MRN busca acelerar processo de licenciamento ambiental para garantir produção de 12 mi t/ano no Pará
A Mineração Rio do Norte (MRN) deu início ao processo de licenciamento ambiental do Projeto Novas Minas (PNM), iniciativa que visa viabilizar a abertura de cinco novos platôs para a extração de bauxita a partir de 2027. O projeto, que deve ter vida útil de 15 anos, é considerado essencial para garantir a continuidade das operações da empresa no oeste do Pará e manter a produção média de 12 milhões t/ano, sem aumento de capacidade, além de assegurar a manutenção de empregos e investimentos na região.
O PNM abrange a mineração de bauxita nos platôs Rebolado, Escalante, Jamari, Barone e Cruz Alta Leste, localizados nos municípios de Oriximiná, Terra Santa e Faro. A maior parte das estruturas necessárias já está disponível, pois são as mesmas utilizadas nas atuais operações da companhia. O investimento previsto para a implantação do projeto é de R$ 900 milhões.
Para que o PNM avance, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, órgão responsável pelo licenciamento ambiental, precisa emitir as licenças prévia (LP), de instalação (LI) e de operação (LO) do projeto.
O processo iniciou com o pedido do licenciamento ambiental do projeto pela MRN. O IBAMA então solicitou que a empresa realizasse o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que é elaborado por uma consultoria independente. Foi elaborado o Estudo do Componente Quilombola – ECQ, que avalia os impactos específicos para os territórios de Boa Vista e Alto Trombetas II.
Após o aceite do IBAMA nos estudos ambientais, o órgão convoca as Audiências
Públicas do PNM. Após avaliação das contribuições feitas pela população nas Audiências Públicas e parecer do INCRA sobre o ECQ, o IBAMA faz a sua análise técnica para tomada de decisão quanto a emissão da Licença Prévia (LP) do projeto, contendo as diretrizes do Plano Básico Ambiental (PBA).
O Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Projeto Novas Minas foi elaborado pela empresa independente Arcadis. A MRN destaca que o projeto incorpora um diferencial na área de segurança operacional: a adoção do Método de Disposição de Rejeito Seco em Cava, que altera a forma de disposição dos rejeitos, compostos apenas por solo e água.
Segundo o engenheiro master da MRN, Igor Ribeiro, a implantação das novas minas permitirá a continuidade da geração de mais de 6 mil empregos e a manutenção de projetos socioambientais desenvolvidos nos municípios da área de influência. Além disso, há planos para modernizar o processo de capacitação da força de trabalho por meio da introdução de simuladores, reforçando o foco na formação local e no uso de tecnologias mais avançadas.
Segundo a MRN, a maior parte da mão de obra utilizada nas operações é formada na própria região, com trabalhadores oriundos dos municípios vizinhos. A empresa também estuda a implementação de tecnologias de teleoperação e operação semi autônoma.

Fonte – Cartilha Projeto Novas Minas | PNM
A Mineração Rio do Norte está sediada no distrito de Porto de Trombetas e atua, desde 1979, na extração de bauxita, sendo uma das maiores produtoras do mundo. A MRN emprega atualmente mais de 6 mil profissionais e opera, no momento, cinco minas no Pará: Aramã, Bela Cruz, Monte Branco, Teófilo e Cipó. A mineradora opera com uma planta de beneficiamento com capacidade nominal de 16,3 milhões de toneladas/ano.
A produção anual é de aproximadamente 12 milhões de toneladas de bauxita, das quais 60% abastecem o mercado interno e 40% são exportadas para países da América do Norte, Europa e Ásia.
– Produção média anual ROM: Cerca de 17 milhões de toneladas.
– Método de lavra: Strip mining (lavra por tiras)
– Profundidade média da bauxita: Cerca de 8 metros, coberta por uma camada de argila e laterita.
– Espessura média da camada de minério: Aproximadamente 4 metros. O corpo mineralizado (bauxita) é horizontal, característico deste tipo de depósito.
Etapas do processo:
– Britagem primária e secundária;
– Lavagem com jatos d’água;
– Classificação em peneiras rotativas e vibratórias;
– Recuperação de finos (até 150 mesh) em hidrociclones;
– Desaguamento em filtros planos
Rejeitos: Cerca de 25% da massa sólida é rejeito, disposto em tanques monitorados.
As principais tecnologias utilizadas pela MRN são o Smartmine (Hexagon) e TOTVS – para gerenciamento de frota e dados de produção; Minesight (Hexagon) e Orchestra (TIMining) – para confecção dos planos de produção e sequenciamento de lavra; e CAT DSSI e ARGUS (controle de fadiga) e app ATENTO (teste prontidão operacional) – para gestão operacional e segurança.
Frota de equipamentos de mina:
– 55 caminhões (22 caminhões 42t, 3 caminhões de 52t e 20 caminhões 70t);
– 7 Escavadeiras porte 100t
– 15 tratores de grande porte (850hp) – 12 na Movimentação Estéril e 3 no desmonte mecânico do minério.
Perfil do entrevistado
Igor Ribeiro. Engenheiro de Minas com formação pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e MBA em Finanças pela USP/Fundace. Com 19 anos de experiência em mineração, tendo atuado nas áreas de Licenciamento, Prospecção, Operações Florestais, Infraestrutura e Operação de Mina. Atualmente é Engenheiro Master em Operação de Mina na MRN atuando no gerenciamento de indicadores de produção, gestão de projetos de melhoria e de implantação, gestão de custos e orçamento.

Engenheiro Master em Operação de Mina na MRN, Igor Ribeiro





