No evento Electric Mine em Santiago, mineradoras revelam colaboração inédita

Electric Mine está sendo realizado pela revista International Mining, parceira editorial da MINÉRIOS&MINERALES, e recebeu 400 profissionais de mineração hoje na abertura dos trabalhos, inscritos por mineradoras globais como BHP, Rio Tinto, Vale, Anglo American, Codelco, Fortescue, Anglo Gold,  bem como nomes regionais tradicionais como Boliden, Torax, Antofagasta – todos engajados em programas de descarbonização na mina, que é o tema central da conferência. 

Guilherme Young – Coordenador de Operações da Revista Minérios&Minerales

O que mais chama atenção nas primeiras palestras é a colaboração mútua entre as mineradoras, esta jornada para reduzir a pegada de carbono, formando um movimento que reuniu ainda as iniciativas dos fabricantes de caminhões e equipamentos, que mesmo sendo concorrentes aceitaram trabalhar juntos com seus clientes de mineração.  Outra tendencia mostra que as novas tecnologias estão sendo aprimoradas para aplicação agnóstica—elas operam em máquinas e veículos de qualquer marca.

Outro fato que chega a ser surpreendente é a mineradora preferir reformar sua frota atual do que comprar caminhões novos.  Jason Bowsher, gerente de gestão de vida útil e descarbonização da mineradora Freeport McMoRan, revelou que a empresa não compra um caminhão novo –de classe Ultra – desde 2006,  tendo efetuado retrofit em 335 caminhões no período. Sua frota atual é de 466 unidades rodando.

Sebastian Rivas, gerente operacional e de descarbonização da BHP Chile, destacou que a empresa está investindo na modernização da infraestrutura das minas, antes de introduzir a eletrificação da frota. Ele está entre as operadoras de frotas que estão convencidos que o amadurecimento das tecnologias de baterias recarregáveis de alta potência– e sistemas de carga elétrica fixos ou móveis– ainda tem um longo caminho a percorrer. O caminhão mais confiável é ainda o caminhão diesel que já existe!

Rivas apontou na sua palestra que para um caminhão elétrico ter a mesma autonomia de um movido a diesel, êle precisaria de baterias pesando o equivalente ao caminhão vazio – isto é, não levaria carga útil.

Sebastian Rivas, gerente operacional e de descarbonização da BHP Chile

Aclara inaugura planta piloto para mineração de terras raras em Goiás

A Aclara, empresa líder em mineração, inaugurou sua planta piloto em Aparecida de Goiânia, em Goiás, consolidando sua presença no Brasil. O evento contou com a presença de autoridades, como o Vice-Governador Daniel Vilela, e marcou o início de testes semi-industriais para o futuro do Projeto Carina, localizado em Nova Roma, no nordeste goiano.

Com um investimento de R$ 30 milhões, a planta piloto tem como objetivo processar 250 toneladas de argilas iônicas. O resultado será um concentrado de terras raras com mais de 95% de pureza, essencial para a produção de tecnologias limpas.

Tecnologia e Potencial de Mercado

Murilo Nagato, Diretor-Geral da Aclara no Brasil, destacou a importância das novas instalações: “A operação da planta piloto será um componente-chave para melhorar a recuperação metalúrgica das argilas iônicas do Projeto Carina, onde encontramos terras raras como Neodímio, Praseodímio, Disprósio e Térbio.” Ele ressaltou o potencial da empresa, que “poderá fornecer terras raras pesadas suficientes para produzir 5 milhões de carros elétricos por ano”.

Leia também: Porto do Açu pode ter siderúrgica capaz de produzir 10 milhões de toneladas de aço por ano

A planta piloto utilizará a tecnologia patenteada “Colheita Mineral Circular” para otimizar o processo de extração, produzir amostras comerciais e verificar a compatibilidade com as argilas locais.

Inovação e Mineração Sustentável

A atuação da Aclara é pautada pelo conceito de mineração climaticamente inteligente. Seu processo de extração de terras raras se diferencia por ser ecologicamente responsável:

  • Não utiliza explosivos ou trituração.
  • Não gera resíduos líquidos.
  • Dispensa barragens de rejeitos.
  • Reutiliza 95% da água do processo.
  • Recupera 99% do principal reagente, que é um fertilizante natural.

José Palma, Vice-Presidente Executivo da Aclara, reforçou o propósito da empresa de se tornar um produtor sustentável de terras raras, essenciais para a fabricação de ímãs permanentes usados em veículos elétricos, turbinas eólicas e robótica, facilitando a transição para um futuro mais descarbonizado.

A operação da planta piloto, que gerará cerca de 80 empregos diretos e indiretos, é um passo fundamental para o desenvolvimento do Projeto Carina e para a consolidação da mineração de terras raras no Brasil.

Leia também: Mineração de esmeraldas gera 400 empregos diretos em Goiás

SGB: aberta consulta pública para definir prioridades da pesquisa mineral no Brasil

Divulgação/SGB

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) abriu nesta quarta-feira (1º) a consulta pública para a construção do Plano Decenal de Pesquisa de Recursos Minerais (PlanGeo 2026–2035). Interessados podem acessar o documento até o dia 15 de junho de 2025 pela Plataforma de Recursos Minerais.
 

O novo PlanGeo define as prioridades da pesquisa mineral brasileira para os próximos dez anos, com foco em minerais críticos e estratégicos, minerais nucleares, rochas e minerais industriais, além de projetos de inteligência mineral. O plano prevê ainda a adaptação a novos cenários de investimentos e a ampliação da equipe técnica, com o objetivo de aumentar o alcance e o impacto das iniciativas.


Na página da consulta, também estão disponíveis informações sobre a metodologia de seleção e priorização de áreas, os cenários considerados para a execução dos projetos e o histórico do mapeamento geológico no Brasil. Todo o material foi desenvolvido pela Diretoria de Geologia e Recursos Minerais do SGB, em alinhamento com as diretrizes do Ministério de Minas e Energia (MME).

O PlanGeo 2026–2035 dá continuidade ao planejamento anterior, agora revisado conforme as atualizações da Portaria Normativa nº 72/GM/MME, publicada em março de 2024. Com uma visão integrada e de longo prazo, o SGB reafirma seu compromisso em gerar conhecimento geológico estratégico para o uso sustentável dos recursos minerais, considerado fundamental para a soberania nacional e para a transição rumo a uma economia de baixo carbono.

A consulta pública está disponível aqui e todos estão convidados a participar, contribuindo para o futuro da pesquisa mineral no país.

Mapeamento Geológico: SGB revela potencial para tungstênio e ouro no RN

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) identificou áreas de alto potencial para a exploração de tungstênio e ouro no Rio Grande do Norte. A descoberta, detalhada no Mapa de Prospectividade da Região de Caicó – São Fernando – Jucurutu, na Província mineral do Seridó, aponta um cenário promissor para a pesquisa mineral no Nordeste.


Novas Oportunidades na Mineração Potiguar

O estudo do SGB analisou uma área que já possui 151 ocorrências minerais conhecidas e revelou que 62% delas estão concentradas em zonas de alto ou muito alto potencial. Essas zonas representam apenas 23,59% da área total mapeada, o que sugere um grande potencial para novas descobertas.

Leia também: Japão: força maior em minas de carvão da Rio Tinto atinge importador

A formação desses depósitos de tungstênio e ouro está ligada a eventos geológicos importantes, como a Orogênese Brasiliana (635 a 540 milhões de anos) e um evento hidrotermal posterior, que remobilizaram os minerais nas rochas.

O Papel dos Mapas de Prospectividade na Geologia

Os Mapas de Prospectividade Mineral são ferramentas essenciais para a pesquisa geológica. Eles ajudam a otimizar recursos, direcionando os estudos para as áreas mais promissoras, com base em dados geológicos, geoquímicos e geofísicos.

O SGB tem investido na elaboração desses mapas em áreas estratégicas do país, como o Quadrilátero Ferrífero (MG) e a Província de Carajás (PA), e agora a Província do Seridó (RN). A iniciativa visa aprimorar o conhecimento geológico e metalogenético do Brasil, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos projetos de mineração.

Mina Tico-Tico expande capacidade produtiva para 9 milhões t/ano

Localizada na região de Serra Azul, abrangendo os municípios de Brumadinho, Igarapé e São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais, a Mina Tico-Tico, da Mineração Morro do Ipê, prevê ampliar sua capacidade produtiva para 9 milhões de toneladas anuais, de minério de ferro, até 2025. Atualmente, a mina opera com uma capacidade instalada de 6 milhões de toneladas de pellet feed– de granulometria fina e baixa concentração de impurezaspor ano. Entre 2021 e 2023, a produção média de minério bruto – Run of Mine – ROM -foi de 3,487 milhões de toneladas. Já o projeto de expansão encontra-se em fase de estudos e engenharia.

Desde sua incorporação ao portfólio da Mineração Morro do Ipê S.A. em 2016, a Mina Tico-Tico consolidou-se como referência em tecnologia e sustentabilidade, contribuindo significativamente para a economia regional e para uma mineração ambientalmente responsável.

Antes de sua aquisição pela Mineração Morro do Ipê, a mina integrava os ativos da MMX Sudeste Mineração, empresa que enfrentava desafios financeiros e operacionais. Assim, a compra garantiu a continuidade das operações e implementou um modelo de gestão voltado para eficiência e sustentabilidade. Desde então, a empresa tem realizado investimentos contínuos, fortalecendo sua posição como um dos principais players do setor no Brasil.

Infraestrutura e operações

A Mina Tico-Tico dispõe de infraestrutura incluindo uma planta de beneficiamento equipada com tecnologias avançadas. O processo produtivo envolve etapas como britagem, moagem, flotação e filtragem, garantindo alta eficiência no tratamento do minério. Toda a operação de lavra é realizada por empresas parceiras, as quais atuam conforme a execução dos Planos de Lavra Anual, Mensal e Semanal.

Para garantir segurança e qualidade nas atividades, a empresa conta com quadro de aproximadamente 950 empregados, próprios e terceirizados. Para dar conta de todo o processo, os recursos utilizados na extração incluem escavadeiras de 50 toneladas e caminhões rodoviários 8X4, com capacidade de 40 toneladas para transporte de material.

Ao todo, são utilizados aproximadamente 140 equipamentos, incluindo 50 caminhões para movimentação de ROM, estéril, rejeito e produto. Todo o sistema de equipamentos é controlado por uma central de despacho, a qual otimiza a utilização dos ativos, aumentando a produtividade para atender à produção anual requerida.

Gestão de rejeitos e sustentabilidade

Em 2019, a Mina Tico-Tico desativou o uso de barragens de rejeitos, adotando um sistema de filtragem que permite o empilhamento a seco, além da recirculação da água utilizada no processo produtivo.

Para isso, o sistema opera com dois filtros prensa, separando a água do material sólido. Após a filtragem, a água retorna ao processo industrial por recirculação, enquanto os resíduos sólidos são encaminhados à pilha de estéril.

A Morro do Ipê possui, atualmente, três barragens desativadas e em processo de descaracterização. As estruturas B1 Auxiliar e B2 Tico-Tico estão localizadas na Mina Tico-Tico, em Igarapé, enquanto a estrutura B1 Ipê está situada na Mina Ipê, em Brumadinho. Mesmo sem operação, as barragens seguem sendo monitoradas durante 24 h pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG).

Já em 2024, a Morro do Ipê iniciou o processo de descaracterização – eliminação definitiva – da barragem B2 Tico-Tico, localizada no município de Igarapé. Até o momento, já foram removidas mais de 500 mil toneladas de rejeitos. A estrutura tem um volume total de 2.080.662 m³, e a conclusão da obra está prevista para 2026.  Agora em 2025, a empresa iniciará a descaracterização das outras duas barragens – B1 Ipê (Brumadinho) e B1 Auxiliar (Igarapé).

Adicionalmente, a empresa investe na redução da pegada de carbono, priorizando o uso de fontes de energia renováveis e promovendo a eficiência energética em seus processos e equipamentos.

Impacto socioeconômico e desenvolvimento regional

A Mina Tico-Tico desempenha um papel estratégico no desenvolvimento socioeconômico da região. Atualmente, emprega diretamente 857 colaboradores e gera 1.693 postos de trabalho indiretos, sendo que mais de 50% desses profissionais são moradores locais. Essa política de contratação fortalece a economia regional, impulsionando a geração de renda e oportunidades.

A Mineração Morro do Ipê também desenvolve diversas iniciativas sociais, incluindo projetos de educação ambiental, capacitação profissional para a comunidade local e investimentos em infraestrutura urbana. Um dos destaques é o Programa de Qualificação Profissional (PROQUALI), desenvolvido em parceria com a Prefeitura de São Joaquim de Bicas e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Desde 2019, o programa oferece cursos de capacitação gratuitos para moradores do município.

Investimentos e perspectivas futuras

Entre os anos de 2021 e 2023, a Mineração Morro do Ipê investiu R$ 1,3 bilhão no Projeto Tico-Tico, sendo que mais de 80% desse montante foi destinado a serviços contratados em Minas Gerais.

A ampliação da capacidade produtiva da Mina Tico-Tico e a extensão de sua vida útil, consolidarão a posição da Mineração Morro do Ipê entre as líderes do setor. Entre as iniciativas futuras, destacam-se a adoção de tecnologias emergentes, como a mineração autônoma, visando a ter maior segurança e eficiência operacional, além da implementação de soluções baseadas em inteligência artificial para otimização dos processos de beneficiamento.

Conheça o gerente da Mina, André Luiz Puygcerver do Carmo

Engenheiro de Minas com 20 anos de experiência no setor mineral, André Luiz Puygcerver do Carmo é responsável pela gestão das operações de infraestrutura, segurança, meio ambiente e pelo relacionamento institucional com órgãos reguladores, comunidades e sindicatos.

Com passagem por empresas familiares, liderou reestruturações voltadas ao reposicionamento de mercado e à otimização de processos operacionais. Sua formação inclui um MBA em Gestão de Negócios e Gestão Operacional, agregando conhecimento estratégico à gestão do empreendimento.

Mina do Ipê produz 2,7 milhões t/ano de produtos finais e adota empilhamento a seco desde 2019

Localizada nos municípios de Brumadinho, Igarapé e São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais, a Mina do Ipê está estrategicamente posicionada no Km 520 da Rodovia Fernão Dias (BR-381), uma das principais vias de ligação entre Belo Horizonte e São Paulo. Esse posicionamento privilegiado oferece infraestrutura logística, facilitando o transporte e o escoamento de sua produção.

Operada pela Mineração Morro do Ipê S.A, a mina é reconhecida por sua elevada capacidade produtiva – 2,7 milhões de tonelada de minério de ferro anuais – e pelo uso de tecnologias avançadas.

Desde que assumiu a gestão da Mina do Ipê em 2016, a Mineração Morro do Ipê tem tido como foco o aproveitamento das reservas minerais e a reestruturação das operações herdadas da MMX, antiga administradora. Essa transição resultou em ganhos significativos para a produtividade, sustentabilidade e governança das operações.

Produção em alta performance

A produção de sete mil toneladas de minério de ferro por dia possibilita a geração de três produtos. São eles: o concentrado; o sínter feed – um tipo de minério de ferro com granulometria entre 0,15mm e 6,3mm, aproveitado no processo de sinterização, isto é, na aglomeração de minérios de ferros muito utilizada na siderurgia, já que suas partículas finas não podem ser colocadas diretamente no alto forno.  Já o lump ore é granulado, um minério de manganês tipicamente silicatado e carbonatado, o qual apresenta grande potencial econômico como matéria prima para as empresas de ferroligas instaladas em terras mineiras.

Vale destacar que esses produtos são indispensáveis para produzir o aço, material que está presente em praticamente tudo ao nosso redor, desde automóveis, ferramentas, eletrodomésticos até pontes, aviões e navios. Outro ponto a ser destacado é que, entre os anos de 2021 a 2023, a produção de minério bruto (Run of Mine – ROM) da Mina do Ipê atingiu a média de 3.487 milhões de toneladas/ano.

A infraestrutura da Mina Morro do Ipê assegura o seu desempenho operacional e a qualidade dos seus produtos. O empreendimento contém instalações que combinam tecnologia e funcionalidade: sistemas avançados de monitoramento, transporte e pesagem; equipamentos para limpeza das máquinas e veículos; oficinas mecânicas e laboratórios químicos equipados.

Gestão de rejeitos e segurança ambiental

Desde 2019, a Mina Ipê não utiliza barragens de rejeitos em suas operações, adotando um modelo baseado no empilhamento de rejeitos secos. Essa metodologia elimina os riscos associados às barragens convencionais, assegurando maior segurança para as comunidades vizinhas. O rejeito gerado na planta passa por um rigoroso processo de filtragem, o qual possibilita a recirculação da água utilizada, reduzindo impactos ambientais e promovendo a eficiência no uso dos recursos naturais.

Além disso, a antiga barragem B1 Ipê, localizada em Brumadinho, encontra-se desativada e em avançado processo de descaracterização, com conclusão prevista ainda neste ano.

Com um quadro de 857 colaboradores diretos e 1.693 indiretos, metade dessa força de trabalho é proveniente das comunidades locais, sustentando a economia da região e fortalecendo o vínculo entre a empresa e a população do entorno.

Para a Mina do Ipê, a transição de gestão e as estratégias adotadas desde 2016 é que permitiram ganhos significativos em governança e produtividade.

Serra Azul pode triplicar produção até 4,5 milhões t/ano

A Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu, município localizado no Quadrilátero Ferrífero, foi descoberta em 1969 e iniciou suas atividades formais em 1974. Foi adquirida pela ArcelorMittal em 2008. Com sede em Luxemburgo, na Bélgica, a ArcelorMittal é uma das maiores produtoras de aço do mundo e trouxe à Mina de Serra Azul investimentos que ampliaram sua capacidade operacional.

Esse movimento de modernização incluiu a implementação de tecnologias que melhoraram os processos de beneficiamento e reduziram impactos ambientais. A mina não é apenas uma referência em produtividade, mas também um modelo de gestão alinhado às demandas contemporâneas de responsabilidade social e ambiental.

Estrutura e características operacionais

  • Nome: Mina de Serra Azul
  • Localização: Fazenda Córrego Fundo, Itatiaiuçu/MG
  • Produto principal: Sinter feed concentrado
  • Método de extração: Lavra a céu aberto com reaproveitamento de cavas exauridas e empilhamento a seco
  • Capacidade anual: 1,6 milhão de toneladas por ano (Mtpa), com expansão prevista para 4,5 Mtpa
  • Responsável operacional: Wanderley José de Castro, gerente geral de operações

O beneficiamento realizado na Mina de Serra Azul é um dos pontos altos de sua operação. A planta industrial, localizada na BR-381, incorpora os seguintes processos:

  • Britagem primária e secundária: redução inicial do tamanho do minério extraído;
  • Peneiramento: classificação do material por tamanho para atender às especificações de mercado;
  • Cominuição avançada: uso de tecnologia Barmac para refinar ainda mais o minério;
  • Separadores magnéticos: remoção de impurezas para aumentar o teor de ferro;
  • Sistema de desaguamento: redução da umidade do produto final, essencial para o empilhamento a seco.

Entre 2021 e 2023, a mina alcançou uma produção média anual de 2,73 milhões de toneladas de minério bruto (ROM). Desse volume, 1,46 milhão de toneladas foram transformadas em concentrado de alta qualidade.

Inovações sustentáveis

Desde 2012, a Mina de Serra Azul não utiliza barragens para a disposição de rejeitos. O empilhamento a seco, usado na mina, é um processo que desidrata os rejeitos antes de sua disposição, reduzindo os riscos de acidentes ambientais e garantindo maior segurança operacional.

Além disso, a mina tem investido na recirculação de água, alcançando índices superiores a 85%, e no monitoramento contínuo da qualidade ambiental.

Expansão para 4,5 milhões t/ano

Em 2021, a ArcelorMittal anunciou um investimento de R$ 2 bilhões para ampliar a capacidade produtiva da mina. A meta é triplicar a produção até o final de 2025, alcançando 4,5 Mtpa. A expansão inclui a construção de uma nova planta de beneficiamento projetada para processar itabirito compacto, um tipo de minério mais duro que exige tecnologias como moagem e flotação.

Essa ampliação não apenas prolongará a vida útil da mina, estimada agora até 2056, mas também permitirá o aumento da produção de pellet feed de alta qualidade. Esse produto será destinado principalmente às usinas do grupo na América do Norte e Europa, consolidando ainda mais a posição da Mina de Serra Azul no mercado internacional.

Impacto regional

A expansão da mina trará um impacto significativo para a região. Estima-se a geração de mais de 2.500 empregos diretos e indiretos durante a fase de construção, além de outros 370 postos permanentes após a conclusão do projeto.Além disso, a empresa mantém programas sociais voltados à educação e à saúde, contribuindo para o desenvolvimento local.

A Mina de Serra Azul não apenas beneficia o setor industrial, mas também impacta positivamente a comunidade local. Programas voltados à educação técnica e parcerias com escolas da região têm contribuído para a formação de profissionais qualificados.

Ucrânia deve priorizar EUA para desenvolver depósitos de minerais estratégicos

(Foto: Vatican News)

Para ter o apoio da administração Trump para encerrar a guerra pela invasão do seu território iniciada pela Rússia, o governo Zelesky informou que dará preferência a empresas americanas no desenvolvimento de depósitos de minerais considerados críticos pela aplicação na transição energética, eletrônica e indústria aeroespacial. O Fórum Econômico Mundial divulgou que a Ucrânia tem recursos geológicos potenciais que representam 5% do total mundial, incluindo terras raras, titânio, lítio, manganês, urânio, grafite, níquel, etc., e produz minério de titânio atualmente. Essa exploração inicial desses depósitos para confirmar seu potencial geológico somente seria possível com o fim da guerra e a retirada das tropas russas, em vista de se localizarem na sua maioria na região onde ocorreram intensos combates – Lugansk, Donetsk e Dnipro.

BHP já negocia distribuição do potássio de Jansen, que chega em 2026

(Foto / Divulgação: BHP)

Pensando em comercializar o produto da mina de Jansen, no Canadá, a partir do final de 2026, a BHP já negocia com potenciais distribuidores de potássio no Brasil, conforme divulgou o jornal O Valor, recentemente.

Conhecida pelo portfólio em minério de ferro, carvão e cobre, a BHP está entrando no mercado do potássio com o Projeto Jansen em Saskatchewan, Canadá. Quando em produção na sua 1ª etapa, a Jansen se tornará uma das maiores minas de potássio do mundo, produzindo aproximadamente 8,5 milhões de toneladas por ano (Mtpa). A construção da Jansen, em curso há vários anos, tem previsão da primeira produção para o final de 2026.

Com um investimento de CAD$ 14 bilhões (US$ 10,5 bilhões), o projeto Jansen está localizado aproximadamente 140 quilômetros a leste de Saskatoon. A BHP possui as licenças de exploração de potássio em todo o território, cobrindo aproximadamente 9.400 km2. A mina foi projetada para produzir MOP vermelho padrão e vermelho granular com um teor mínimo garantido de 60% de óxido de potássio (K2O).

Segundo o Grupo, quando iniciada sua operação, a expectativa é que a Jansen tenha uma capacidade de produção inicial de aproximadamente 8,5 milhões de toneladas por ano (Mtpa), com potencial para produzir de 16 a 17 Mtpa em estágios futuros. No ano passado, o 2º estágio de produção de Jansen já foi aprovado pela empresa.

Foto / Divulgação: BHP

Empresa de engenharia inaugura nova unidade de mineração em BH

Com mais de 30 anos de experiência em obras de infraestrutura e geotecnia, a SEEL Engenharia  inaugurou sua nova Unidade de Mineração em Belo Horizonte. Agora, a empresa que já lidera um projeto de grande porte em Ouro Preto (MG), se consolida como parceira das principais mineradoras do País, mostrando seu interesse pelo setor.

Seguindo as premissas do desenvolvimento sustentável, a SEEL destacou ainda, que implementou em suas obras diversas ações baseadas no conceito ESG, incluindo obras carbono zero e soluções que reduzam possíveis efeitos no meio ambiente, garantindo a segurança das comunidades locais no entorno de seus projetos. 

Com foco no desenvolvimento da mineração, recentemente, a empresa se associou ao Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) para participar dos principais eventos e comitês, colaborando e contribuindo também com iniciativas de cunho socioambiental.
 

“A infraestrutura da mineração é crucial para a segurança da população. Por isso, investimos em tecnologias e metodologias como BIM e Lean, nos preparando para o futuro da mineração no Brasil. A escolha da sede da unidade em Belo Horizonte foi estratégica, pois Minas Gerais tem uma vocação natural para a mineração, e estamos aproveitando essa oportunidade para nos consolidarmos como um player importante nesse segmento. Temos muitos clientes estratégicos na região e estamos em busca de novas parcerias e projetos”, afirma Eduardo Teixeira, diretor da Unidade de Negócios da SEEL em MG/ES, e que assumiu o cargo de diretor da nova Unidade de Mineração.
 

No final do ano passado, a empresa recebeu um novo integrante, Jonas Borçato, como Key Account Manager de mineração, com ampla experiência em siderurgia e mineração nos estados de Minas Gerais e do Pará. “A mineração passa por um momento desafiador, com crescentes requisitos ambientais e sociais. Queremos crescer de forma sustentável, mostrando nosso diferencial e contribuindo ativamente para um setor mais responsável e eficiente.”
 No setor de infraestrutura, a SEEL também inaugurou recentemente outras unidades especializadas em segmentos como Rodovias, Ferrovias, Saneamento e Energias Renováveis.

Capstone inaugura expansão da Mantoverde no Chile

A Capstone Copper Chile inaugurou formalmente o Projeto de Desenvolvimento de Mantoverde (MVDP), que envolve cerca de US$ 870 milhões em investimentos e estenderá a vida útil de Mantoverde por mais 20 anos, além de triplicar a produção anual de cobre da mina para 120.000 t.

Também terá foco sustentável com 100% de uso de água dessalinizada e 50% de energia renovável a médio prazo. E gerará mais de 1.000 empregos, com cerca de 70% deles contratados localmente. “Este projeto representa o potencial futuro da nova mineração de médio porte no país”, disse o CEO da Capstone Copper, John MacKenzie, na cerimônia de abertura, que também contou com a presença de representantes de um dos principais parceiros da iniciativa, a Mitsubishi Materials Corporation, e autoridades como a Ministra de Mineração, Aurora Williams, e o Governador do Atacama, Miguel Vargas .

O MVDP aumentou a produção de aproximadamente 35.000 t/a de cobre (somente cátodos) em 2022 para aproximadamente 120.000 t/a de cobre no segundo semestre de 2024. Uma nova planta concentradora está tratando material de sulfetos para produzir concentrado de cobre, enquanto minério de óxido continua a ser tratado na planta SX-EW existente. A mineração continua sendo a céu aberto usando caminhão e escavadeira. O novo concentrador tem capacidade de 12,3 Mt por ano. A construção foi concluída no final de 2023, com projeto turn-key de preço fixo contratado com a Ausenco.

A Capstone está atualmente analisando a próxima expansão do concentrador de sulfetos A empresa identificou que a capacidade da planta de dessalinização e os principais componentes dos circuitos de cominuição e flotação– desta etapa concluída de expansão de Mantoverde– são capazes de sustentar uma nova expansão sem grandes atualizações. A mineradora continua trabalhando com a equipe de engenharia da Ausenco para desenvolver esse novo projeto batizado de MVDP Otimizado ou MV-O, incluindo a avaliação dos custos e cronogramas de desgargalamento dos componentes secundários da planta para atender à meta de produção potencial.

A Capstone anunciou os resultados do estudo de viabilidade para MV-O em outubro de 2024 e planeja começar a construção de MV-O após seu pedido de licença ambiental . A licença deve ser aprovado no 1º semestre deste ano.

O rendimento da flotação na 2ª expansão considera a ampliação da planta atual, resultando em um rendimento médio de 16,4 Mt/ano de minério de flotação (45.000 t/d), do primeiro trimestre de 2026 a 2049, com um período de ramp-up que assume uma taxa de produção de 4,8 Mt em 2024 e 12,3 Mt em 2025.

O plano da mina considera a continuidade do processamento de minerais de lixiviação como parte de aproveitamento de sulfetos até 2037. O tratamento de minério no processo de pilha considera um tratamento anual médio de 10,9 Mt entre 2025 e 2030, enquanto o processo de despejo processará até 15,0 Mt/ano. O cronograma de mineração requer uma extração média de mina de 155 Mt movidas por ano de 2025 a 2037.. A lavra da mina diminui após 2037 até que as operações de mineração sejam concluídas em 2043. A planta de processamento continua a operar até 2049, tratando material de estoque de baixa qualidade.

A frota de carregamento consiste em carregadeiras frontais Cat 994K de 22 m3, pás elétricas a cabo Komatsu 4100XPC de 44 m3 e pás hidráulicas Komatsu PC5500 de 26 m3. A frota de transporte consiste principalmente em caminhões Komatsu 830E e uma frota de Cat 785s para remanusear material de óxido. Um pico de 65 caminhões será necessário entre 2032 e 2037 para a 2ª expansão em estudos.