Bolívia anuncia licitação para 50% de El Mutun e Jindal Steel investirá US$ 8 bilhões no projeto
Com reservas estimadas em 40 bilhões de toneladas de minério de ferro, o megaprojeto de El Mutun volta ao centro da agenda mineradora boliviana.
O governo da Bolívia anunciou que colocará em licitação internacional os 50% remanescentes do projeto de minério de ferro de El Mutun, considerado um dos maiores depósitos de ferro da América Latina.
A decisão ocorre após o país assinar uma carta de intenção com a Venezuela, mas manter a abertura do processo para outros investidores privados.
As estimativas oficiais apontam que El Mutun possui cerca de 40 bilhões de toneladas de minério de ferro, incluindo reservas de alto teor de ferro (Fe). O projeto é estratégico para o departamento de Santa Cruz, na fronteira com o Brasil, e pode transformar a Bolívia em um novo polo produtor de minério e aço no continente.
Jindal Steel confirma investimento de US$ 8 bilhões
Paralelamente, o parlamento boliviano aprovou o projeto de desenvolvimento dos outros 50% de El Mutun, sob responsabilidade da Jindal Steel & Power Limited, empresa indiana com presença global no setor siderúrgico e de mineração.
O plano prevê investimentos de aproximadamente US$ 8 bilhões ao longo de oito anos, com meta de produzir até 20 bilhões de toneladas de minério de ferro durante o período de concessão.
A proposta inclui também instalações industriais para beneficiamento e produção de aço, o que pode representar um salto significativo na industrialização da mineração boliviana.
Importância estratégica de El Mutun
Localizado no leste da Bolívia, próximo à fronteira com Corumbá (MS), o complexo de El Mutun é um dos maiores depósitos de ferro não explorados do mundo.
A exploração plena do projeto pode alterar o equilíbrio regional da produção mineral, reforçando a integração logística entre Bolívia e Brasil por meio da rota bioceânica e dos portos do Arco Norte.
Com o avanço da transição energética global e o aumento da demanda por aço verde, o projeto é visto como uma oportunidade para o país diversificar sua economia, tradicionalmente dependente do gás natural e de minerais metálicos.




