Influência do pegmatito no blend do minério de vanádio

Influência do pegmatito no blend do minério de vanádio

No município de Maracás, estado da Bahia, está alocado a principal reserva de vanádio do Brasil, o depósito Gulçari A (cava Campbell). Atualmente lavrado pela Vanádio de Maracás S.A (VMSA), trata-se de uma subsidiária da companhia canadense Largo Resources, sendo essa empresa produtora e fornecedora de pentóxido de vanádio (V2O5) de alta qualidade.


A partir de estudos de mapeamento geológico e análises metalúrgicas, foram definidas quatro principais tipologias
classificadas com base no conteúdo magnético dos mesmos, a saber: material com percentual de magnetita superior a
45% é classificado como minério maciço; de 35 a 45%, minério fitado; de 10 a 35%, disseminado; e quando o material
contém abaixo de 10% de magnetita na matriz mineral, o material é classificado como estéril.


Gulçari A possui ainda quatro tipologias de material que são tidos como estéril uma vez que apresentam um baixo
conteúdo de V2O5 ou baixa massa magnética na matriz: pegmatito, piroxenito, gabro e anortosito.


Este trabalho consistiu em avaliar a contaminação de pegmatito (PEG) em litotipos mineralizados e, com base nos ensaios metalúrgicos de bancada, analisar o impacto desse tipo de material no blend de minério e quantificar o efeito do mesmo, a fim de se averiguar se há um potencial de ganho de massa de minério e/ou mesmo a redução do percentual de contaminantes presentes no concentrado gerado pela planta de beneficiamento, principalmente a sílica, que dilui o teor de V2O5 presente no produto final e ainda promove dificuldades operacionais durante o processo de concentração do metal.


Através do estudo, conclui-se que a adição de pegmatito ao blend de minério possibilita impactos negativos na etapa de beneficiamento do metal vanádio: aumentando a probabilidade de menores recuperações globais e dificuldade do atendimento a qualidade especificada do concentrado de V2O5 final além de uma possível redução na produção total
do metal.


Neste estudo especificadamente, a adição de 10% (referência anual de diluição do minério) ao blend típico praticado
na empresa impactou numa redução média de 7,45% de V2O5 alimentado e 1,55% no concentrado final, com um
acréscimo no teor médio de SiO2 de 26,7% na alimentação e de 20,2% no concentrado final, impactando em uma
redução de 7,3% de V2O5 efetivo devido também uma redução média de 5,84% de conteúdo magnético, propiciando uma perda estimada de produto final de pentóxido de vanádio de cerca de quase 6% em massa.


Para se produzir os volumes orçados atualmente e atender à qualidade especificada, sugere-se estudar uma etapa de processamento inicial que promova a remoção desse material antes da etapa de britagem e explorar mais o estudo de
blends, para aproveitamento deste recurso no processo de beneficiamento mineral.


AUTORES: Rosa Natalí Cordeiro Oliveira, estudante de geologia; Leonardo Vasconcellos Rangel, coordenador de geologia; Samile Ribeiro Regis, geóloga de exploração do setor de geologia; Fábio Bezerra Damasceno, geólogo de exploração do setor de geologia; Antonio da Silva dos Santos, auxiliar de geologia – todos da Largo Resources, e Charles dos Santos da Silva, auxiliar técnico de geologia da empresa Conserv