Entre as 20 maiores mineradoras do mundo, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é 2ª maior exportadora de minério de ferro do Brasil. Dos ativos da empresa, destacam-se as minas de Casa de Pedra (a mais antiga do Brasil), o complexo de beneficiamento do Pires, a participação na ferrovia MRS e o terminal cativo no Porto de Itaguaí (TECAR).
A mina Casa de Pedra, que fica em Congonhas (MG), é a maior da América Latina em zona urbana. Tem cerca de 30 km2 de extensão e produz cerca de 32 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, mas não fabrica pellet feed.
A CSN Mineração, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional, anunciou um investimento de R$ 15 bilhões em Minas até 2027. A maior parte do valor será destinada ao projeto Itabirito P-15, para construção de uma nova planta de beneficiamento no complexo de Casa de Pedra, para a qual foram alocados R$ 8 bilhões.
Com um investimento total estimado em R$ 8 bilhões até 2027, as obras tiveram início em outubro de 2024. O projeto foi o principal fator responsável pelo aumento de 16,7% no capex da empresa no terceiro trimestre, que alcançou R$ 475 milhões. A receita líquida ajustada atingiu R$ 2,973 milhões, com desempenho 31% abaixo do observado no terceiro trimestre do ano passado. O resultado levou em conta a queda do preço do minério, que foi compensado pelo aumento de volume. A divulgação do 4T de 2024 da CSN Mineração, com dados sendo reportados pela empresa que está na bolsa brasileira, está marcada para 12 de março.
Casa de Pedra terá vida útil estendida até 2080
A nova planta será destinada à produção de pellet feed premium, com teor de ferro entre 67,5% e 68%, utilizando inicialmente minério de baixo teor armazenado no complexo mineiro. A produção deve começar em 2027, alcançando a capacidade total de 16,5 milhões de toneladas anuais em 2028. Em 2023, a CSN Mineração produziu 42,58 milhões de toneladas de minério de ferro com teor médio de 58% Fe. A expansão do Complexo Casa de Pedra também prolongará a vida útil da mina em 25 anos, possibilitando operações até pelo menos 2080.
Quando estiver totalmente operacional em 2028, a planta terá uma capacidade de produção de 16,5 milhões de toneladas anuais. O pellet feed permitirá a produção de aço com mínima emissão de carbono, utilizando hidrogênio. A maior parte da produção será destinada à siderurgia japonesa e ao Oriente Médio.
A nova planta reaproveitará minério de baixo teor estocado, o que ajudará a reduzir a geração de poeira e a fabricar o pellet feed com teor de 67,5% a 68%. A iniciativa também estenderá a vida útil da mina Casa de Pedra por mais de 25 anos.
A CSN completa 84 anos em 2025. Foi criada em 1941 após decreto do então presidente Getúlio Vargas, criando a Companhia Siderúrgica Nacional. Cinco anos depois, com a inauguração do Alto-Forno I, a usina localizada em Volta Redonda (RJ) – que, a partir de 1961, seria denominada Presidente Vargas (UPV) – inicia oficialmente a produção de aço. As minerações Casa de Pedra, em Congonhas, e Arcos, no município de mesmo nome, são incorporadas à CSN, assegurando a autossuficiência em minério de ferro e em fundentes – calcário e dolomita.
A empresa foi privatizada em 1993. Atualmente, possui reservas certificadas em mais de 3 bilhões de toneladas, de acordo com Joint Ore Reserves Committee (Jorc).
Os produtos e serviços da CSN Mineração incluem: extração de minério de ferro granulado com teor que supera os 61%, sinter feed (o mais utilizados pelas siderúrgicas no mundo, cujo teor supera os 63%), pellet feed (o mais fino obtido após processo de flotação), além da logística de escoamento e exportação do minério de ferro.

Expectativas sobre 2025
A CSN avalia que 2025 pode ser um ano mais favorável para alcançar melhores resultados, mesmo diante de um cenário desafiador de juros elevados. Durante o evento CSN Investor Day, realizado em dezembro, o presidente da companhia, Benjamin Steinbruch, afirmou que, em um contexto de juros altos, é essencial que a CSN alcance um Ebitda anual de pelo menos R$ 15 bilhões para manter sua sustentabilidade financeira.
A empresa revisou sua meta de alavancagem, que agora deve ficar abaixo de 3 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado até o final de 2025, substituindo a meta anterior de 2,5 vezes projetada para 2024
Entre as medidas recentes para fortalecer sua posição financeira, a CSN realizou a venda de 10,7% de sua participação na CSN Mineração para a japonesa Itochu Corporation, o que gerou R$ 4,4 bilhões em recursos destinados à redução da dívida líquida de, aproximadamente, R$ 30 bilhões.