A Vale vai investir R$ 70 bilhões para expandir a produção de Carajás, no município de Parauapebas (PA). O projeto está sendo chamado de projeto “Novo Carajás” no Sistema Norte e que pretende apoiar a otimização da produção de minério de ferro e acelerar a de cobre. A região abriga o maior complexo de produção de minério de ferro da companhia e a previsão é que a produção de minério de ferro em Carajás chegue a 200 milhões de toneladas por ano (Mtpa) em 2030, a partir do adicional de 20Mtpa com a expansão da mina de Serra Sul (S11D) e a reposição das reservas das minas atuais.
O aumento da capacidade de produção de minério de ferro virá da expansão da mina de Serra Sul (S11D) e com a reposição das reservas das minas atuais, informou a Vale durante o anúncio feito na última sexta-feira (14), na Oficina N5 do Complexo Serra Norte Carajás, em evento que teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O investimento começará a ser realizado ainda este ano e seguirá pelos próximos quatro anos – até 2030. “Carajás é um caso de sucesso de parceria entre público e privado, voltada para a proteção da floresta onde produzimos, com processos de mineração a seco e tecnologias inovadoras, cerca de 60% do minério de ferro que o Brasil exporta”, disse o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, durante o evento.
A partir do potencial de expansão minerária de Carajás, incluindo as minas em operação, expansões e novos alvos, a companhia destacou que o programa impulsionará o beneficiamento de minério de ferro de alta qualidade, fundamental para se produzir o aço verde, e elevar a produção de cobre, que tem papel central para a transição energética.
No Pará, a Vale produz ainda cobre e níquel nas minas do Sossego, Salobo e Onça Puma. No caso do cobre, o crescimento esperado é de 32%, elevando a produção na região para cerca de 350 mil toneladas/ano. Com isso, o programa dará contribuição relevante ao PIB do Pará, na ordem de R$80 a 100bilhões/ano. A produção futura, nas bases atuais, permitirá um aumento de R$ 15 bilhões nas exportações do estado.
Ainda de acordo com a mineradora, o programa contém uma série de investimentos em tecnologia, saúde e segurança, manutenção de equipamentos e operações, sustentabilidade, alavancando o expertise da companhia na região. “Essa é uma alocação de capital estratégica na região de Carajás, uma província rica em minerais essenciais para a descarbonização e a transição energética global”, diz a Vale.
Presente ao evento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o protagonismo do Brasil na mineração. “Se hoje a nossa mineração representa 3% do PIB, a meta é chegar a 6% em uma década.”
O governador do Pará, Helder Barbalho, aproveitou o evento para pedir a colaboração do governo para tirar do papel uma promessa antiga da Vale de concluir o trecho da Ferrovia Norte-Sul que ligará Açailândia (MA) a Vila do Conde (PA). “Vai ser um legado importante para a economia do Pará e do país”, afirmou.
Números de 2024
No dia 23 deste mês, a Vale irá divulgar o desempenho referente ao 4º trimestre de 2024. Em termos de produção, de acordo com fato relevante divulgado em dezembro antes do evento anual da mineradora com investidores em Nova York, a projeção para 2025 é de um volume entre 325 e 335 milhões de toneladas de minério de ferro, 38 a 42 milhões de minério de ferro – aglomerados e 10 milhões t de minério de ferro a partir de rejeitos. E projeta que o teor médio do minério de ferro a ser produzido este ano deverá atingir, aproximadamente, 62,5% Fe.