Um dos maiores desafios na mineração é o processo de recuperação de áreas onde já ocorreram atividades de lavra. Pensando em reabilitar o solo de áreas mineradas da Mina de Bauxita, em Juruti (PA), a Alcoa utilizou um método que reduziu a variabilidade no processo de nucleação, ou seja, um processo de reabilitação que se dá pelo transporte de material orgânico das áreas de limpeza e depositado nas áreas a serem reabilitadas, formando pequenos montes de solo orgânico.

No entanto, a Alcoa observou que essa metodologia não estava sendo executada da melhor forma, com distâncias variáveis de até três vezes superiores a 1,5 m, formando espaços entre os montes, ou seja, “intervalo de áreas não reabilitadas”, acima do que estava previsto no Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) da mineradora. Além disso, a equipe estava transportando mais material do que era necessário por hectare, uma reabilitação de má qualidade da área, retrabalho, custos adicionais e reclamações comunitárias.
Para solucionar esse problema, a equipe utilizou o método Lean 6 Sigma, que consiste na melhoria contínua focada na redução de desperdícios e variabilidade de processos para melhor reaproveitamento de material vegetal.
A partir daí foram então levantados todos os dados da região pelo software Minitab, o monitoramento da DEN – Distância Média entre Núcleos e a realização de testes com a separação dos núcleos utilizando uma escavadeira hidráulica.
SOBRE OS TESTES E RESULTADOS
A escavadeira hidráulica que realizou os testes possuía caçamba com largura de 1,5m, o que foi usado pelo operador como medida para realizar a separação dos núcleos. Além disto, foi identificado que a cada 2 basculamentos com o caminhão, gerava-se 3 núcleos conforme o PRAD em volume e espaçamento. O teste foi realizado em 85,96 hectares e foram amostradas as distâncias pós teste.
Como resultado, a média das distâncias ficou em 1,27 m, desvio padrão de 0,27 e um nível sigma de 2,29. Uma redução da variabilidade em 84%, redução de custo por hectare em 25%, além da redução do volume utilizado por hectare em 30%. O volume por hectare saiu de 4.233 m³/ha para 2.970 m3/ha, reduzindo assim a quantidade de material que antes era acima do necessário, por módulo, e onerava a atividade no plano de reabilitação.