A Alemanha, que tem demonstrado publicamente preocupação com a Amazônia e com a crise humanitária dos Yanomamis, anunciou, nesta segunda-feira, a liberação de R$ 1 bilhão para o Brasil. O anúncio foi feito pela ministra da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze, que está no país.
Mas os interesses do país europeu na América do Sul vão além da questão ambiental e da catástrofe indígena. O chanceler alemão, Olaf Scholz, também desembarcou esta tarde no Brasil e, com escalas na Argentina e no Chile, a visita está diretamente ligada a outro tema: o lítio do continente.
Cerca de 57% dos depósitos mundiais desse mineral estão localizados no triângulo formado por Argentina, Bolívia e Chile—este é o maior fornecedor global. Grandes indústrias alemãs, como Mercedes-Benz e Volkswagen, buscam garantir o suprimento do insumo para as baterias de seus carros elétricos. Reforçar esse fornecimento significa também reduzir a dependência em relação à China, que não tem poupado recursos e esforços para liderar esse novo mercado.
Nesta segunda-feira, no Brasil, Scholz terá encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com delegações de empresários. A ministra alemã da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, Svenja Schulze, deve acompanhar as reuniões. No fim de semana, ela se encontrou com representantes de sindicatos, sociedade civil e empresas em São Paulo, para tratar de temas relacionados à energia sustentável.