Panorama do Ouro no Brasil em 2025

Panorama do Ouro no Brasil em 2025

Ouro se mantém relevante mesmo com volatilidade internacional

O ouro segue sendo uma das commodities mais tradicionais e estratégicas da mineração brasileira, com ampla dispersão geográfica e forte presença em estados como Minas Gerais, Bahia, Goiás e Pará. Dados da Agência Nacional de Mineração (ANM – Produção Mineral 2024) apontam que o país mantém produção estável, com cerca de 100 toneladas anuais, considerando tanto operações industriais quanto garimpos licenciados.


As principais minas de ouro do Brasil

A mineração de ouro no Brasil é dominada por empreendimentos de grande porte e tecnologia consolidada, operados por multinacionais e companhias nacionais de médio porte.

Segundo o levantamento da ANM, as minas com maior volume de ROM (Run of Mine) em 2024 foram:

PosiçãoMinaEmpresa OperadoraEstadoTipo de Mineração% da Produção Nacional de Ouro (ROM)
1ParacatuKinross Brasil Mineração S.A.MGCéu aberto (open pit)13,2%
2JacobinaJacobina Mineração e Comércio (PA Gold/Yamana)BASubterrânea7,4%
3Fazenda Brasileiro (Santa Luz Complex)Equinox GoldBASubterrânea6,5%
4Pilar Complex (Ouro Fino / Pilar)Jaguar MiningMGSubterrânea5,8%
5TurmalinaJaguar MiningMGSubterrânea4,6%
6Sossego (Cobre-Ouro)Vale S.A.PACéu aberto4,2%
7Salobo (Cobre-Ouro)Vale S.A.PACéu aberto3,9%
8Serra Grande (Crixás)AngloGold AshantiGOSubterrânea3,7%
9Aldeia (Serra da Borda)Aura MineralsMTCéu aberto2,8%
10Mineração Apoena (Pontes e Lacerda)Aura MineralsMTCéu aberto2,1%

📊 Fonte: Agência Nacional de Mineração – Produção Mineral 2024 (Seção Ouro, tabelas por ROM e % da substância produzida).

Confira o mapeamento completo das 1.000 maiores minas do país na edição especial da Revista Minérios & Minerales — “Mina Sustentável”.


Distribuição geográfica e dinâmica setorial

A mineração de ouro no Brasil se distribui de forma equilibrada entre os eixos Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, cada um com características próprias:

  • Minas Gerais: concentra minas subterrâneas de alto teor, como Pilar e Turmalina (Jaguar Mining), e a mina de Paracatu (Kinross), a maior operação de ouro industrial da América do Sul.
  • Bahia: destaca-se como segundo polo de produção nacional, com Jacobina (Yamana/PA Gold) e Santa Luz (Equinox Gold) ampliando capacidade em 2024.
  • Pará: as minas de cobre-ouro, como Sossego e Salobo, adicionam volume relevante de ouro como subproduto das operações de cobre da Vale.
  • Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso): mantém ritmo consistente de expansão com minas em Crixás (AngloGold Ashanti) e projetos greenfield na região de Pontes e Lacerda (Aura Minerals).

Tendências e perspectivas para 2025

Em 2025, o setor de ouro no Brasil é impulsionado por três fatores principais:

  1. Volatilidade do preço internacional — com oscilações entre US$ 1.900 e US$ 2.300 por onça, o metal se mantém como ativo de proteção para investidores e reservas soberanas.
  2. Expansão de projetos de reaproveitamento e beneficiamento — empresas têm investido em recuperação de áreas antigas e uso de rejeitos com novas tecnologias de extração.
  3. Inovações operacionais — minas como Jacobina e Paracatu avançam em automação de sondagem e monitoramento de barragens via sistemas digitais e sensores IoT.

Conclusão

Mesmo diante das oscilações do mercado internacional, o ouro mantém papel relevante na matriz mineral brasileira.
O setor continua atraindo investimentos, especialmente em projetos de reprocessamento de rejeitos, expansão de lavras subterrâneas e integração digital das plantas.
Com base na diversificação geográfica e na solidez das principais produtoras, o Brasil se consolida entre os dez maiores produtores globais de ouro em 2025.