O beneficiamento da bauxita em Juruti inclui uma planta de classificação que remove a argila que acompanha a formação geológica usando somente água como reagente, e por isso há uma atenção especial para o controle do consumo de água. Juruti possui uma responsabilidade de operar na região Amazônica, um dos ecossistemas mais importantes no mundo. Nessa área, a água é considerada mais que um bem de consumo direto, mas possui importância para navegação e pesca. Por conta disso, a Alcoa possui altos padrões socioambientais.
Melhorias e soluções em engenharia integradas com toda cadeia produtiva, com baixos investimentos, resultaram na otimização do consumo de água, economizando R$195 mil nas taxas hídricas em 2016. Entre outras conquistas, citam-se as melhorias para reduzir vazamentos e perdas além de otimizar o consumo em algumas etapas do processo. Um exemplo disso foram as válvulas de controle de pressão instaladas por acionamento remoto.
Um sistema que utiliza gravidade para retornar a água de processo na LD para LE foi outro exemplo de economia de energia.
METAS
As melhorias foram planejadas para serem instaladas em manutenções preventivas, evitando interrupções
no processo ou impactando na produção. Assim, Juruti conseguiu atingir a meta global da Alcoa de consumo de água bruta, a qual cada negócio deveria reduzir no mínimo 25% até 2020 e 30% até 2030. No caso de Juruti, o ano-base foi 2010, e já foi superado o alvo em 63% de redução de consumo de água bruta.
Por meio dessas soluções, Juruti assegura o uso otimizado e eficiente de água em todo processo.
A Alcoa Juruti opera sua mineração de bauxita nacidade de Juruti, na região Amazônica. Por isso, desde o início de operação existe um compromisso muito forte da empresa para os requisitos legais e ambientais.
Sobre esse assunto, pode-se citar o método de reabilitação da área minerada, a nucleação, em que é amplamente bem-conceituado pelo meio cientifico, o qual já recebeu diversos prêmios devidos a sua qualidade.
Outro ponto é o beneficiamento de bauxita onde não é utilizado nenhum reagente químico, assim, o único processo que ocorre em Juruti é o uso de água para lavar a bauxita retirada da mina, para remover a argila que acompanha sua formação geológica.
Da lavra, o minério escavado é transportado até as
2014 | 2015 | 2016 | |
Água Bruta (m³) | 3.640.774,27 | 4.599.760,31 | 3.143.185,85 |
Consumo Total (m³) | 18.977.495,60 | 19.829.977,59 | 19.066.672,99 |
Taxa recirculada (%) | 80,82% | 76,80% | 83,51% |
Precipitação (mm) | 2.420,13 | 1.685,02 | 1.277,49 |
Evolução dos últimos anos em relação a precipitação na região e a relação com a recirculação de água no processo, mostrando melhor eficiência no processo e na gestão do recurso
instalações da planta de beneficiamento, onde passa pelos processos de britagem, lavagem, ciclonagem e filtragem. Do processo de beneficiamento resulta, além da bauxita (produto), uma quantidade de rejeito, o qual é depositado nos reservatórios construídos e projetados no platô Capiranga.
O rejeito proveniente da planta de beneficiamento segue para o reservatório da lagoa de espessamento (LE) com a finalidade de adensar a polpa lançada, com 7% de teor de sólidos em peso, para uma média de 40% após o adensamento. De lá é dragado para as lagoas de disposição (LDs), com cerca de 25% de teor de sólidos. Após a ocorrência de fenômenos físicos de sedimentação, adensamento e secagem (ressecamento), espera-se que o rejeito depositado ali alcance 55% de sólidos na sua massa total.
As LDs possuem sistema de recuperação de água liberada pela polpa durante a secagem, onde tal vazão é retornada por meio de bombeamento para a LE. Ainda na parcela de água ofertada / reaproveitada para os processos produtivos, soma-se a parcela referente à captação de água nova no igarapé Juruti Grande.
RESULTADOS
Dentre as melhorias, houve troca de tubulação de água, reduzindo vazamentos. Esse trabalho foi em conjunto da operação com a manutenção, para identificar quais estavam mais desgastados, de forma a otimizar o sistema de bombeamento de água bruta. Além disso, na área da britagem, foi eliminado o uso de água, nos chutes de algumas casas de transferência (CAT). No lugar, foi instalado canhões de ar, que utilizam ar comprimido para evitar obstruções e ajudar nofluxo continuo do minério.
Na usina de beneficiamento, a melhoria foi a instalação de válvulas de controle da vazão de água, tipo solenoide, em que se monitoram a vazão e pressão da água remotamente. De forma, pondera-se o volume de água de processo em cada linha do beneficiamento.
Na área das lagoas, uma bomba foi substituída por um sistema que utiliza a gravidade para recuperar a
água. O sifão apresentou uma vazão maior, e observando sua operação, é possível recuperar um volume mais rápido que a bomba convencional. Com isso, foi possível também reduzir o consumo de energia, já que esse novo sistema não utiliza energia elétrica.
No laboratório da Alcoa de Juruti alguns procedimentos tradicionais estão sendo otimizados para reduzir o consumo de água em aproximadamente 67 m³ de água por ano. As melhorias consistem no uso de bombas a vácuo elétricas para sistemas de filtragem, recirculadores para sistemas de destilação de bancada e um sistema para reaproveitamento da água de descarte dos purificadores de água.
Um fator que foi decisivo para essa otimização foi uma melhor alternância no lançamento de rejeitos nas lagoas de disposição, fazendo com que o material sedimentasse melhor liberando mais rapidamente a água sobrenadante, acelerando seu retorno para o processo.
*Affonso Bizon, diretor de mina d
a Alcoa Juruti; Antonio Maria Coutinho, engenheiro de minas e gerente de produção da Alcoa Juruti; Luiz Francisco Lemos Maia Junior, engenheiro de minas e meio ambiente da Alcoa Juruti; e Victor Lucas Bretas, engenheiro de minas e supervisor da área do Sistema de Captação e Disposição de Rejeitos da Alcoa Juruti.