O Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), por meio do “Projeto Diamante Brasil” do Departamento de Recursos Minerais (Derem), participou de uma campanha de campo multi-institucional na região de Juína (MT). O campo diamantífero de Juína, maior produtor nacional de diamantes na atualidade, é mundialmente conhecido por conter pedras originárias de profundidades extremamente elevadas (400 a 600 km), denominados “diamantes superprofundos” e conhecidos em poucos locais do planeta.
Recentemente, o artigo “Geologia: reservatório de água profunda da Terra”, publicado na revista Nature confirmou a primeira evidência natural da ocorrência do mineral ringwoodita, um polimorfo de alta pressão da olivina capaz de apresentar até 2,5% em peso de água. O fato gerou grande repercussão no meio científico principalmente em função da afirmação de que a zona de transição terrestre pode apresentar água em abundância. A proposição para este artigo partiu do estudo de inclusões minerais em um diamante de Juína.
Para dar continuidade às recentes pesquisas publicadas, ampliar os conhecimentos sobre os peculiares diamantes de Juína e das zonas ultraprofundas da Terra, foi realizada a etapa de campo com o objetivo de adquirir amostras de diamantes para estudos laboratoriais diversos (morfologia, microssonda, difração de raios-X, espectroscopia com infravermelho, espectroscopia Raman, etc).
Cabe destacar que estas amostras não contêm valor comercial significativo em termo de diamante tipo gema, apresentando, em geral, baixa quilatagem (< 1 ct), grande quantidade de inclusões e de defeitos estruturais (como fraturas preenchidas por minerais do manto). Os diamantes foram todos obtidos em atividade de mineração na área de Juína e legalizados em conformidade com o processo de Certificação Kimberley.
Fonte: Redação MM