Material inovador com inúmeras aplicações em diversas áreas, desde eletrônicos até medicina, e considerado um dos mais leves e fortes descobertos, o grafeno está na ‘ordem do dia’. No Brasil, mais de R$ 771 milhões em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), já foram destinados para investimentos em projetos com grafeno.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que é a secretaria-executiva da FNDCT e já prepara editais para chamar a atenção de interessados no desenvolvimento de projetos de inovação, que devem ser publicados até o fim deste ano, informou o presidente da Finep, Celso Pansera, em entrevista ao jornal Valor Econômico. Ainda não há definição de quantos editais serão publicados e quais os valores envolvidos nessas chamadas públicas.
De acordo com Pansera, o país conta com um estoque de recursos avaliados em R$ 19 bilhões que não foram usados nos últimos 40 anos. Trata-se de uma fronteira nova, que demanda investimentos. Mas o presidente da Finep alerta: não se pode repetir o que foi feito com o ferro, exportando só commodity, deve-se agregar valor.
O grafeno é uma espécie de folha finíssima, extraída do grafite e constituída por carbono. Tem a espessura de um átomo. Nos últimos cinco anos, foram investidos R$ 135,7 milhões em projetos com aplicação do material, em 63 projetos contratados junto à Finep. Deste total, 38 são de instituições de ciência e tecnologia e 21 de empresas. A grande maioria, ainda em execução, foi contratada com base em editais lançados pela companhia em 2020. Em relação aos investimentos, R$ 80 milhões já foram liberados e cerca de R$ 120 milhões não são reembolsáveis.
O que é o grafeno?
Trata-se de um material composto de átomos de carbono organizados em uma estrutura de grade hexagonal. Portanto, é extremamente leve, resistente e flexível, além de ser um excelente condutor de eletricidade e calor. Devido às propriedades únicas, tem o potencial de revolucionar muitas indústrias, como a eletrônica, energia, medicina, transporte e materiais avançados.
