Evento da PHD em BH discute inovação, gestão de obras e projetos voltados para construção industrial
Vale, Gerdau, AngloGold Ashanti, Anglo American, Empresas como Tenax, PHD Engenharia, Engrow, Construtora Elevação, Salum Construtora, Cimcop, Bridge e DF+. Os maiores players da construção industrial no Brasil se reuniram em um dos maiores eventos de gestão e planejamento de obras já realizados no país: o PHD Summit. Realizado no Espaço Vista, em Belo Horizonte (MG), o evento convidou especialistas e empresas a debater tendências e metodologias no setor de engenharia e projetos.
O PHD Summit foi idealizado e organizado pela empresa mineira de mesmo nome, a PHD Engenharia, especialista em Last Planner System (LPS) – metodologia para o planejamento e controle de obras na construção civil e que introduz planejamentos operacionais de médio e curto prazo, oferecendo serviços especializados de assessoria em gerenciamento, controle e planejamento de projetos industriais e da construção.
“Temos uma empresa de planejamento. Então, a gente adora planejar evento, obra… O que a gente espera deste evento é que a gente consiga colaborar, trazendo concorrentes, empresas de construção para que a gente alinhe nosso pensamento e, de fato, melhore a construção nacional. Que a gente, de fato, consiga mudar o cenário. Hoje a gente tem diversas iniciativas legais, só que pontuais. O que a gente espera, com eventos como este, é que a gente consiga multiplicar estas iniciativas e mudar, de fato, o cenário da construção no Brasil”, destacou Pedro Morais, diretor técnico da PHD Engenharia.
Com 7 anos no mercado, a PH atua na área de obras industriais, com foco nos principais setores, tais como: mineração, siderurgia, energia e infraestrutura. Sediada em BH, a PHD possui mais de 130 profissionais representantes espalhados pelo Brasil.
Pedro Morais salientou que as empresas participantes do evento apresentaram soluções assertivas e, também, o que “deu errado na implantação” dos projetos.
“O que a gente espera com eventos como este é, de fato, encurtar o caminho de quem está tentando mudar o cenário da construção naquele projeto daquela empresa. De coração super aberto, esperamos trazer inovação aplicada à realidade de cada uma das empresas e divulgar, mostrar o que cada uma tem feito”, salientou.
Um dos pontos que, na avaliação de Pedro Morais, foi um dos que mais gerou discussões foi a falta de investimento nas equipes.
“É muito comum as pessoas serem, ainda, a grande barreira para que você consiga fazer revolução técnica no mercado. As pessoas não querem aprender. Culturalmente isso ainda é uma grande barreira. Quando a gente começa a pesquisar, ninguém investe em pessoas. Investe-se em máquinas, grandes softwares, mas ninguém está investindo em pessoas”, ponderou.
Pedro Morais comentou ter recebido um feedback muito positivo a respeito do evento, muito pelo fato de poucos serem realizados no país com o intuito de apresentar e discutir soluções.
Inovação em Brucutú
Uma das principais apresentações foi de João Carlos Araújo Neto, gerente geral de projetos do Corredor Sudeste, que citou – e detalhou – cases de sucesso da mineradora após investir em inovação. Em especial, o projeto Cava CMD na Mina de Brucutu, localizada em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) e que faz parte do Programa de Disposição de Rejeitos da companhia. Trata- se de cavas para armazenar rejeitos de forma segura, em compromisso a operações responsáveis e sustentáveis. Com investimento de R$ 335 bilhões e movimentação de 7,8M de toneladas de estéril e minério em 21 meses, projeto teve a participação de mais de 8 mil trabalhadores nas obras, sem registrar acidentes..
Responsável pelo Corredor Sudeste da Vale, João Carlos Araújo Neto relembrou problemas recentes vividos pela Vale em relação à questão de barragens. E destacou que o processo de exposição de rejeitos mudou. Foi preciso se reinventar, investir em filtragem.
“As primeiras foram instaladas em Vargem Grande. Naquela época, uma vez que os processos de licenciamento de novas barragens haviam sido cancelados, a Vale precisou se reinventar para que a produção continuasse, porque o que sobrou foram as barragens que tinham segurança para a operação. Inicialmente a produção caiu e, então, iniciou-se um novo processo de inovação (chamado de hub), para o que se produzisse em novo futuro de uma forma mais sustentável por meio das filtragens de rejeitos”, destacou.
De acordo com a Vale, “os hubs de inovação fornecem um ambiente, tanto físico quanto virtual, propício para o desenvolvimento de talentos, por meio de formação teórica e experiências práticas”. Além disso, realizam a identificação de problemas ligados à estratégia da Vale, para testar protótipos e escalar soluções. Essa abordagem provoca uma nova forma de trabalho e é essencial para estimular ideias, colaboração e aprendizado rápido.
Os hubs de inovação trabalham em rede e em modelos de franquias, o que significa que equipes multidisciplinares, distribuídas geograficamente, se unem para abordar problemas em comum, promovendo a colaboração entre as áreas da Vale e os atores externos de inovação.
A história do hub de inovação da Vale começa quando teve início a implantação das primeiras filtragens de rejeitos na Mina de Brucutu – planta para 30 milhões de toneladas de minério de ferro dividida em cinco linhas, de seis milhões cada uma. E foi reduzida para uma linha só.
“Foi uma época muito desafiadora, de 2020 a 2021. Além do desafio da obra em questão ao mesmo tempo que a gente desenvolvia as filtragens, precisávamos desenvolver novas áreas para fazer o empilhamento desses rejeitos junto com o estéreo. Tudo diante do grande desafio que foi o Covid. Ao mesmo tempo que tínhamos sete mil pessoas, havia um índice de contaminação gigantesco. As pessoas tinham que ser afastadas, a empresa colocou teste a cada dez dias – tirava uma parte do contingente e levar para testar”, relembrou.
Ainda de acordo com João Carlos Araújo Neto, a “única solução para sair daquela situação era inovar, pensar fora da caixa”. Foram instaladas câmeras de alta resolução e, em vez de ter todos os fiscais de segurança, dois foram colocados dentro de uma sala para assistir a obra 24 horas com câmeras de alta resolução.
“Amo inovação. Apesar de várias teorias explicando o que é, pra mim se resume a não ter medo de errar. Se tiver medo, você nunca vai inovar. Começamos a construir estas grandes áreas, preparando as cavas para disposição de rejeito filtrado e cada uma consumiu investimentos de 80 milhões de dólares em um ano e meio. A inovação, que a gente chama no hub, é como as coisas são colocadas em prática, como leva para o hub – que é, simplesmente, uma sala de dissolução de problemas”, completou o responsável pelo Corredor Sudeste da Vale.
Fundado em dezembro de 2022, o hub de inovações do Corredor Sudeste tem se destacado por grandes conquistas. Em apenas dois anos, já trabalha no desenvolvimento de soluções inovadoras para mais de 16 desafios estratégicos que estão diretamente ligadas à produtividade, redução de riscos, segurança, meio ambiente e social.
“Além de vigiar pessoas, temos que vigiar a produtividade. Um dos estudos foi sobre os diversos tipos de sondagens não-invasivas e qual o percentual de erro – comparando com a tradicional”, ressaltou João Carlos Araújo Neto, que citou prêmio recebido pela Revista O Empreiteiro de “Projeto do Ano” (Inovainfra 2025), com o projeto “Tecnologias sustentáveis na abertura de cavas”, realizado na Mina de Brucutu.
O 1º PHD Summit foi realizado em julho, com painéis de discussão com especialistas, cases reais das principais empresas do mercado, além de apresentação exclusiva da maior pesquisa sobre gestão de obras no Brasil.





