Moagem rende 30,6% mais com melhorias do espessador

Moagem rende 30,6% mais com melhorias do espessador

O aumento da produção em uma planta de beneficiamento de minério está relacionado diretamente às otimizações nos processos que ocorrem constantemente.


Diante deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados obtidos por meio da instalação de uma ciclonagem secundária na alimentação do espessador, tornando-o operacional e, consequentemente, oferecendo maior estabilidade do processo de beneficiamento, além do aumento da produtividade.


Em outubro de 2016, iniciou-se a operação na planta de beneficiamento da Apoena com um turno em operação, vindo a obter operação completa com dois turnos de 12 horas cada em janeiro de A rota tecnológica adotada para o processamento do minério tem início na britagem primária, seguida de moagem em único estágio e sistema SAG operando em circuito fechado com hidrociclones.


A metade mássica do underflow da classificação, alimenta o circuito de concentração gravimétrica-lixiviação intensiva para a recuperação do ouro livre, em média 45%.


O produto da moagem (overflow da classificação) é espessado e bombeado para cianetação (CIL). Os rejeitos da cianetação (CIL) são submetidos ao processo para neutralização do cianeto (DETOX) e bombeados para disposição final na barragem de rejeitos, em conformidade com os requerimentos da legislação ambiental.


O carvão carregado, proveniente do primeiro tanque do CIL, é transferido para a área de eluição. A solução da eluição juntamente com o da lixiviação intensiva, é submetida ao processo de eletrodeposição do ouro em cubas eletrolíticas.

O ouro depositado nos catodos é lavado, filtrado e fundidos para a produção do bullion.

No início de operação da planta, a produção era restrita em função da não operacionalidade do espessador, pois a velocidade de sedimentação era extremamente lenta, e o minério não sedimentava, saindo pelo over flow. O espessador funcionava somente como uma caixa de passagem, alimentando a etapa posterior (CIL) com o mesmo percentual de sólido recebido.


Devido a este problema, foi necessário operar com maior percentual de sólidos na alimentação da ciclonagem primária, visando obter uma polpa no overflow com um percentual de sólidos na faixa de 40 a 45%, já que o espessador não funcionava e não exercia sua função de adensamento. Isto acarretava uma má classificação da ciclonagem da moagem, arrastando partículas grossas para a etapa de lixiviação (CIL) e retorno de partículas finas para o moinho.


Após o desenvolvimento dos testes de sedimentação, foi realizado internamente o balanço de massa, simulando a instalação de uma nova bateria de hidrociclones na alimentação do espessador. Os resultados atenderam às expectativas, pois além de tornar o espessador operacional, houve-se um aumento considerável na produtividade.
A produtividade média no início da operação era de 134t/h, e após a conclusão do projeto alcançou-se 175t/h, resultando em um aumento na produtividade da moagem de aproximadamente 30,6%, além de uma estabilização do percentual de sólidos e massa alimentada no circuito de CIL, melhorando os controles e dosagem de reagentes e
garantindo um maior tempo de residência no circuito de lixiviação.


AUTORES: Rafael Lima Santos, engenheiro de processos e Elson Alves Ribeiro, gerente de beneficiamento – ambos da Mineração Apoena