamente 15 dias até o destino final.
Para todos os produtos finais (Ligas FeNbTa, FeTa, FeNb e Sn), o transporte é executado de forma rodoviária até o porto e, do porto, aos principais clientes internacionais em modal hidroviário.
Produção da Mina de Pitinga
O Complexo Mineiro de Pitinga / Presidente Figueiredo (AM) produz Rocha Granítica, poli metálicos como a Cassiterita, Columbita e Tantalita. A capacidade instalada de operação da mina é de 9,2M t/ano. Início de operação: 03/2006. Método de lavra: Cava a céu aberto com uso de explosivos. Também em Presidente Figueiredo estão três plantas: A Planta de Britagem, Moagem e Concentração em Espirais, possui capacidade de alimentação:
6.800.000 t/ano de ROM;
capacidade de produção: 350.000 t/ano de pré-concentrado.
O processo compreende as etapas de britagem primária, secundária, terciária e quaternária, seguidas de moagem e concentração gravimétrica em espirais. Concentrado rico em Sn, Nb e Ta enviado para o processo de flotação. O Pré-Concentrado é produzido na UBM (Unidade de Beneficiamento de Minérios) – Flotações. Capacidade de alimentação:
- 350.000 t/ano de concentrado;
- Capacidade de produção: 6.800 t/ano de Sn e 3.550 t/ano de Nb+Ta.
Processo: Remoagem do pré-concentrado, em seguida flotação e separação magnética do concentrado flotado, gerando concentrado de Sn. Rejeito da flotação de Sn passa por espirais concentradoras e nova moagem, alimentando em seguida a flotação de Nióbio + Tântalo, gerando concentrado final de niobatos. Concentrado de Sn enviado para metalurgia em Pirapora do Bom Jesus/SP e concentrado de Nióbio + Tântalo enviado para metalurgia em Pitinga.
Produção registrada em 2024:
- Minério Bruto/ROM: 8.459.046t
- Minério beneficiado: 6.229.495t
- Finos Sn: 7.969t
- Finos NbTa 7.703t
- Sn refinado 5.914t
- Ferroligas (Nb/ Ta/ NbTa): 4.618t
Dimensões da cava:
Cava Existente:
Área:………………………..640.000 m2
Largura:………………………….830 m
Comprimento…………………. 955m
Cota mais baixa:………………..40m
Cota mais alta:…………………260m
Profundidade:…………………..220m
Cava de Reserva:
Área:………………………………. 1.270.000m2
Largura:………………………………… 1.180m
Comprimento………………………….1.550m
Cota mais baixa:…………………………-10m
Cota mais alta:…………………………..260m
Profundidade:…………………………….270m
Frota de carregamento e transportes (número de unidades e carga útil, modelos dominantes):
Recurso exclusivo da mina, ou seja, frota própria para as atividades da mina.
Transporte:
- 18 Caminhões Scania Modelo G500 de 40ton.
Carga:
- 3 Escavadeiras Modelo CAT 374 de 70ton com caçamba de 4,6 m3
- 2 Escavadeiras Modelo CAT 336 de 33ton com caçamba de 2,4m3
Auxiliares:
- 10 equipamentos entre tratores de esteiras, motoniveladoras, carregadeiras e rompedores.
- Existe frota contratada para demais movimentações com as empresas ARMAC, TOMIASI e VDA.
Receita Operacional Líquida em 2024
- R$ 1.545.480.000,00
Exportações em 2024
- Sn: 5.034t – US$ 178.234.000,00
- Ferroligas (Nb/ Ta/ NbTa): 4.470t – US$ 101.500.000,00
Investimentos realizados em 2024
- Pesquisa geológica: US$ 982.586,00
- Pesquisa tecnológica: US$ 422.000,00
- Equipamentos: US$ 6.947.230,00
- Infraestrutura: US$ 2.805.528,00
Investimentos programados para 2025
- Pesquisa tecnológica: US$ 488.000,00
- Equipamentos: US$ 3.961.760,00
- Infraestrutura: US$ 1.649.726,00




