Escolha do melhor modelo para operação, manutenção e inspeção periódicas, limpeza das vias, treinamento dos operadores são algumas das medidas que visam a prolongar a vida útil dos pneus
Kinross investe mais de R$ 21 milhões por ano em pneus
Na mina Morro do Ouro, localizada em Paracatu (MG) e responsável por aproximadamente 25% da produção de ouro brasileira, a Kinross gasta anualmente cerca de R$ 21 milhões com pneus. Nos últimos anos, a empresa vem implementando medidas para reduzir os custos e aumentar a vida útil desses elementos, que representam em média 30% dos desembolsos para manutenção da frota móvel.
Além dos procedimentos comuns no setor, que incluem manter as condições das vias em bom estado, acompanhamento e treinamento dos operadores e equipes de manutenção, estudos para escolha dos melhores compostos e desenhos de pneus e controle de aferição, a empresa passou a utilizar o nitrogênio como gás de inflação.
“Temos um diferencial que é a utilização de nitrogênio, garantindo melhor segurança no uso e melhor performance na vida útil dos nossos pneus. O nitrogênio gasoso mantém a pressão constante em todas as temperaturas e por mais tempo, fazendo com que os pneus sofram menos desgaste”, afirma o engenheiro Gilberto Azevedo, gerente geral da mina Morro do Ouro e vice-presidente da Kinross Brasil.
Para controlar a pressão e temperatura dos pneus, a mineradora utiliza o TreadStat, software fornecido pela Bridgestone que possibilita a identificação de falhas e aponta meios para rápida correção. O programa, que pode ser acessado em computadores, smartphones e tabletes, fornece relatórios detalhados sobre tempo de uso, calibração, desempenho no terreno e históricos das atividades de reparo. Nas oficinas de manutenção, os técnicos gastam cerca de 2,5 horas para trocar um pneu do caminhão Caterpillar 793D, com capacidade de 240 t. A operação é facilitada por meio de um equipamento denominado tire handler, utilizado para instalar e remover pneus de grande porte. Já a vida útil de um pneu Bridgestone 49/90R57 é de 8.500 horas. Após esse período, os pneus são recolhidos pela empresa Ruberbras para reaproveitamento da borracha na fabricação de placas de desgaste e reuso na indústria. Ao todo, a mineradora dispõe de 13 Caminhões Caterpillar 793D, 8 Caminhões Caterpillar 777C e 2 caminhões Caterpillar 777D. Outros equipamentos da empresa são: 19 caminhões pipa (três próprios e 16 da empresa Trek), 7 pás carregadeiras, 2 shovels, 6 tratores esteira, 4 motoniveladoras, 6 retroescavadeiras, 5 perfuratrizes, 2 sondas, 4 tratores, 3 caminhões basculantes e 3 caminhões rodoviários traçados.
Azevedo conta que a empresa não tem tido dificuldades para encontrar pneus no mercado brasileiro. “Hoje a oferta está maior do que a demanda. Além disso, a Kinross possui um contrato global com a Bridgestone, uma das principais fabricantes de pneus no mundo. Também utilizamos produtos das marcas Goodyear e Michelin”, comenta.
Os treinamentos para uso e preservação dos pneus são realizados pela mineradora em parceria com os fabricantes de pneus. “O desafio é sempre reduzir o custo aumentando a vida útil dos pneus. Nossos resultados melhoram dia a dia por meio das boas condições de pistas, do acompanhamento dos fabricantes com visitas técnicas periódicas, da escolha de melhores compostos e desenhos de pneus, do controle de aferição e de inspeções diárias”, completa Azevedo.
A mina Morro do Ouro em Paracatu, no noroeste de Minas Gerais, integra a Kinross Gold Corporation, grupo canadense com presença na América do Sul (Brasil e Chi le), América do Norte (Estados Unidos e Canadá), África (Gana e Mauritânia) e Eurásia (Rússia). Após o início de seu processo de expansão em 2006, a companhia elevou a capacidade de lavra de minério para 61 milhões t/ano, aumentando em cerca de três vezes sua produção anual e atingindo atualmente 17 t de ouro. A unidade tem vida útil estimada até 2030 e é um importante empreendimento industrial da região, respondendo por 15% dos postos de trabalho formais do município. São cerca de 1.390 empregos diretos e de 1.900 terceirizados.
Na Sama, cada pneu roda cerca de 2.400 horas até o descarte, feito com empresas de reciclagem de Goiás
2.400 horas de uso até o descarte
A mineradora Sama investe anualmente mais de R$ 2,3 milhões em pneus de médio porte para equipar sua frota de caminhões FMX, de motoniveladoras 140H CAT, pá carregadeira Volvo L220 e trator sobre rodas 824H CAT. As marcas mais usadas são Tecking, Michelin e Goodyear.
Levando em consideração os pneus de maior rotatividade, cada um roda em torno de 700 horas, tanto novo como recapado. A mineradora tem acompanhamento de um técnico da recapadora mensalmente, verificando calibragem, desgaste dos pneus, ministrando treinamentos dependendo da necessidade, e sugerindo melhorias no sentido de reduzir os custos. São em torno de 2.400 horas até o descarte. Quando se tornam inservíveis para a operação, são enviados para reciclagem em empresas licenciadas do Estado de Goiás. A Sama já testou várias marcas de pneus para definir qual seria a melhor carcaça e a partir daí escolheu fornecedores que usem o composto mais resistente as condições da mina.
Todos os fornecedores que fizeram serviços de recapagens, acompanharam o resultado de horas de operação dos pneus, até chegar ao ponto da retirada para segunda recapagem.
Existem na mineradora softwares de controle da vida útil dos pneus e os motoristas recebem orientações para uso consciente dos equipamentos e de atenção quanto à conservação das pistas de rodagem. Uma equipe de infraestrutura cuida diariamente das pistas, trabalho esse que é intensificado no período chuvoso.